Agora tudo faz sentido: Confúcio passou ‘cheques sem fundos’ ao assinar convênios irregulares com prefeitos de Rondônia

Agora tudo faz sentido: Confúcio passou ‘cheques sem fundos’ ao assinar convênios irregulares com prefeitos de Rondônia

Antes de ir

Pouco antes de renunciar, o ex-governador Confúcio Moura (MDB) largou um belo presente de grego no colo de pelo menos 22 prefeitos de Rondônia ao assinar convênios a torto e a direito; e por incrível que pareça até agora os gestores estão todos animados, felizes e de bem com a vida achando que foram agraciados com uma espécie de loteria acumulada da gestão pública. No dia 04 de abril, o Governo de Rondônia, ainda confuciano, divulgou o evento com pompa de realização-mor – era o último suspiro de afago emedebista.

RELEMBRE
Governador Confúcio Moura assina convênio com prefeituras e anuncia que deixa o governo do estado


Confúcio e estafe à ocasião da assinatura dos convênios / Foto: Decom-RO

Cantou a pedra

No final do mesmo mês, o muito bem informado jornalista Waldir Costa publicou artigo neste mesmo Rondônia Dinâmica. O título? “Convênios com as prefeituras suspensos por confrontar LRF”. À ocasião, Costa cantou a pedra e deu o alerta sobre a ilegalidade perpetrada por Confúcio ao atirar o engodo financeiro em formato de casca de banana no caminho de prefeitos extremamente necessitados.

‘Cheques sem fundos’

Ao assinar o acerto contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), explicando de maneira extremamente direta e objetiva, Moura agraciou os entes municipais com “cheques sem fundos” travestidos de convênios.

Faz sentido

Na última sexta-feira (18), a Associação Rondoniense de Municípios (Arom) divulgou alerta que confirma o perigo aventado há quase um mês por Waldir Costa. A entidade publicou “Nota Técnica da Arom alerta sobre licitações sem cobertura financeira”. E aí, claro, as coisas que flutuavam num contexto volátil passaram a se arregimentar em solo fértil e contextualizado. 

Atenção, prefeitos!

Caro (a) prefeito (a), atenção: se você assinou convênio com o ex-governador Confúcio naquela solenidade que apontamos acima, leia, urgentemente, a nota da Arom. Ali fica claro: se o gestor licitar e contratar empresas sem o devido lastro financeiro, será enquadrado na LRF e incorrerá em sanções administrativas de Controle Externo de contas e até de ordens cíveis e criminais. O convênio em questão, como um cheque sem fundo, cria a expectativa de dinheiro pela pessoa/agente que o recebe, mas na hora de sacar, voilà!, não haverá recursos na conta. CLIQUE AQUI E LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA!

Pela metade

É preciso reconhecer o papel exímio que a Arom tem desempenhado ao defender os prefeitos de Rondônia, mas, ao repassar a informação pela metade, sem apontar publicamente quais são os convênios em questão e, consequentemente, os responsáveis por assiná-los em desconconformidade com a lei, acaba protegendo também os culpados. E é por isso que os prefeitos estão pimpões por aí, com sorrisos de orelha a orelha...

Sem contar

Isso sem mencionar que se os prefeitos serelepes saíram de suas cidades para assinar convênios ilegais em Porto Velho é porque, obviamente, estão tecnicamente desnorteados; neste caso, a Arom pecou em passar mensagem cifrada e praticamente subliminar. Para chegar à icônica frase de Rolando Lero seria necessário contar com a própria sorte: “Captei vossa mensagem, amado mestre!”. 

A pé é mais saudável

Com o novo reajuste no preço dos combustíveis e eu, de novo, prestes a usar sutiã, imagino que esteja mais do que na hora de aposentar a velha caranga arreada e sair por aí rodando a pé ou na barra circular. É uma atitude corajosa a confrontar a opinião do nosso amigo caminhoneiro do Mato Grosso, que disse: “De Vilhena pra lá [ele quis dizer sentido Porto Velho] só tem frouxo!”.

“Escovada” em Pimenta

Não posso expor os nomes, pois as informações carecem de confirmação. Entretanto, burburinhos correndo à boca graúda dão conta de que um homem poderosíssimo em Rondônia teria levado uma bela “escovada” pública em Pimenta Bueno de outro peixe parrudo, uma espécie de decano de um grande partido do Estado.

À estibordo

O público se surpreendeu, mas não chegou a um denominador comum a respeito. O “escovado” pode acatar o conselho e entrar nos eixos, acatando as orientações ao fortalecimento da unidade partidária, ou, na pior das hipóteses, se rebelar ainda mais e jogar o timão à estibordo, longe do prumo idealizado pela sigla de ambos. Não existe capitão sem barco, nem o contrário. Na tormenta, terão que encontrar solução juntos. 

Contato

Estamos à disposição através do e-mail [email protected]. Lembre-se: “O Espectador” é veiculada originalmente no Rondônia Dinâmica, mas a reprodução está autorizada desde que citada a fonte.

Autor / Fonte: Vinicius Canova / O Espectador

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