O rompimento público na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RO)

MUITA CONVERSA, OS BASTIDORES FERVEM, MAS NEM MÃE DINAH PODERIA PREVER COMO SERÁ ESSA ELEIÇÃO

A  96 dias das eleições, da porta para fora pouco se ouve, mas, da porta para dentro, nos bastidores, as conversações estão intensas, fervilhando, nas  possíveis alianças que estão se formando. Uma delas, tem à frente o nome consolidado do presidente da Assembleia, Maurão de Carvalho, do poderoso MDB, o maior partido do Estado, que tem dois candidatos ao Senado e até agora, embora tenha conversado muito com outras siglas, não formou alianças para a disputa à Câmara Federal e Assembleia. Irão os emedebistas com chapas puras?

O segundo grupo é o do senador Acir Gurgcaz, maior líder do PDT e candidatíssimo ao Governo. Ele tem conversando com vários partidos, mas até agora não fechou acordos, ao menos publicamente. O que se sabe é que Acir pretende ter em torno do seu nome uma aliança sólida, incluindo o PSB de Daniel Pereira e Mauro Nazif.  Na corrida ao Senado, Acir e seu grupo podem se aliar a várias candidaturas. Uma delas já está posta e solidificada: a do ex prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires. O terceiro grupo terá a  frente Expedito Júnior, com o poderoso grupo de partidos liderados pelo PP de Ivo Cassol e o PR de Luiz Cláudio. Além do próprio Luiz Cláudio, que vai à reeleição, outro nome muito forte do grupo, para a Câmara, é o de Jaqueline Cassol.

Na disputa pelo Senado, nada definido, no Frentão que apoiará Expedito. Todo o dia aparece uma informação nova. Antes, o que se ouvia nos bastidores é que Ivo Cassol apoiaria um dos nomes apontados pela aliança no entorno de Expedito (Marcos Rogério, do DEM, é o principal novidade no grupo), mas também optaria, como segundo voto, por um apoio a quem? Para surpresa geral, a Valdir Raupp, de quem já foi grande adversário.

Mas nas últimas horas surgiu uma nova informação, ainda não confirmada, que poderia mudar tudo na corrida senatorial.  A aliança liderada por Expedito, com apoio do grupo cassolista, estaria propenso a anunciar o nome do ex deputado federal e ex vice governador, Carlos Magno, , concorrendo ao lado de Marcos Rogério. Caso isso se confirme – por enquanto, só se ouve boatos de bastidores – o PRB cairia fora do Frentão, já que o partido exige que a seja garantida a vaga na corrida ao Senado, ao vereador Pastor Edésio Fernandes.

O PRB, liderado pelo deputado federal Lindomar Garçon, aceitaria qualquer acordo político, menos o que tirasse o Pastor Edésio da disputa. Portanto, as coisas ainda não estão bem claras e há muita nebulosidade no ar. De concreto  mesmo é que Maurão de Carvalho, Expedito Júnior e Acir Gurgacz devem mesmo concorrer ao Governo. Mas nem eles têm certeza se, lá na frente, não terão mais um adversário na disputa: Daniel Pereira ainda não é carta fora do baralho, nessa corrida disputadíssima e cheia de nuances. Ou seja, tudo pode ficar como está, mas tudo por mudar ainda. Não há como fazer previsões. Nem a Mãe Dinah!

UM CRIME ANUNCIADO

A lei protege mesmo covardes e criminosos. Dias atrás, um deles atacou sua ex mulher na saída de um culto religioso. A esfaqueou oito vezes e só por um daqueles milagres é que os médicos conseguiram salvar sua vida, embora ela ainda corra riscos. O covardão foi preso na hora, depois de levar uma surra de pessoas que testemunharam o caso. O problema, que está desesperando a família, é que a prisão preventiva do sujeito que esfaqueou sua ex mulher várias vezes, na frente de várias testemunhas e só não a matou por milagre, expira nos próximos dias. Várias pessoas da família da vítima e amigos dela têm recebido recados de que, quando sair da cadeia, o covarde vai atrás da vítima, para “acabar o serviço”! Ora, em que país vivemos? Como um psicopata desses, que pratica um crime atroz como o que praticou, ante tantas testemunhas, ainda tem as benesses legais, como se fosse um pobre coitado, detido ilegalmente? Então, é bom que se alerte: se ocorrer alguma tragédia com a pobre mulher, que tenta sobreviver depois de uma série de facadas, será um crime antecipado, avisado, plenamente possível de ser evitado. Basta manter o meliante atrás das grandes, que é o lugar dele. Torçamos para que dona Sâmia, a pobre mulher vitimada, não seja assassinada, para só depois lamentarmos...

O ESFORÇO DE DANIEL

Há que se elogiar o grande esforço que o governador Daniel Pereira tem feito, para, com poucos recursos e estrutura ainda longe do ideal, cumprir a promessa que fez, tão logo assumiu, de priorizar a segurança pública. Mesmo num momento de extremamente dificuldade financeira, onde o dinheiro é cada vez mais escasso, Daniel tem feito o possível – às vezes até o impossível – para que o Estado cumpra seu papel de combater o crime, em todas as regiões, mas que apavora ainda mais a população em Porto Velho, a maior cidade rondoniense. A criação do BOPE e de um batalhão de fronteira para combater o crime na sua origem; os investimentos feitos em tecnologia para o combate ao crime; a implantação do sistema de Termo Circunstanciado, onde o PM  vai registrar a ocorrência, desburocratizando o trabalho e mantendo os policias nas ruas, ao invés de perder horas em delegacias, para o registro do evento, são medidas modernas, complexas, mas que certamente irão ajudar muito a segurança do rondoniense. Uma pena mesmo que tudo isso, todo esse esforço, empaque na legislação que permite que bandidos entrem por uma porta da delegacia e saiam pela outra. Mas, não se pode negar, o Estado está fazendo sua  parte.

ROMPIMENTO PÚBLICO NA OAB

Deu rolo na OAB rondoniense. O presidente Andrey Cavalcante, que há algum tempo apoiava o nome da sua vice presidente, a advogada Mara Oliveira, para substituí-lo, disputando pelo grupo da situação a futura eleição da entidade,  deu um chega pra lá tanto na sua colega como em outros membros da Comissão de Prerrogativas da entidade. Segundo vídeo postado nas redes sociais, Andrey comenta o assunto. A sua vice estaria agindo como se fosse ela a comandante geral da OAB e, em alguns casos, “usurpando até mesmo atribuições privativas do próprio presidente”. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Andrey Cavalcante lamentou ter que tomar a decisão, mas ressaltou que o eleito foi ele e que na Comissão de Prerrogativas, Mara estava agindo como se fosse a presidente da OAB. Na nota que destituiu toda a comissão, Andrey assinalou que havia a concretização de uma agenda própria, “conduzida em desalinho com as balizas deste conselho e do conselho federal e que, sistematicamente não atende a direção desta presidência, solenemente ignorando a legitimidade do mandato outorgado por nossa advocacia”. Ou seja, o processo sucessório na poderosa OAB já começou e com um rompimento público que rachou a atual diretoria. A maioria dos advogados, pelo que se ouve nos bastidores, apoia o seu Presidente.

OS VIADUTOS, A PONTE E A LUZ

A abertura ao trafego do novo sistema de viadutos da Capital, na BR 364 sobre a Campos Sales, nesta quarta, foi um momento histórico de uma obra esperada por quase uma década pela população. Finalmente foi concluída, sem sobressaltos, sem denúncias que quase sempre caracterizam as grandes obras.  E graças também à grande dedicação das equipes do Dnit e da empresa responsável pela obra, que é daqui, dirigida por gente daqui e tudo construído com mão de obra local. Nessa reta final, tudo ocorreu não só de acordo com o projetado, mas, melhor ainda, os viadutos foram entregues vários meses antes do que estava programado, embora, claro, ainda faltem obras complementares. Agora, há ainda duas medidas que precisam ser tomadas, para melhorar a cidade, além, é claro, da obrigação do Dnit de concluir tudo o que ainda está no projeto original, com serviços que podem durar até dezembro. A primeira delas, é  no próprio complexo inaugurado: uma ampla iluminação, que a Prefeitura da Capital, segundo promessa do próprio prefeito Hildon Chaves, realizará, antes de 60 dias. A outra, que ainda está apenas na conversa, é a iluminação da ponte sobre o rio Madeira, no bairro da Balsa. Uma ponte inaugurada há anos e que vive na escuridão.

“TENEBROSAS TRANSAÇÕES”!

O que esperar de um grupo de políticos e empresários que se unem, na calada da noite, em “tenebrosas transações”, como diz a música de Chico Buarque? O que se pode esperar dessa gente esperta, canalha, alguns milionários que só se envolvem em falcatruas pelo amor ao dinheiro e mais dinheiro e mais dinheiro e desamor às vidas alheias? Não seria o caso de não só se aplicar penas de prisão altíssimas, mas de leis que determinassem que, desses criminosos, fossem retirados à fórceps até o último centavo, deixando-os na miséria total, sem  nada que conseguiram graças à desgraça alheia? Pois quem sabe seria essa a  única Justiça real e verdadeira (afora prisão perpétua ou pena de morte, coisas que nosso  país não aceita), contra esses bandidos que desviaram mais de 600 milhões de reais da saúde pública do Rio de Janeiro? Governador, secretários, grandes empresários, representantes de algumas das maiores multinacionais do setor, como a Philiips e a GE, formaram uma quadrilha para toda essa roubalheira, enquanto milhares de pobres e miseráveis são jogados no chão nos hospitais, sem atendimento, sem remédio, morrendo às pencas. Perto dessa gente que vampiriza os  cofres públicos, bandidões como Fernandinho Beira Mar são apenas batedores de carteira!

ÔNIBUS OU TÁXIS? OU AMBOS?

Não se pode tratar a questão do transporte coletivo em Porto Velho com irresponsabilidade. Obviamente que tem que achar espaço para que os taxistas possam trabalhar e sobreviver, pela importância que a categoria tem na sua longa história de serviços prestados à comunidade. Mas vestir um santo para desvestir o outro, pode ser uma decisão perigosa e que, no futuro, represente grande prejuízo para o usuário. Ora, contamos com um sistema de transporte por ônibus que, embora tenha problemas, como em todas as cidades, presta um serviço imprescindível à população. Caso aprovado o sistema de táxi compartilhado, com os táxis cobrando por passageiro um valor semelhante ao dos ônibus, qual será o resultado óbvio? Todos sabemos a resposta. Terão os táxis estrutura necessária para substituir os coletivos? Se eventualmente o transporte por ônibus sucumbir, por desistência de empresários em atuarem num setor que não dá lucro, pela concorrência desigual que viria, essa solução seria mesmo a melhor para a população? Como ficariam os passageiros, apenas tendo os táxis para transportá-los? Não seria um risco muito grande? Portanto, há que se ter bom senso, equilíbrio e preocupação com o consumidor, agora e no futuro, antes de se tomar decisões definitivas. Ônibus e táxis têm que trabalhar juntos, atendendo o público. Acabar com um sistema para deixar que outro tome para si a responsabilidade total sobre o transporte, é um risco enorme. É bom que se pense muito bem sobre tudo isso, antes de bater o martelo!

PERGUNTINHA

A pouco mais de três meses da eleição, você está empolgado e com certeza de que ela vai mudar o País e nosso Estado para melhor ou faz parte dos pessimistas, que acham que se algo mudar, será para pior?

Autor / Fonte: Sérgio Pires

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