Fim do uso de celular nas salas de aula em Rondônia? Falta 'combinar' com os alunos...

HÁ EGO QUE SUPORTE TANTA EXPOSIÇÃO DIÁRIA EM TODA A MÍDIA BRASILEIRA?

Há um clima de tensão que não há mais como esconder, de divisão, de opiniões, de posições políticas, de confrontos emergentes dentro do Superior Tribunal Federal, o STF, a mais alta corte da Justiça Brasileira. Não é de hoje, mas a cada dia a situação fica pior, com os ministros não só tomando decisões que, no mínimo, têm questionamentos em vários setores da sociedade como, ao mesmo tempo, os confrontam, ao vivo, pelas TVs,  como se estivessem em palanques eleitorais.

Até há bem poucos anos atrás, os ministros do Supremo era figuras praticamente desconhecidas do grande público. Alguns deles, mesmo os que ficaram no STF durante longos anos, poderiam transitar em ruas de qualquer cidade brasileira; podiam ir aos shoppings fazer compras; andar para lá e para cá, porque se misturariam ao populacho, praticamente anônimos que eram.

Claro que houve exceções, como Paulo Brossard e Nelson Jobim, mas no geral, quase todos os antigos ministros ficaram no desconhecido. O STF começou a ser exposto quando suas sessões passaram a ser transmitidas pela TV.

Ficou claro, a partir daí, que não há egos que suportem uma exposição diária tão intensa. Mesmo os que, teoricamente, eram mais modestos e não chegados às câmeras e microfones, acabaram se tornando quase que astros da mídia, porque suas decisões, seus discursos, suas opiniões, passaram a fazer parte também do noticiário do dia a dia, que chega a milhões de brasileiros.

As indicações políticas, que sempre existiram, também se acentuaram durante os últimos governos, quando os presidentes Lula e Dilma nomearam ministros claramente aliados à sua ideologia.

O primeiro pop star do Supremo foi Joaquim Cruz. Negro, de família pobre, homem humilde e com uma carreira espetacular, ele se tornou o centro de todas as câmeras e microfones, quando começou a mandar prender os criminosos envolvidos no Mensalão.

Dali em frente, cada decisão, cada tema mais complexo, cada reunião dos ministros, se tornaram atração especial  tanto nas redes de TV, como para toda a imprensa. Tudo se ampliou muito mais ainda, quando as redes sociais entraram no jogo.

Está claro, também, que assim como o Brasil, o STF está dividido. O ridículo e esdrúxulo bate boca desta semana, entre os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso foi apenas mais um round. Um triste e lamentável round, nesta guerra de beleza e egos, em que só nosso país sairá perdendo. Lamentável!

CAMPANHA POLÍTICA ABERTA

São milhares de mensagens, todos os dias. Do presidente Michel Temer a senadores e deputados federais; de deputados estaduais a prefeitos e vereadores; de políticos com mandato e dos que ainda sonham chegar a um: todos estão em campanha política aberta, pelas redes sociais. Como não há controle sobre elas, a não ser em casos excepcionais, vale tudo. Na maioria dos casos, principalmente para os atuais detentores de cargos eletivos, vale tudo. Fotos e vídeos acompanhando obras, andando nas ruas, visitando eleitores, entregando produtos de emendas; levando depoimentos de moradores que receberam algum benefício. Há ainda os que registram as reuniões, festas, batizados e até velórios a que comparecem. Na grande maioria dos casos, a campanha só não pede abertamente o voto, mas nas entrelinhas, qualquer das mensagens, por mais simples que possa parecer, é sempre um apelo direto ao eleitor. Publica-se de tudo: prestação de contas, claro, sempre  elevando à maior potência possível alguma realização; abraço nos amigos; agradecimentos a torto e a direito; mensagens de aniversários; muitas e muitas mentiras e, também, algumas agressões aos adversários. As redes sociais, que vão influir muito nas eleições do ano que vem, são um campo aberto, sem controle, onde vale quase tudo e que os políticos estão usando em profusão, desde agora, para cooptarem votos. Essa é a mais pura realidade.

DE CONFÚCIO AOS VEREADORES

Em Rondônia, é claro, as redes sociais seguem o mesmo caminho do que ocorre no restante do país. O governador Confúcio Moura, por exemplo, além de ter um Blog onde comenta assuntos do Estado e dá puxões de orelha públicos em seus assessores, é um frequentador assíduo de publicações no Facebook. O mesmo ocorre com o presidente da Assembleia, deputado Maurão de Carvalho, que usa muito bem não só o Face como também o Watts App, como muitos outros deputados, para se comunicar com a população. Na Assembleia, vários deputados já aderiram à essa nova forma de contato com o eleitorado. Um dos que se especializou nisso foi o deputado Laerte Gomes, que praticamente passa seu mandato pelos vídeos que posta todos os dias. O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves é o campeão dos vídeos. Anda pela cidade acompanhando obras e sempre faz seus comentários, anunciando alguma novidade ou destacando as suas ações. Seus secretários têm sido  bem menos frequentes, com exceção de Breno Mendes, que aparece, contudo, mais como empresário do que como ocupante de cargo público. O presidente da Câmara, Maurício Carvalho, tem usado menos, mas também faz das redes sociais um caminho para prestar contas e, é claro, vender seu peixe, como todos os políticos. Essa nova modalidade de campanha, daqui para a frente, vai mudar tudo em relação ao que se conhecia nas disputas eleitorais. Quem sair na frente, neste contexto, sai com vantagem sobre os que ainda não entenderam essa incrível inovação.

PREJUÍZO AO AGRONEGÓCIO?

A confusão continua na Câmara de Vereadores, apesar da ampla maioria do prefeito Hildon Chaves. A última reestruturação feita pela Prefeitura (aprovada por 14 votos a favor, três contra e quatro ausentes), ainda causa frisson quando é comentada entre vereadores. Os governistas alegam que as mudanças foram necessárias, porque representarão pelo menos 1 milhão de reais em economia com pagamento de salários de comissionados. Já os da oposição, uns por interesse político, outros por convicção, acham que a cidade pode ter prejuízos. O vereador Aleks Palitot, independente, que votou contra a mudança, por exemplo, tem argumentos robustos para protestar contra a união de três secretarias numa só, como é o caso das áreas de Turismo, Meio Ambiente e Agricultura. Ele tem defendido que agricultura e questões ambientais precisam de comandos diferentes. O fato de Porto Velho ter um agronegócio pujante, com mais de 900 mil cabeças de gado, entre outros avanços, é vital para o raciocínio de Palitot. Ele considera que ao invés de facilitar a vida do produtor, a união das secretarias vai é impor uma burocracia infernal e atrapalhar a vida das famílias no campo. Vamos ver, daqui para a frente, quem tem razão...

CADÊ OS VÍDEOS DA DUPLA?

Tem algumas coisas nas redes sociais que irritam, pelo parcialismo e pela falta de responsabilidade não só com a verdade, mas também pela tentativa de ludibriar, mentir, enganar. Vale para todos. Mas um dos exemplos que andam pululando no Facebook deixa isso muito claro. Partidários do PT e partidos de esquerda divulgam com insistência vídeo em que conhecidas figuras nacionais apoiaram Aécio Neves, o corrupto, na última eleição presidencial. Lá estão atores, cantores, gente do mundo das artes, do futebol e do empresariado. Todos famosos. A intenção é claro, debochar de quem foi enganado (e foi mesmo!) pela conversa mole do tucano, hoje suspeito de inúmeros crimes. O que se estranha? É que apoiaram Lula e Dilma, em suas eleições, centenas de nomes de peso dos mesmos setores. Lula não é suspeito como Aécio: é um corrupto reconhecido, já condenado pela Justiça a mais de nove anos de prisão. Dilma Rousseff foi cassada. Nenhum videozinho aí mostrando quem apoiou esses dois?

A RAIZ DE QUASE TODOS OS CRIMES

Secretários de segurança de nove estados do norte, reunidos com seus governadores em Rio Branco, essa semana, concluíram o óbvio: sem o apoio efetivo e presente do governo federal, não há solução para ações de combate ao tráfico de drogas e armas nas desguarnecidas fronteiras brasileiras em toda a área. O secretário de segurança de Rondônia, coronel Lioberto Caetano, disse que “drogas como maconha e cocaína estão na origem de 71 por cento dos crimes ocorridos no país. Essas drogas entram no Brasil por nossas fronteiras quase abandonadas”, permitindo o vai e vem dos criminosos, ampliando o tráfico e sustenta as ações criminosas. A vizinhança com a Bolívia, uma das maiores produtoras de folha de coca do mundo, que dá origem à cocaína, transforma Rondônia e Acre, principalmente, num amplo corredor aberto para que o crime organizado possa agir, na maioria dos casos, sem qualquer oposição. Segundo o Coronel Caetano, que, certamente, expressa a opinião de seus colegas dos nove estados presentes ao encontro do Acre, “a raiz dos problemas de segurança pública está aqui. Se enfrentarmos a situação juntos, com o apoio explícito da União,  reduziremos o tráfico e os problemas relacionados às drogas em São Paulo e Rio de Janeiro. Cairão também os crimes envolvendo armas, pessoas, pirataria, biopirataria, tráfico humano”. Brasília agirá?

QUEM VAI POR O GUIZO NO GATO?

Projeto do deputado de Guajará Mirim, Doutor Neidson, aprovado na Assembleia,  certamente vai causar grande frisson em todas as escolas do Estado. A proposta modifica e torna mais dura a lei que proíbe o uso de telefones celulares dentro das salas de aula. Isso mesmo, esse novo e inseparável companheiro de nove em dez brasileiros, não pode ser usado na escola, a não ser nos intervalos. Já existe uma legislação sobre o assunto desde 2008, mas parece que a lei “não pegou” como deveria. O médico de Guajará, que, aliás, está fazendo um bom primeiro mandato, entrou na história para tentar organizar a bagunça que se tornou o uso dos aparelhos móveis em locais e horários inapropriados, dentro das escolas. A nova lei, por exemplo, autoriza que professores e direção das escolas possa aplicar advertências, por escrito, ao aluno, aos pais e aos responsáveis. O estudante que for flagrado novamente usando seu aparelho ilegalmente, poderá ser suspenso e as penalidades se ampliam, dependendo da gravidade da situação. Agora só falta combinar com alguns estudantes que se lixam para ordens dos professores, quando não os agridem. A intenção da lei de Neidson, claro, é das melhores. Mas na realidade atual das salas de aula, onde professor muitas vezes fala baixinho com medo de apanhar, não se sabe se ela terá efeito prático.

PERGUNTINHA

Quem souber a resposta, que a dê à pergunta que o professor e pastor Aluízio Vidal, pré candidato ao Senado pela Rede, fez em sua página no Facebook:” Será que na próxima eleição haverá chantagem sobre o empresariado para que  "doe" para  campanha parte do que tem a receber do Poder Executivo?”

Autor / Fonte: Sérgio Pires

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