Noite cultural indígena é realizada no Centrer

Noite cultural indígena é realizada no Centrer

O auditório do Centro de Treinamento da Emater, localizado na BR 364, KM 22 zona rural de Ouro Preto do Oeste sentido Ji-Paraná foi palco da “Noite Cultural Indígena”, com apresentações e mostras de trabalhos artesanais dos alunos indígenas que estão estudando no Instituto Abaitará. Os cerca de 50 alunos indígenas das aldeias localizadas nas margens dos rios Mamoré e Guaporé que estão estuando no Instituto Abaitará (as aulas estão acontecendo no Centrer devido a reforma e ampliação das instalações do Instituto com sede em Pimenta Bueno), durante quase duas horas apresentaram danças e trabalhos artesanais típicos destes povos que tem uma cultura rica.

A lei 11.645 acrescentou a obrigatoriedade do ensino da cultura e história indígena à lei 10.639, de 2003, responsável por inserir a história afro-brasileira e africana nos currículos escolares. Segundo a diretora do instituto, Eliane Cristina evento como este visa diminuir o preconceito.  “Conviver e conhecer o outro são formas de quebrar a barreira da intolerância e do preconceito e o momento que vivemos hoje no país nos pede para que possamos aprender a respeitar as diferenças" ressalta.

A secretária Executiva Regional de Governo polo IV Maria Araujo de Oliveira que representou o governador do Estado Confúcio Moura, asseverou em sua fala que é fundamental reconhecer a importância dos indígenas para a construção da identidade brasileira. A secretária afirmou que apesar serem hoje poucos no país, os indígenas influenciaram muito a cultura de todos os brasileiros. “A herança das culturas indígenas em nossa cultura é presente em nosso dia a dia com seus hábitos, costumes, crenças, vocabulário, técnicas, alimentação etc. Contudo, essa rica cultura vem sendo esquecida ou tratada com preconceito. Preservar a história indígena é manter viva parte da história do povo brasileiro. E é importante reconhecer as origens culturais do Brasil de maneira pedagógica”, pontuou a secretária que lembrou o compromisso do governador Confúcio Moura com os indígenas ao ressaltar que o Brasil não foi descoberto por Pedro Álvares Cabral, o navegador que anunciou a conquista das terras para Portugal. Antes dele, os indígenas estavam aqui como os primeiros defensores da natureza.

A noite cultural foi encerrada sendo servida a tradicional “Chicha”, uma bebida fermentada a base de mandioca e outros cereais e uma mensagem deixada pelos indígenas.

Falar das culturas indígenas é falar dos nossos povos, das nossas ancestralidades. É falar das nossas vidas, das nossas espiritualidades, das nossas alegrias, da nossa saúde e felicidade, das nossas dietas, das nossas alimentações e culinárias, dos nossos mitos, das nossas bebidas, das nossas brincadeiras, das nossas pescarias, das nossas caças, das nossas danças, do nosso rapé, dos nossos chás sagrados, dos nossos cocás, dos nossos colares, de todos os nossos conhecimentos, o modo de unir, agir, organizar, festejar, realizar, acreditar, falar, mostrar sobre os nossos valores e a importâncias deles para as nossas vidas dos povos indígenas.
Desde o passado até os dias atuais temos sido muito resistentes para alcançar nossos sonhos e conquistas, mas também para enfrentar nossos desafios. Nós sofremos muitas violências culturais vindas dos não indígenas. Um dos motivos é a falta de conhecimentos sobre nossas realidades, com isso as maiorias dos povos foram extintos. Ainda assim, com luta, sofrimento e coragem conseguiram continuar vivos e ser reconhecidos pelos nossos valores e direitos reconhecidos pela Constituição Federal de 1988.

Autor / Fonte: Alexandre Araujo/Secom

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