Opinião – A importância da experiência na vida pública

Opinião – A importância da experiência na vida pública

Porto Velho, RO – A administração pública não é tarefa simples e exige muito mais que dedicação, seriedade, vontade e organização, dentre outros atributos técnicos e políticos. Acima de tudo é necessário habilidade e jogo de cintura, porque nem sempre o que precisa, pode.

É estranha a frase (nem sempre o que se precisa, pode), mas se enquadra perfeitamente na administração pública. Além das qualidades mínimas de o cidadão, onde as principais são competência e honestidade o gestor público precisa de muita habilidade, porque mesmo que saiba o que e como tem que ser feito, depende de um processo burocrático complicado, que deveria ser simples, direto, mas acaba sendo confuso e facilitando a corrupção.

O exemplo maior está nas licitações, onde o ganhador nunca é o que apresenta um melhor conjunto de ações, mas aquele que tem o preço menor. A União, os Estados e os municípios acabam comprando mão de obra e materiais ching ling, que não resolvem os problemas dos órgãos públicos e oneram o bolso do cidadão, que banca todo o sistema.

E ainda há a maldita corrupção, praga que a cada dia mais se alastra pelo país, onde se vence licitação a preço baixo, recebe o valor e não se entrega o que se vendeu. Quando muito, parte do que deveria ser entregue. Um absurdo.

Agora vamos ao tema do artigo: a administração pública. E temos como exemplo (?) a do prefeito de Porto Velho, o ex-promotor de Justiça e empresário na área educacional, Hildon Chaves (PSDB), fenômeno eleitoral que driblou até o Ibope, nas eleições de 2016, quando na sexta-feira, dois dias antes das eleições em primeiro turno, não tinha dois dígitos na pesquisa publicada pelo renomado instituto. No domingo, na somatória dos votos chegou em primeiro lugar, resultado confirmado no segundo turno.

Administrador competente da iniciativa privada, Hildon foi eleito pela maioria da população da capital com a esperança de mudanças, pois o município passou os últimos quatro anos em decadência coletiva em todos os setores. Praticamente nada melhorou na administração do ex-prefeito Mauro Nazif (PSB). Saúde, educação, saneamento básico, estradas vicinais, transporte coletivo urbano, infraestrutura foram decadentes no período Nazif.

Hildon assumiu com força total. Apresentou um Plano de Governo, que parece ignorado, pois quase nada foi cumprido, apenas os compromissos com fornecedores e servidores estão em dia. Saúde, educação, transporte coletivo urbano, transporte de alunos na área rural, saneamento básico, segurança pública são pontos nevrálgicos da administração Hildon Chaves.

Mudanças na equipe já foram feitas, muitas, inclusive a do “super prefeito” Breno Mendes, que mandava e desmandava na chefia de gabinete e (quase) insubstituível. Outros setores mudaram e agora serão, pelo menos, mais cinco, dentre elas a saúde, setor dos mais complicados e que realmente está um caos.

Que os quase oito meses e muitas mudanças na equipe sirvam de lição para o prefeito Hildon, que tem boa vontade e competência; é exigente, dedicado, mas que esbarra na dificuldade para escolha das pessoas certas, para os lugares certos.

Sabemos que é difícil conseguir pessoas qualificadas para as funções públicas mais importantes, ainda mais para a administração pública, porém equilibrar a equipe é fundamental. Quando o titular for técnico, o adjunto tem que ser político. Ou ao contrário. Jamais ambos podem ser técnicos ou somente políticos. O contraditório é a essência da democracia, a garantia da legalidade.

A esperança é que as mudanças, que ocorrerão nos próximos na equipe do prefeito Hildon, sejam acertadas, positivas para a população. Que não seja como a que ocorreu na Educação recentemente, que até hoje se questiona o motivo de mudar onde as coisas caminhavam com regularidade. Estranho.

Na política é fundamental praticar política. Politicagem não leva a lugar algum. Que venham os novos secretários, adjuntos, diretores, mas que estejam cientes da importância da administração pública, onde se coordena a correta aplicação do dinheiro do povo.

Os interesses do “Patrão”, também conhecido como Povo devem ser priorizados. A maioria não pode servir as minorias, os grupos organizados, também conhecidos como quadrilhas. E mais grave: não são as das festas juninas...

Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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