Porto Velho, RO – O já conhecidíssimo escândalo da ponte de Ji-Paraná, que culminou com o bloqueio de R$ 18,5 milhões em bens do ex-diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/RO) Ezequiel Neiva e demais réus na ação movida pelo Ministério Público (MP/RO), teve novo desdobramento.
Na última terça-feira (22), a juíza de Direito Inês Moreira da Costa, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Porto Velho, indeferiu pedido de Neiva, que se posiciona como pré-candidato a deputado estadual pelo MDB.
Ele solicitou à Justiça de Rondônia que fosse excluída ordem de penhora em conta bancária “sob fundamento de que apenas lhe é depositado valores a título de verbas salariais, o que é impenhorável”.
A magistrada, no entanto, negou o pleito, justificando:
“Ocorre que a parte apesar de alegar que recebe apenas verbas de natureza salarial em sua conta, deixou de apresentar extrato bancário para comprovar suas alegações”, pontuou Inês Moreira.
Justiça bloqueia R$ 18,5 milhões de Ezequiel Neiva e demais réus do escândalo da ponte
Ela prosseguiu dizendo que, apesar da ordem de bloqueio bancário, não foram encontrados numerários à disposição, “inexistindo qualquer bloqueio de verbas salariais, não havendo fundamento de dano à parte que possa modificar a decisão deste Juízo”.
Bloqueio de gados
A juíza relatou, ainda, que chegaram informações de existência de registro agropecuário junto à Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) em nome de Luciano José da Silva, procurador autárquico do DER/RO e Luiz Carlos Gonçalves da Silva, proprietário da empresa Ouro Verde, construtora pivô no aventado esquema exposto pelo deputado Hermínio Coelho (PCdoB) e apresentado ao Judiciário pelo MP/RO.
“Assim, expeça-se ofício para o IDARON/RO para bloqueio de eventual gado em nome de Luciano José da Silva e Luiz Carlos Gonçalves da Silva, evitando a comercialização e transferência dos semoventes”, concluiu a magistrada.
Relembre
O famigerado escândalo da ponte de Ji-Paraná foi denunciado pelo promotor Geraldo Henrique Ramos. Diversas pessoas são acusadas de agir em conluio para desviar R$ 30 milhões dos cofres públicos do Estado de Rondônia.
Além de Ezequiel Neiva, ex-diretor-geral do DER/RO, Ramos responsabiliza, inicialmente, outros sete réus pelos desvios travados à distância dos olhos dos fiscais da lei.
São eles: Luciano José da Silva, procurador autárquico do DER/RO; Reinaldo Roberto dos Santos, que ocupa o mesmo cargo no departamento; Construtora Ouro Verde; Luiz Carlos Gonçalves da Silva, proprietário da empresa; Câmara de Mediação e Arbitragem de Ji-Paraná (Camaji); Juliana Miyachi, sócia-administradora da Camaji; Maria Aparecida Pires da Silva, sócia cotista da Camaji e o próprio Estado de Rondônia.
Confira abaixo a íntegra do despacho
Autor / Fonte: Rondoniadinamica
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