Ex-presidente do partido Solidariedade em Rondônia é condenado por estuprar a filha; sentenciado também comandava a Força Sindical

Porto Velho, RO – A Justiça de Rondônia condenou o político e sindicalista Francisco de Assis Pinto Rodrigues, conhecido como Assis da Força, pelo crime de estupro de vulnerável praticado, segundo o Ministério Público (MP/RO), contra a própria filha, uma adolescente de apenas 13 anos à ocasião dos primeiros abusos.

A juíza Euma Mendonça Tourinho fixou a pena em 16 anos e três meses de reclusão a ser cumprida em regime inicial fechado. No entanto, Rodrigues poderá recorrer em liberdade até o trânsito em julgado da decisão, pois respondeu livremente ao processo. 

Assis da Força chegou a presidir o partido Solidariedade em Rondônia, mas não faz mais parte de seus quadros segundo o atual comandante da legenda no Estado, Junior Dall'Agnol; além disso, foi presidente da Força Sindical.


Site 'Eleições 2014' aponta: Assis renunciou à candidatura em 2014

O pivô da tentativa de ‘rasteira’ em Expedito nas eleições 2014

Em 2014, pelo Solidariedade, chegou a registrar candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/RO), mas renunciou à postulação sem maiores explicações. A justificativa mais razoável fora apresentada pelo site de notícias Rondoniagora no dia 20 de julho de 2014, quando noticiou uma tentativa de ‘rasteira’ praticada por Assis em Expedito Júnior (PSDB) ao ser cooptado pelo grupo do senador Ivo Cassol (PP), que à época apoiava a candidatura da irmã Jaqueline, então no PR, ao Governo do Estado.

A executiva nacional do Solidariedade interveio na direção estadual, destituindo os poderes de Assis da Força Sindical. O SD não poderia coligar com outro partido para Governo, senão com o PSDB”, destacou à ocasião.

Em 2015, o jornalista Xico Nery relatou os bastidores do "sumiço" de Rodrigues tanto em relação aos movimentos sindicais quanto nas hotes políticas, refugiando-se ao ostracismo público.



Outro lado

Sobre a condenação, Rondônia Dinâmica entrou em contato com Francisco de Assis através de um número fornecido pela Força Sindical, entidade que, de acordo com a secretária, não mantém mais ligações com o condenado. Ele não quis comentar a decisão, embora tenha dito que seu advogado irá recorrer.

Cabe recurso.

Mais vítimas

Ao analisar a conduta de Assis através dos autos, a magistrada destacou que, além da filha, o sindicalista teria outras vítimas em sua carta de crimes, todas menores; entretanto, os ilícitos não foram levados em conta no processo em que foi condenado a mais de 16 anos de prisão.

“[...] o réu nega a prática da ocorrência ilícita lhe imputada, restando tese isolada nos autos. Explico.  Há coesão entre as narrativas orais realizadas pelas testemunhas e a vítima, sendo uníssonas no sentido da prática consciente do ato pelo denunciado”, apontou Euma Tourinho.


Assis da Força recorre em liberdade

O pai

O Poder Judiciário finalizou destacando que, a respeito da consciência mencionada pela juíza, “é importante pontuar que o denunciado tinha total ciência de que a vítima era menor com menos de 14 anos, pois era pai desta, convivendo rotineiramente por longo tempo com a mesma”.

E concluiu:

“O réu [Assis da Força] apenas negou o cometimento do crime, mas não há qualquer prova que lhe isente da atuação ilícita atribuída a sua autoria”, finalizou.

Autor / Fonte: Rondoniadinamica

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