Editorial – As reformas do governo federal têm culpados sim, mas não são os empresários

Editorial – As reformas do governo federal têm culpados sim, mas não são os empresários

Porto Velho, RO – O raciocínio mais superficial nos leva a crer que as reformas propostas pelo governo federal não são necessárias. Seria um engano pensar desse jeito, uma vez que o Brasil desce ladeira abaixo sem freio e na velocidade da luz.

Há problemas econômicos que precisam de soluções que, caso não sejam imediatas, necessitam de planejamento em longo prazo para que o País possa voltar aos trilhos do desenvolvimento. O grande questionamento tem a ver com os verdadeiros culpados dessa bolha inflacionária que levou a nação a este momento crítico.

Muitos culpam a Consolidação das Leis do  Trabalho (CLT) pelo engessamento da abertura do mercado em relação a novos postos de ofício. O trabalhador, capitaneado por sindicalistas e centrais, tem se manifestado contra o empresário, nomeando-o como o vilão da história. Pois bem, não é.

Em primeiro lugar, é preciso relembrar que essas grandes reformas propostas pelo governo federal, comandado por Michel Temer (PMDB), um presidente que não fora eleito democraticamente, ou seja, ninguém jamais o escolheu para tal fim, estão sendo tocadas a ‘toque de caixa’ no intuito de promover gigantescas alterações institucionais em solo brasileiro.

Os políticos, claro, não fazem a mínima questão de considerar que, o funcionário, parte fraca da relação trabalhista, está em posição de fragilidade perante o patronato. Grandes empresários vivem a financiar campanhas eleitorais. Estes, por sua vez, querem facilidades. Querem mais flexibilidade na hora de contratar ou demitir seus empregados. Com a pecha de ‘vagabundos’, patrocinada à exaustão por políticos do momento, como o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB), o lado fraco da situação se vê cada vez mais colocado em xeque diante das inúmeras justificativas à conclusão deste episódio.

Dificilmente alguém que analisar profundamente o tema dirá que as reformas não são necessárias. O grande problema, na realidade, é a maneira a qual o objeto está sendo discutido. Os trabalhadores brasileiros estão sendo atropelados pelo Congresso Nacional sem direito a opinião. E o eleitor, pobre coitado, continua a votar sob o viés da ignorância, recebendo a traição à surdina como consequência de sua escolha.

Os responsáveis por tudo o que está acontecendo não são os empresários. Os irresponsáveis, palavra mais apropriada, são os eleitos, pessoas escolhidas a dedo por quem agora está se rebelando contra as medidas. A urna é única ferramenta capaz de dissuadir qualquer ícone dessa trajetória.

Infelizmente, pelo menos agora, a ideia é torcer para que o Senado seja coerente e, adiante, nas eleições de 2018, o cidadão tenha mais consciência na hora de escolher seus representantes.

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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