"Com a guerra contra as drogas, as Filipinas renovam o seu compromisso com a responsabilidade do Estado de proteger, acima de tudo, aqueles que cumprem a lei contra aqueles que não cumprem", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros filipino, Teodoro Locsin, durante uma intervenção numa reunião ministerial da Comissão de Estupefacientes da ONU, a decorrer em Viena (Áustria).
Segundo o chefe da diplomacia filipina, a estratégia de "linha dura" imposta pelo governo liderado pelo Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, já possibilitou que mais de 1,4 milhões de consumidores de drogas tenham iniciado um tratamento e fez descer a taxa de criminalidade em 30%.
No âmbito da estratégia contra o narcotráfico imposta por Duterte, a polícia filipina calcula que cerca de 5.000 pessoas morreram, números que são contestados por grupos civis e ONG internacionais que apontam para mais de 20 mil mortos e acusam as forças de segurança de pôr em prática uma campanha de assassínios.
Os juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) admitiram recentemente avançar com uma investigação para apurar o envolvimento de Rodrigo Duterte em ações de massacre e "crimes contra a humanidade", no âmbito da luta do país contra os traficantes de droga.
Mas, esta intenção poderá chocar com a falta de reconhecimento de Duterte, desde março de 2018, da jurisdição deste órgão judicial.
Hoje, em Viena, o ministro dos Negócios Estrangeiros filipino reconheceu que existiram alguns abusos "repulsivos" por parte das forças policiais, mas também frisou que foram casos isolados e que não eram razão para parar com a "guerra" contra o narcotráfico.
"Dizem que devemos suavizar a nossa postura, que devemos legalizar as drogas como alguns países europeus têm feito", afirmou o ministro, apesar de nenhum Estado europeu ter adotado tal política.
"Poderíamos considerar essa possibilidade se tivéssemos o tamanho de uma lata de sardinhas, mas somos uma nação de 110 milhões de pessoas e com milhares de milhas de costa", argumentou o chefe da diplomacia filipina.
Na mesma intervenção, Teodoro Locsin lançou críticas contra as ONG europeias que têm denunciado a atitude do governo de Duterte, afirmando que estas organizações têm promovido "uma guerra de relações públicas contra a guerra do país contra as drogas".
"A partir desta campanha de difamação, as ONG europeias começaram outra guerra contra a nossa sociedade e a nossa segurança", acrescentou o ministro filipino.
Autor / Fonte: LUSA
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