Editorial – Decano do PMDB rondoniense, Confúcio Moura se vê obrigado a declarar o Dia do Fico

Editorial – Decano do PMDB rondoniense, Confúcio Moura se vê obrigado a declarar o Dia do Fico

 Porto Velho, RO – "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico!" – entoou D. Pedro de Alcântara, o primeiro imperador do Brasil, quando o então príncipe regente se posicionou veementemente contra as ordens das Cortes Portuguesas, que exigiam sua volta imediata a Lisboa.

No dia 9 de janeiro de 2018, ano de eleições, o Dia do Fico completará 196 anos, quase dois séculos.

Agora, cai no colo de outra figura política importante a árdua missão de repetir o gesto e garantir prosperidade e vida longa às relações institucionais que ajudou a edificar durante dois mandatos na condição de governador de Rondônia: Confúcio Moura, do PMDB.

Aliás, não só os mandatos de chefe do Executivo do Estado, mas também os que o avalizaram como gestor quando fora prefeito eleito e reeleito de Ariquemes e ainda deputado federal por três vezes consecutivas.

A imagem construída em torno de Confúcio Moura tem muito a ver com lealdade e fidelidade partidária construídas interna e externamente – a muito custo – trabalhando alinhado às convicções que, há muito, não se enxergam nas hostes peemedebistas no Brasil, mas sobrevivem encarnadas em sua atividade pública e transparente.

Qual gestor corajoso o suficiente faz um blog particular para confessar erros e expor o calcanhar de Aquiles rotineiramente tanto à população quanto aos adversários?

Os inimigos, urubus à espreita da carne morta de quem quer que seja, sobrevoam em vigília coletiva enquanto aguardam os mais inócuos equívocos.

Mesmo assim, Moura resiste à mácula imposta ao PMDB pela própria atuação da legenda e muitos de seus correligionários, decretando, no fim das contas, que a sigla precisa muito mais dele para reestabelecer-se que o contrário.

A propósito, as qualidades de integridade e honradez enxertadas à personalidade daquele que pode ser considerado o decano-mor do partido nestas Terras de Rondon não deixariam – ou pelo menos não deveriam deixar – a consciência de um homem de convicção abalar-se por projeções meramente eletivas.

Relegar a obra que ajudou a conceber, arquitetar, dar forma e acabamento ao abandono e à própria ruína por ideais mesquinhos de Poder não combina com o perfil do médico humanista que tem sempre algo sensível a dizer quando opera como escritor.

Para sacramentar o arcabouço que torna sólida a retidão do governador falta, para todos os efeitos, instituir o Dia do Fico rondoniense:

“Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, diga ao PMDB que fico”, gritaria entusiasmado o fleumático Confúcio à beira do Madeira.

Autor / Fonte: Rondônia Dinâmica

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