Deputado federal se manifesta após a polêmica desencadeada pela circulação de um vídeo onde a pastora critica educadores da Capital de Rondônia
Porto Velho, RO – A pastora evangélica Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo de Jair Bolsonaro (PSL), acusou de maneira injusta, genérica e irresponsável os professores de Porto Velho.
De acordo com ela, os educadores da Capital teriam aplicado prova com conteúdo pornográfico a crianças de apenas 8 anos de idade, conforme relatou o jornal eletrônico Rondônia Dinâmica, que apontou, inclusive, a origem da fala.
REPORTAGEM E VÍDEO EM
No discurso crítico proferido durante uma Ministra de Bolsonaro, Damares Alves diz que professores de Porto Velho aplicaram provas com conteúdo pornográfico a crianças de 8 anos
Num discurso com mais de uma hora de duração, Damares mostra, em terminado trecho, uma questão de prova em que teria sido usada em uma tirinha retirada do gibi da Turma da Mônica, de Maurício de Sousa.
O diálogo original entre as personagens conserva o leve tom humorístico de Maurício de Sousa; já na questão da prova, a última parte da tirinha fora adulterada dando conotação sexual à conversa do pipoqueiro com Magali.
E aí que Damares Alves acusa os professores de Porto Velho sem mencionar nomes ou mesmo a instituição de ensino onde a avaliação teria sido aplicada.
Caso aconteceu no Acre
Na realidade, o caso realmente aconteceu, mas o fato se distancia e muito ao discurso proferido pela ministra do governo liberal.
No final de outubro de 2013, a tirinha adulterada foi usada em uma questão de prova para alunos da 4ª série do Ensino Fundamental da Escola Luiza Batista de Souza, em Rio Branco.
O G1 chegou a noticiar o fato trazendo à tona todas as versões que rodeiam o episódio, incluindo à reportagem a fotografia do rascunho de prova com a tirinha original, sem o diálogo obsceno.
CONFIRA A MATÉRIA
Prova é aplicada com palavrão em tirinha da Turma da Mônica no AC
O que ocorreu é que, na hora de digitalizar a prova, a secretária responsável pela montagem da avaliação optou por buscar a tirinha na Internet e não percebeu a adulteração do conteúdo original escrito pelo autor.
Embora tenha havido negligência em relação à situação, passível de apuração e responsabilização, não há nada no contexto verdadeiro do caso que se encaixe ao compêndio do seminário promovido por Damares Alves, onde a pastora tenta demonstrar a todo custo que educadores incutem a sexualidade na cabeça das crianças.
Depois do Sintero, é a vez de Leo Moraes
O erro de Damares Alves vai muito além de um resvalo geográfico – isto sim um sintoma pujante de deficiência educacional – costumeiro mesmo nas redações dos jornais mais importantes do Brasil, que, a todo o tempo, confundem Rondônia com Roraima, por exemplo.
Ao trocar Rio Branco por Porto Velho, a ministra atingiu toda a categoria de educadores do estado de Rondônia, até porque não deixou claro se a situação relatada de maneira equivocada teria ocorrido na rede municipal ou estadual de ensino.
Em decorrência disso, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Rondônia (SINTERO) veiculou Nota de Repúdio solicitando a manifestação de ambas as pastas em relação ao caso a fim de resguardar a integridade dos docentes regionais.
Ontem mesmo o deputado federal Leo Moraes (Pode) fez a mesma coisa ao repudiar as informações equivocadas repassadas pela ministra Damares Alves.
Em determinada passagem, ele pontua:
“A Ministra deve lembrar que tem responsabilidade sobre as informações que divulga e, assim como ela, nossos professores em Rondônia prezam pela formação das nossas crianças. E não podem ser injustiçados com inverdades fora de contexto”.
Confira abaixo a íntegra da manifestação
Autor / Fonte: Rondoniadinamica
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