Porto Velho, RO – Eles são empresários, senadores da República pelo Estado de Rondônia e ambos almejam o Palácio Rio Madeira em 2018.
Ponto.
Termina aí o rol de semelhanças! Em todos os outros quesitos são inexoravelmente como água e óleo.
Acir Gurgacz, do PDT, e o ex-governador Ivo Cassol, do PP, já se engalfinharam à base da retórica fazendo ecoar na imprensa declarações mútuas de ódio, escancarando as desavenças tanto políticas quanto pessoais.
Por um lado, Cassol, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por fraude em licitações, acusa o pedetista de sonegar cifras altíssimas em impostos beneficiando uma das empresas do colega, a Eucatur.
Momento de descontração no Congresso Nacional
Não foi a acusação que despertou – finalmente – a insurgência pública de Gurgacz, que silenciou enquanto pôde acerca destas declarações, optando pelo mais fácil: ingressar com ação na Justiça contra o jornalista que “ousou” retratar o manifesto de Cassol. Isto em vez de agir corretamente e voltar-se contra o parceiro de bancada, verdadeiro autor e proliferador da informação.
O que mexeu mesmo com o empresário dos transportes foi outra declaração do até então arquirrival, quando o progressista criticou um dos projetos de Acir alegando que a propositura prejudicaria os taxistas, vez que acabaria proibindo corridas intermunicipais.
“Na avaliação de Cassol, a iniciativa tem como principal finalidade beneficiar a Eucatur, empresa de Gurgacz, que comanda praticamente sozinha o transporte intermunicipal em Rondônia”, relatou a assessoria do ex-chefe do Executivo.
Ah, aí não. Aí foi a gota d’água...
Cansado de apanhar calado, tal qual criança que reage às investidas dos amiguinhos recheadas de bullying, enfrentou de vez o problema encarnado.
Gravou um vídeo pesadíssimo acusando Cassol de gastar milhões de reais que “roubou das compensações das usinas”. Como para bom entendedor meia palavra basta não é necessário explicar o que já está suficientemente exposto.
Uma guerra pré-eleitoral parecia prestes a eclodir, mas em vez de bombardeios atômicos a zenga foi arrefecendo aos poucos.
Na visita do presidente Michel Temer (PMDB) a Rondônia para inauguração do Hospital de Câncer da Amazônia, os desafetos posaram juntos no registro fotográfico patrocinado pela também peemedebista Marinha Raupp, denotando clima de paz e amor.
'Selfie' de Marinha Raupp com o marido, Temer, Cassol e Gurgacz
Porém o “abraço reconfortante” e o afago derradeiro de Gurgacz vieram, inacreditavelmente, de onde menos se esperava: do Diário da Amazônia, jornal de propriedade de sua família. Após o STF pautar o julgamento do recurso de Cassol depois da pressão imposta pela procuradora-geral da República Raquel Dodge, o empreendedor de espírito benevolente declarou esperar a vitória do congressista na Suprema Corte.
O julgamento, marcado para ocorrer na última quinta-feira (07), deve acontecer em sessão extraordinária convocada pela presidente Cármen Lúcia para a próxima quarta-feira (13) de manhã. Se não houver novo contratempo, é claro.
“Fica ruim para a imagem de Rondônia ter um de seus representantes no Senado Federal preso pelo STF”, disse o senador Acir à Rede TV!
Realmente, o grande problema do Estado é ter um de seus representantes eletivos atrás das grades, como se já não fôssemos especialistas nisso (Dominó, Termópilas, Apocalipse, Plateias, Vórtice/Endemia...), inclusive com recordes e pioneirismos à la Donadon.
Donadon fez mal para a imagem de Rondônia; prendê-lo não
Amigos? Inimigos? Aliados? Adversários? Verdade? Encenação? Amor? Ódio? Indiferença? Para eles – e tantos outros – tanto faz. Para o eleitor, no entanto, pode ser complicado passear por tantas exposições incongruentes.
Quem erra e anda torto precisa pagar o preço, não importa o peso do sobrenome, não interessa quem seja.
A história regional nos ensina que a imagem de Rondônia é maculada pela ação inescrupulosa de autoridades sem caráter que se apropriam do que não lhes pertence.
Sempre as mesmas pessoas que estão se locupletando enquanto o povo pena, dá duro e sofre.
Cadeia a político sentenciado pelo Judiciário em todas as instâncias contribui para limpar a barra rondoniense nacionalmente, não passar a mão na cabeça e tentar “aliviar” o fardo baseado em escusas de aparência coletiva.
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