Lista de Fachin deve expor contradição de políticos sobre a Lava Jato



Porto Velho, RO –
A política é mesmo fascinante, ainda que, pelo menos no Brasil, volta e meia desperte os sentimentos mais remotos – como diria o inesquecível bonachão Roberto Jefferson – em seus cidadãos. Não é para menos: a corrupção está encalacrada em todos os rincões do País; entretanto, com discussões sociais polarizadas por conceitos patrocinados através de malandros e consequentemente absorvidos e proliferados por apedeutas, justiçamento tem sido muito mais observado do que justiça em si.

Triste, porém real.

Até meados do ano passado a moda era abraçar ‘com unhas e dentes’ a Operação Lava Jato, provavelmente a incursão logística mais estrondosa em termos de autoridades da República contra corruptos e corruptores. Há algo errado nisso? Teoricamente não. Explico: quem em sã consciência seria contra o combate à rapinagem dos cofres públicos? Ninguém, obviamente, desde que as iniciativas promovidas jamais nutrissem intenções enviesadas e, muito menos, partidarizadas.

A operação é fatiada e tem várias frentes e inúmeras células. Não é possível falar em unidade, tecer comentários desaprovadores e generalizados. Basta exercer 10% de nossos sentidos perceptivos para compreender que, numa ponta ou outra, num cilindro aqui ou acolá, um nome é suprimido, outro sujeito é esquecido, fulano de partido “A” é execrado enquanto o do “B” passa incólume pelos holofotes.


A lista de Fachin (Imagem.: Reprodução G1)

Com o PT do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff carregando a pecha de detentor do monopólio da corrupção e saindo da Presidência da República em 2016 com a efetivação do impeachment, as portas se escancararam a membros inescrupulosos, bandidos e vigaristas de outras legendas que, pior do que tudo isso, ainda são covardes.

Essa gente de intenções espúrias, de espírito melindroso e postura altamente acovardada, tentou a todo o custo se escudar por detrás da crosta quase impermeável do mais alto posto do Executivo no País.

É a operação contrapeso, as diligências para o estancamento da ‘sangria’ da Lava Jato, há pouco aventadas pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR).

Agora, com o governo ilegítimo (não escolhido, não eleito) atingido em seu âmago, o presidente sem votos Michel Temer, também peemedebista, só não está com a ‘bomba no colo’, por ora, em decorrência da imunidade temporária adquirida justamente por conta do cargo que ocupa sem o devido respaldo popular. Quando falo em respaldo popular, me refiro ao ponto-ápice da democracia, o tal do voto, que muitos se esqueceram de forma conveniente a serventia.

Na lista do ministro Fachin, publicada exclusivamente pelo Estadão na última terça-feira (12), chove denúncias contra homens públicos das mais variadas ramificações: congressistas, governadores, ministros, ex-prefeitos e tantos outros.

Tucanos, que se consideram a antítese dos petistas, também estão lá. E bem ‘enrolados’, diga-se de passagem. O derrotado em 2014 Aécio Neves, que é senador por Minas Gerais, líder maior do PSDB, é o campeão de inquéritos – serão cinco – a responder, junto a Jucá, o estancador.

Então chegou a hora de ver quem de fato apoia a operação. O momento derradeiro de colocar a hipocrisia contra a parede. Que os inocentes – se houver – consigam comprovar sua inocência e, lado contrário, que os culpados sejam responsabilizados, punidos e condenados com o mais absoluto rigor.

Autor / Fonte: Vinicius Canova

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