O ex-governador de Rondônia, Confúcio Moura (MDB) é mesmo um mestre em criar situações, para marcar presença na mídia sem a necessidade de patrocínio. Foi assim nos dias em que marcaram sua saída do governo e também agora, com a proximidade das convenções partidárias, que terão início no próximo dia 20 e serão encerradas no dia 5 de agosto.
Nos dias que antecedem as convenções, para escolha dos candidatos majoritários e proporcionais Confúcio ocupa espaço considerável nos meios de comunicação eletrônico, televisivo, radiofônico ou impresso de forma ampla sempre com assunto polêmico. Deixou o governo contrariando o partido, que precisava dele para dar o suporte logístico necessário, porque sempre esteve bem avaliado e seria importante aliado numa disputa eleitoral. Renunciou.
Às vésperas de sua renúncia, após afirmar que permaneceria no cargo, Confúcio mais uma vez mobilizou a mídia. Convocou dezenas de prefeitos e assinou convênios para pavimentação urbana. As prefeituras, a maioria já em crise financeira se afundou ainda mais, pois elaborou projetos e o Estado não tem orçamento para cumprir a sua parte.
Fora do governo Confúcio trabalha uma pré-candidatura ao Senado, mas o partido, precisa dele concorrendo, sim, mas à Câmara Federal, por onde já passou e deixou um legado positivo. O MDB já tem o senador Valdir Raupp pré-candidato ao Senado e só estarão em disputa duas das três vagas.
O MDB tem pré-candidato a governador, o presidente da Assembleia Legislativa (Ale). Maurão de Carvalho. A pré-candidatura de Raupp é natural. Caso Confúcio mantenha sua posição em disputar o Senado, o MDB terá que concorrer com chapa “puro-sangue”, situação que não é conveniente para o partido que precisa de parceiros. Seria um salto no escuro, inviável.
Maurão está magoado com Confúcio, porque foi um parceiro do governador durante os três anos e três meses do segundo mandato. Em várias oportunidades o deputado se portou como líder do governo em defesa dos interesses do executivo. E Maurão está coberto de razões.
Para Confúcio o candidato do partido seria seu fiel escudeiro, o ex-secretário da Fazenda do seu governo, Wagner Freitas. Como Confúcio não conseguiu “derrubar” Maurão tentou emplacar Wagner como vice, o que seria um ato de suicídio político do MDB, em disputar as eleições sem parceiros, sem coligação, sem oferecer uma contrapartida.
As convenções estão se aproximando e Confúcio monopoliza o noticiário regional, porque insiste numa pré-candidatura ao Senado, quando tem condições de disputar a Câmara Federal com enorme chance de ser o mais bem votado e ainda, reeleger ou eleger pelo menos mais dois federais. Coligando as chances se avolumam, porque o partido tem nomes bons de voto. A representação federal é fundamental para a sigla partidária.
A cúpula do MDB no Estado, capitaneada pelo presidente do diretório regional Tomás Correia continua afirmando, publicamente, que o partido tem dois pré-candidatos ao Senado. E de fato é verdade, mas nas convenções, por uma questão lógica, de a necessidade de manter o partido em evidência somente um nome concorrerá, para se abrir espaço para coligações.
Confúcio certamente irá para a convenção buscar a vaga ao Senado, mas terá que se contentar com a Câmara Federal, até por uma questão de bom senso. Se é que existe bom senso na política.
No caso se aplica bem o ditado popular: “farinha é pouca meu pirão primeiro”.
Autor / Fonte: Rondônia Dinâmica
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