Porto Velho, RO – Se com a entrada de Jesualdo Pires (PSB), ex-prefeito de Ji-Paraná, a disputa eleitoral para o Senado em Rondônia já havia se transformado previamente num enorme problema para os emedebistas Valdir Raupp e Confúcio Moura, imagine agora quando aventadas pré-candidaturas da ex-senadora Fátima Cleide, do PT, e do deputado federal Marcos Rogério (DEM).
A petista vem de dois reveses em disputas majoritárias; a última, quando concorreu à Prefeitura de Porto Velho em 2012, alcançando 29.564 votos saindo já no primeiro turno em quinto lugar, atrás de nomes como Mário Português, Mariana Carvalho, Mauro Nazif e Lindomar Garçon.
Dois anos antes, Fátima havia tentado a reeleição ao Senado Federal, mas esbarrou nas figuras de Ivo Cassol (PP) e Valdir Raupp (MDB). Em 2002, foi eleita com o apoio de 233.365 mil pessoas ao cargo que ocupou por oito anos vencendo Raupp – eleito em 2º lugar – com quase 23 mil votos de diferença.
Retorna agora, em 2018, seis anos após o último baque eleitoral a fim de ocupar, mais uma vez, uma cadeira no Congresso Nacional. Como não há máculas relacionadas ao seu nome em termos de envolvimento em casos de corrupção, Fátima Cleide destoa ao complicadíssimo momento vivenciado pelo PT, ainda fragilizado regionalmente.
Marcos Rogério, por outro lado, teve ascensão na carreira política – pelo menos em termos de votos. Em 2010, ainda pelo PDT, foi eleito na “rabeta” por conta do quociente eleitoral.
À ocasião, se elegeu com 15.026 votos chegando ao posto de deputado federal exclusivamente por conta do sistema proporcional – já que quatro nomes tiveram performance melhor no quesito votação. Anselmo de Jesus, do PT, com 27.942; Joarez Jardim (PP), com 25.287; Valdeci da Farmácia (PP), com 20.427 e Célia Pastorio, do PTB, com 18.094, todos ficaram de fora.
A coisa mudou de figura quatro anos depois, quando o ex-pedetista, ainda pelo partido de Brizola, alcançou 60.780 votos, superando Mariana Carvalho (60.324) e ficando em segundo lugar no quadro geral, atrás apenas de Marinha Raupp, do MDB, que elegeu-se com 639 “Confirma” a mais.
Mas sua ascensão política não é a única coisa meteórica; em 2010, o deputado declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 260 mil, formado por um imóvel em Ji-Paraná, algo em torno de R$ 200 mil, e uma S-10 de R$ 60 mil. Quatro anos depois, postulante à reeleição, o parlamentar declarou R$ 733,005.50 à Justiça Eleitoral; ou seja, mais de três vezes o patrimônio registrado oficialmente na eleição anterior. O avião comprado em cotas junto com amigos ainda não constava na declaração de patrimônio na última eleição.
Com seus devidos pontos positivos e negativos considerados, o eleitor terá, caso as pré-candidaturas sejam confirmadas, dois nomes de peso político à dispoção para pinçar de uma nominata que há pouco já era fortíssima.
Confúcio Moura, Valdir Raupp, Aluízo Vidal (Rede), Expedito Júnior (PSDB), Jesualdo Pires (PSB) e Caetano Neto (Podemos) não terão vida mole com Fátima e Rogério no embate. O acervo fica cada vez maior, plural e interessante.
Autor / Fonte: Rondoniadinamica
Comentários