Depois de Porto Velho, Buritis, Pimenta Bueno, Guajará-Mirim e Ji-Paraná, foi a vez da comarca de Espigão do Oeste aderir ao projeto Apadrinhando uma História, que proporciona experiências e referências socioafetivas a crianças e adolescentes em situação de acolhimento. O lançamento foi no último dia 15, no fórum da comarca, com a participação de autoridades ligadas à área da infância e pela comunidade em geral.
"O projeto busca pessoas interessadas em ajudar crianças e adolescentes que estão em instituições de acolhimento. O foco são aquelas crianças e adolescentes que estão fora da idade procurada para adoção, ou seja, os já grandinhos que costumam ficar até os 18 anos no serviço de acolhimento", disse o juiz auxiliar da Corregedoria e membro da CEJA, Áureo Virgílio. O projeto "Apadrinhando uma História" foi instituído pela Corregedoria-Geral da Justiça por meio do Provimento n.º 014/2014-CG, normatizando-o para todo o Estado de Rondônia.
"A ideia é unir duas pontas, ou seja, fazer a ligação entre quem quer ajudar e quem precisa de ajuda. Muita gente quer ajudar, mas não sabe como, e nem a quem ajudar. Por meio desse projeto as pessoas podem se sentir úteis na sociedade, desempenhando um papel importante na vida de uma criança ou adolescente carente", reforçou o magistrado.
O juiz Leonel Pereira da Rocha, diretor da comarca de Espigão e titular do Juizado da Infância e da Juventude, demonstrou satisfação em receber o projeto na comarca. Para ele, trata-se de um reforço nessa área que precisa de uma atenção maior do Poder Público.
A promotora de Justiça da área da Infância e da Juventude, Laíla de Oliveira Cunha, elogiou a iniciativa da Corregedoria e se colocou a disposição para divulgação do projeto. Da mesma se manifestou o prefeito Nilton Caetano, reconhecendo a importância do projeto.
Também participaram da solenidade de lançamento o juiz Wanderley José Cardoso, da 2ª Vara Genérica de Espigão do Oeste, o promotor de Justiça Tiago Lopes Nunes, a secretária de Assistência Social do município, Rita Gasparin, o defensor Público Célio Renato da Silveira, o presidente da subseção da OAB/Espigão do Oeste, Cleodimar Balbinot, a diretora do 1º Cartório do Fórum, Marlene Tesch, além de assessores do juiz, alunos da Escola Monteiro Marines Valadares e advogados e demais cidadãos.
Apadrinhando
As pessoas podem ajudar de acordo com o que a instituição precisa. E, para isso, existem três formas de apadrinhamento: afetivo, provedor e colaborador. Quem optar pelo apadrinhamento afetivo, deverá ter o afilhado como alguém da família, direcionando a ele carinho, amizade, atenção. Precisará, ainda, proporcionar à criança ou ao adolescente vivências na sociedade, levando-o, por exemplo, a passeios, aniversários, cinema ou para passar finais de semana ou feriados na casada do próprio padrinho.
O apadrinhamento afetivo abrirá portas para que a criança ou adolescente construa novos vínculos e contribui para que adquira novos conceitos que, com certeza, refletirão positivamente no presente e no futuro de cada uma delas.
A segunda modalidade de apadrinhamento é o provedor. Aqui mesmo que a pessoa não tenha tempo ou interesse em contato direto com a instituição de acolhimento, pode ajudar pagando um curso, tratamento ou auxiliando financeiramente uma criança ou adolescente contribuindo com sua formação. Ter uma mochila de um personagem da TV; um caderno ou uma blusa com estampa de desenho animado; possuir determinado carrinho ou boneca representam vontades simples, mas para os acolhidos são verdadeiros sonhos. Nessa modalidade, os padrinhos e madrinhas, com certeza, farão seus afilhados muito felizes.
A terceira modalidade compreende o colaborador, onde a pessoa realiza atendimento voluntário nas instituições que acolhem essas crianças e adolescentes. Dentistas, médicos que atuam em consultórios particulares, donos de academia, proprietários de cursos de inglês, donos de salão de beleza ou de oficinas profissionalizantes, professores de dança e de futebol são alguns dos inúmeros profissionais e empreendedores que poderão se tornar um padrinho colaborador.
Quem se interessar pode escolher mais de uma modalidade de apadrinhamento. Para se candidatarem, o apadrinhando passam por uma entrevista com psicólogo e com a assistente social, afim de que conheçam as modalidades de apadrinhamento, o perfil das crianças e adolescentes que podem ser apadrinhados e o funcionamento das instituições.
As crianças também passam por uma preparação, pois precisam estar cientes que não serão adotadas, embora isso possa ocorrer em algum caso. É importante destacar algumas informações. Existe o cadastro nacional de adoção e ele deve ser observado. O apadrinhamento não é um atalho para a adoção. Não será uma forma de burlar o CNA. Se a ligação afetiva entre o padrinho e a criança for muito forte, naturalmente, o apadrinhamento pode levar a uma adoção, mas não é esse o foco. O apadrinhamento é um projeto independente e tem o objetivo de dar uma chance a crianças e adolescentes que já cresceram e estão fora da idade preferida para adoção.
Quem tiver vontade de ser padrinho ou madrinha pode procurar a unidade local ou a Vara da Infância e da Juventude ou se cadastrar no site do TJRO. Todo o processo é acompanhado de perto pelo Poder Judiciário.
Autor / Fonte: TJ - RO
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