Centro-Oeste e Rondônia depois de Getúlio e Juscelino

Para produzir o livro “Centro-Oeste e Rondônia depois de Getúlio e Juscelino” na verdade, não foi uma das tarefas mais fáceis, relata o jornalista, José Luiz Alves, que ao longo de vários anos vem pesquisando a trajetória econômica e social desta região, que começou a conquistar espaço a partir de 1942, com o evento da Segunda Guerra Mundial. Porém tornou-se gratificante contextualizar de maneira clara e objetiva os acontecimentos e fatos de épocas distintas.

A obra com 210 páginas em fase de revisão vem de encontro à necessidade de se registrar por todos os ângulos, a outra face de um quadro, que assim como tantos outros episódios, nas histórias regionais, ou do País, só se conhece “por ouvi dizer, ou meu avô contava”, sustenta o jornalista.

Obrigatoriamente ao colocar no papel não poderia deixar passar em branco a figura do marechal Cândido Rondon, que apesar do fracasso da linha telegráfica, assim como a Ferrovia Madeira-Mamoré, mas que serviram de base aos ambiciosos projetos desenvolvimentistas de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheck, estadistas visionários e sonhadores “cada um ao seu tempo, fizeram a diferença”, frisa José Luiz Alves

“Na medida do possível, busquei retratar o lado controverso, ainda na atualidade, quando se debate o desenvolvimento sustentável com o ambientalmente correto registrando para as futuras gerações, que a região Centro-Oeste, Amazônica e por via de conseqüência o Estado de Rondônia, nem sempre foram uma maravilha”, argumenta o jornalista.

Contudo, Rondônia, representa uma parcela importante no Produto Interno Bruto (PIB) do País, sendo o Estado que mais cresce na região Norte, ao lado do Centro-Oeste, com a soja, o milho e boi gordo transformando a paisagem e a vida de muita gente.

“Realizei dezenas de entrevistas com pessoas que vivenciaram de uma maneira ou de outra o desenvolvimento desta área territorial (Rondônia) que em menos de 80 anos ocupando um espaço físico com pouco mais de 237 mil quilômetros quadrados, praticamente o tamanho do Rio Grande do Sul, no período agudo da crise econômica, política e social que sacudiu o Brasil entre 2015 e 2018 manteve um crescimento médio de 3,5% acima da média nacional”.

Tem mais: José Luiz foi buscar na Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, com a socióloga, neta de Getúlio Vargas, Celina Vargas do Amaral Peixoto, um exemplar do “Diário de Getúlio” de 1937 a 1942, quando ele criou o então Território do Guaporé. “Li as 900 páginas com textos críticos e outros hilariantes, onde Getúlio Vargas comenta sobre o tempo que se perde com as tricas e futricas dos políticos”, diz.

A obra prevista para ser lançada em nível nacional entre julho e agosto, revela equívoco e acertos dos governos militares entre 1961 e 1985, quando nos anos de 1970 e 1980 o Brasil registrou o maior fenômeno migratório de sua história com milhares de agricultores e famílias do Sul se deslocando para o Norte. A ordem era “integrar para não entregar” e “terras para homens sem terra”.

O político ou pensador moderno, ao folhear “Centro-Oeste e Rondônia depois de Getúlio e Juscelino” constatará que o território de Rondônia, viveu isolado por mais de 400 anos baseado na economia rudimentar na coleta de produtos ofertados pela natureza, látex, essências, castanhas, ervas medicinais, peles de animais selvagens, garimpos de ouro e diamante, por certo, pode considerar que tudo que está escrito “foi uma verdadeira insanidade”.

Não é para menos. Desde o inicio das obras da Ferrovia Madeira-Mamoré em 1907 a 1912 onde cada dormente implantado representou a vida de cada um dos 10 mil trabalhadores, passando pela BR 364 até a virada do século 20, o desenvolvimento de Rondônia, com Getúlio, Juscelino e militares, incluindo o Centro-Oeste e Amazônia, gostem ou não os bairristas, foi irrigado pelo sangue, suor e sofrimento de milhares de brasileiros. “Muitos vieram e nunca mais retornaram”, finaliza José Luiz Alves.

Autor / Fonte: Assessoria

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