Porto Velho, RO – Nós somos Wladimir Costa (SD-PA). Sim, você não leu errado. O leitor pode ficar enraivecido, claro. Tem todo o direito e liberdade – esta última até quando não sei. Talvez, sem reflexão alguma, eu fizesse o mesmo caso me deparasse com tão dura afirmativa. Na realidade, o Brasil todo, atualmente, é representado pela gabolice do deputado paraense. Aliás, pobre Pará. Pobre povo paraense. Que tipo de agruras não deve ter suportado para eleger figura tão dantesca...
Pobres de nós.
Pois bem, vamos lá: Costa é o retrato fiel do desespero, do fim da linha; o substrato da canalhice, a estação derradeira da redenção e do “entreguismo” político. Sua paixão pelo presidente ilegítimo e puxador de tapete Michel Temer, do parasitológico PMDB, tem nomes e valores: liberação de emendas parlamentares. Wlad, quase xará de Vlad III, o Empalador, que inspirou os tons draconianos de Temer, o Empulhador, recebeu R$ 6,9 milhões do governo federal de janeiro ao fim de julho deste ano.
Vlad III, o Empalador, quase xará de Wlad, o Bobão, inspirou feições
draconianas de Temer, o Empulhador
Para um parlamentar reconhecido até ontem por fazer escândalo e servir de palhaço – com a devida vênia a Tiririca, que é de ofício – empunhando a bandeira de seu Estado e fazendo vergonha até a septuagésima oitava geração de entes enterrados, é um dinheirinho que vem a calhar, colocando-o na rota dos bonachões que servem de tapete às botas sujas e encardidas do peemedebista mais “enrolado” que este país já viu.
Levando isso em conta, tatuar Temer no ombro, para um tipo tão singular quanto o congressista, é fichinha, dá pra tirar de letra (e que letras enormes, não?).
Precisa legendar? / Foto: G1
Pedagógico, ensinou às pessoas a técnica para tirar vintém do ídolo estampado à carne: fazer cara de coitadinho, lecionando a espuriedade a quem quiser ouvir, ler e interpretar.
Mas o polivalente Wlad, que também é empresário, cantor, compositor (imagino as letras...), apresentador e radialista, não foi o único beneficiado pelo chamado “pacote de bondades”.
Só em junho o Planalto liberou R$ 2,02 bilhões para emendas, quando fora apresentada a denúncia contra Temer pela PGR (Procuradoria-Geral da República) iniciando-se, logo em seguida, o processo de análise na Câmara.
“Para efeito de comparação, nos cinco primeiros meses do ano, o governo liberou R$ 102 milhões ao todo, mostra levantamento da ONG Contas Abertas”, informa o G1.
É preciso fazer alguma insinuação para que possamos chegar às razões dessa benevolência toda?
Falávamos sobre corrupção quando a intenção era arrancar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) de suas funções; com o impeachment efetivado, qualquer vigarice tornou-se aceitável, compreensível, tolerável desde que não praticada por petistas e similares, ou seja, perpetrada por qualquer outra figura pública longe dos ditos inócuos rascunhos ideológicos de esquerda.
Roubar não é problema agora, assim como não era antes. Importa é quem está roubando e como é feita a divisão da res furtiva.
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No fim, repito, somos o reflexo do bisonho Wladimir Costa e, quando não, de sua resistente interlocutora enfrentando o pedido obsceno:
– Mostra a tua bunda – solicita a ela e a nós.
Diferentemente da mulher no WhatsApp, pelo visto, não negamos o pleito. Agachamos, postamos a região perineal e, voilà!, façam-se as honras!
Autor / Fonte: Vinicius Canova
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