Audiência Pública na ALE discute encaminhamento de recursos ao Fundo Estadual de Cultura

Audiência Pública na ALE discute encaminhamento de recursos ao Fundo Estadual de Cultura

Encontro que foi presidido pelo deputado Léo Moraes teve presença de diversas autoridades da cultura

A Assembleia Legislativa realizou na tarde de quinta-feira (14), no plenário da Casa de Leis, Audiência Pública para discutir o encaminhamento de recursos e a gestão do Fundo Estadual de Cultura. 

Léo Moraes (Podemos), presidente da audiência afirmou que a reunião tinha como objetivo ajudar no implemento da cultura em Rondônia. Ele lembrou que já existe uma lei vigente de 2012, que cria o fundo de ajuda e, em 2015, a Casa Legislativa aprovou um projeto do deputado Alex Redano (PRB) que altera a Constituição do Estado, indicando a obrigatoriedade de 0,5% do Orçamento Anual para investimento em cultura. 

“Apesar da legislação isso não vem acontecendo. Agradecemos a presença do Estado na audiência e esperamos que os encaminhamentos daqui ajudem no desenvolvimento cultural de Rondônia”, disse Moraes. 

O deputado Alex Redano (PRB), autor da emenda de 2015 que destina os 0.5% ao fundo, agradeceu Léo Moraes pela iniciativa da audiência e afirmou que o valor destinado hoje à questão cultural é muito pequeno. “Com o pouco que é dado não conseguiremos incentivar a cultura anual do Estado, que já conta com grandes festivais como o Boi Bumbá, os arraiais e afins”. 

Ele registrou um pedido aos colegas parlamentares e ao governo do Estado para que se trabalhe nessa questão. “Sinto que falta na cultura o incentivo. É necessário trazer dinheiro para o Estado e montar uma equipe competente e pronta, com contadores e advogados, para fazer as contas de trabalho”. 

O deputado Jesuíno Boabaid (PMN) agradeceu a iniciativa e afirmou que já encaminha emendas para a questão cultural do Estado. “Infelizmente não existe política governamental para se impulsionar a cultura de Rondônia”. 

O presidente da Câmara dos Vereadores Maurício Carvalho (PSDB) declarou a admiração pelos representantes da cultura. “Às vezes o poder público não valoriza. Deixo um pedido aqui para que o Léo entre na luta ainda mais, para fomentar a cultura”. 

A secretária-adjunta da Secretara de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (Sepog), Marília Emília da Silva, afirmou que o Estado abriu no orçamento dos 0,5% da corrente líquida. “Hoje no orçamento do Estado esse dinheiro está aberto para o Fundo. Hoje ainda se coloca orçamento um pouco maior, sendo de R$ 1.8 milhões, R$ 400 mil a mais”, afirmou. 

Ela ressaltou que o funcionamento do fundo é de extrema importância, porém, além da legislação vigente é preciso ações para estabelecer a cultura. “Sei que daqui sairão propostas que nos ajudarão a viabilizar a operação desse Fundo. O Estado está aberto para conduzir e atender a legislação vigente”, concluiu Marília. 

Reginaldo Cardoso, presidente do Conselho Municipal de Cultura, conhecido popularmente como “Macumbinha”, disse que, apesar de o conselho estar passando por uma reestruturação, eles se colocam a disposição para somar e esclarecer essas questões do Fundo. “O Conselho está recomeçando e faremos esse tripé junto ao governo do Estado e ao Poder Legislativo para ajudar”. 

Laila Rodrigues Rocha, diretora central de contabilidade, representando a Secretaria do Estado de Finanças (Sefin), afirmou que para a criação do Fundo é necessário, além da lei, a existência de um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e uma receita própria. “Para que isso ocorra fica por parte de todos aqui, para que isso dê certo. A Sefin está à disposição para tirar dúvidas e ajudar no possível”. 

A pró-reitora de cultura, extensão e assuntos estudantis da Universidade de Rondônia (Unir) parabenizou a iniciativa da Casa de Leis ao fazer a audiência e afirmou que a instituição se compromete em garantir que os artistas de Rondônia tenham condição de produzir, da melhor forma, a arte e cultura do Estado. “É necessário o apoio e pensar em políticas públicas por meio de editais e reforçar o intuito de ter um fundo funcionando”, afirmou. 

O coordenador do sistema estadual de cultura de Rondônia, Chicão Santos, afirmou que está nessa luta desde 2012 e que é de extrema necessidade a implantação do sistema nacional. “A cultura é um importante vetor da transformação social”. 

O produtor e gestor cultural Fabiano Barros afirmou que esteve com um técnico da Sefin e que alguns cálculos precisam ser refeitos. Ele ressaltou que o mais importante agora a ser discutido é uma forma concreta de administração do fundo e uma conta para os recursos encaminhados. 

Segundo Fabiano, atualmente o Estado é detentor das melhores políticas públicas. “Temos planos, conselhos e fundos, mas não é movimentado. Ouvimos sempre que a cultura transforma tudo, mas é preciso tirar esse olhar amador de cima da cultura e levá-la a sério”. 

O líder do Movimento Pró-Cultura de Porto Velho e ex-integrante da Banda Versalle, Rômulo Pacífico, lembrou que o pedido na audiência nada mais é que o direito já explícito em lei vigente. “É absurdo saber que há uma lei há seis anos e ainda não tem repasse para o fundo, apenas o obrigatório”. 

Ele afirmou que, além dos recursos estaduais, a cultura recebe também dinheiro de âmbito federal e tem direito a outros repasses, porém não recebe devido a falta do envio inaugural do Executivo Estadual ao Fundo Cultural. “Nós só poderemos dizer que trabalhamos com cultura realmente quando o Governo aumentar o orçamento estimado para o setor”. 

Moraes, no fim da audiência, fez cinco encaminhamentos: envio ao Poder Executivo solicitando o valor oficial direcionado ao Fundo de Desenvolvimento Cultural, nos termos da lei; seja regulamentada como unidade gestora o Fundo Estadual de Cultura na Lei Orçamentária Anua; se discuta quanto a possível extinção da Funcer para que os valores cobrados pela Fundação sejam estipulados por lei; proposição a Casa de Leis para que os parlamentares direcionem ao menos 5% das emendas ao Fundo e a garantia, através do previsto no orçamento de 2018, de o pagamento dos editais já em andamento.

Autor / Fonte: ALE-RO

Comentários

Leia Também