Não há nada de errado em vender patrimônio ou conceder parte dos serviços para o setor privado explorar, diz colunista

Não há nada de errado em vender patrimônio ou conceder parte dos serviços para o setor privado explorar, diz colunista

Em Linhas Gerais

Gessi Taborda – [email protected]

FILOSOFANDO

“Prefiro viver num mundo de fantasias do que num mundo que não acredita em sonhos.” HAYLEY WILLIAMS (1988), é uma cantora e compositora americana, vocalista da banda Paramore.

ESTÁ NA HORA

Fora a disposição do novo prefeito da capital rondoniense em atuar nas mais diversas frentes para resolver dificuldades decenárias – por culpa especialmente da preguiça e da incúria de gestores antigos – ainda não deu para notar mudanças em setores fundamentais na vida do morador de Porto Velho, em segmentos como Saúde, Transporte, Segurança, etc, etc.

Na campanha, o prefeito Hildon Chaves (foto) prometeu executar um ambicioso programa de Parcerias Público-Privadas para resgatar a cidade de seu atraso econômico e social. Estamos em março e certamente já é momento do prefeito mostrar o que está prestes a acontecer para resgatar esse compromisso firmado no período da disputa.

NADA DE ERRADO

Em princípio não há nada de errado em vender patrimônio ou conceder parte dos serviços para o setor privado explorar. Mas tudo precisa ser feito às claras e com acompanhamento profissional para se evitar polêmicas e desgastes desnecessários, como ocorreu com “doação” dá área para alavancar investimento do grupo Irmão Gonçalves.

A iniciativa privada poderia participar em várias ações fundamentais para dinamizar a economia local e melhorar a qualidade de vida das pessoas de Porto Velho. Certamente não deve ser difícil montar as PPPs em segmentos como o saneamento básico, terminais de ônibus, complexos de lazer e esportes, centro de convenções, Ceasa, mercados e, isso mesmo, até numa espécie de serviço funerário social.

MAIS ALTOS

Duas mulheres em preparo para deixar cargos de expectativas nos próximos anos e fazer a diferença em outros palcos: Ivonete Gomes e Irma Fogaça. A primeira está no cargo de Secretária de Esportes do município de Porto Velho. Já Irma é a fiel escudeira do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Maurão de Carvalho. Ambas vão tentar vôos mais altos na política. Tem quem arrisque a apostar que Ivonete está de olho numa boa campanha para o parlamento estadual no próximo ano.

Em se falando de Irma, afirma-se que ela conta com os esforços de tradicionais líderes (especialmente os religiosos) ligados a Maurão de Carvalho para se tornar competitiva até na disputa por uma cadeira na Câmara dos Deputados.

FRATERNIDADE

Com o tema Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida, a Igreja Católica deu início quarta-feira à Campanha da Fraternidade 2017 (CF2017). De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o objetivo da ação é dar ênfase à diversidade de cada bioma, promovendo relações respeitosas com a vida, o meio ambiente e a cultura dos povos que vivem nesses biomas.

BIOMAS

A CF2017 tem seu foco voltado para quatro biomas -- a Amazônia, a Caatinga, o Cerrado e a Mata Atlântica --, embora existam outros, menores, mas de grande importância, como o Pantanal e o Pampa. A abertura oficial da CF sempre ocorre na Quarta-Feira de Cinzas, que marca o início da Quaresma, período em que a igreja convida seus fiéis à reflexão e a experimentar três práticas de penitência: a oração, o jejum e a caridade.

DESAFIO

Em mensagem enviada especialmente ao Brasil, o papa Francisco lembrou que esse é um dos maiores desafios em todas as partes da Terra, até porque as degradações do meio ambiente são sempre acompanhadas pelas injustiças sociais. O Papa lembrou que existe um desafio global pela preservação que envolve toda a humanidade e exige o engajamento de cada pessoa atuando junto com sua comunidade.

CONCLAMAÇÃO

Para o Sumo Pontífice, os povos originários de cada bioma ou que tradicionalmente neles vivem oferecem um exemplo claro de como a convivência com a criação pode ser respeitosa. O papa Francisco conclama os católicos a aprender com esses povos e suas relações com a natureza, pois assim será possível encontrar um modelo de sustentabilidade que possa ser uma alternativa à busca desenfreada pelo lucro que acaba com os recursos naturais e agride a dignidade dos mais pobres.

PREOCUPANTE

A situação do Brasil, que assiste a cada ano o aumento do desmatamento e destruição de seus recursos naturais, é preocupante. De acordo com o presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, há muito a ser feito e ninguém pode assistir passivamente a destruição de um bioma. O presidente da CNBB sugere que atitudes tomadas espontaneamente por cada pessoa possam melhorar esse quadro, como mudanças no padrão de consumo, cuidados com a água e com o lixo doméstico, mas são necessárias também iniciativas comunitárias, que exigem a participação do poder público e ações efetivas dos governos.

SUCESSO

A Campanha da Fraternidade é uma iniciativa de sucesso da Igreja Católica no Brasil e tem suas origens no Nordeste brasileiro, antes mesmo da realização do Concílio Ecumênico Vaticano 2º, que foi fundamental na modernização da igreja na segunda metade do século passado. Começou, segundo relatou dom Eugênio Sales, com um pequeno grupo de padres recém-ordenados que se reunia mensalmente em Natal para orar e refletir sobre a Igreja e a pastoral.

Segundo o cardeal que faleceu em 2012, a primeira edição da CF ficou restrita à Arquidiocese de Natal, em 1962, e a segunda, no ano seguinte, abrangeu 25 dioceses do Nordeste e não parou mais de crescer.

DESMATAMENTO ZERO

A CF2017 tem como lema Cultivar e guardar a criação e o texto-base trata dos biomas brasileiros, suas características e significados, desafios e as principais iniciativas já existentes na defesa da biodiversidade e da cultura dos povos originários. Entre as ações propostas pela CF está o aprofundamento de estudos e debates na rede escolar sobre o tema abordado pela campanha. O texto alerta ainda para a necessidade de a população defender o desmatamento zero para todos os biomas e o incentivo para a criação de um projeto de lei que iniba o uso de agrotóxicos.

Autor / Fonte: Gessi Taborda

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