Opinião: Rondônia carente de incentivos à industrialização

Opinião: Rondônia carente de incentivos à industrialização

Estamos às vésperas das eleições gerais, quando a população brasileira terá condições de escolher os novos governantes políticos desde o presidente da República, dois dos três senadores, governadores, além de deputados (federal e estadual). Só não teremos eleições a prefeito e a vereador, que foram realizadas em 2016.

Nunca em Rondônia faltando 4 meses para as eleições, o quadro, principalmente para o governo do Estado, esteve, como está, tão indefinido. As convenções partidárias serão realizadas no período de 20 de julho a 5 de agosto e não temos um grupo de pré-candidatos à sucessão do governador Daniel Pereira (PSB), definido.

O que mais preocupa é que, mesmo com os preparativos na reta final para as eleições, que serão realizadas no dia 7 de outubro (1º turno) e no caso de 2º turno no dia 28, nenhum dos pré-candidatos apresentou um plano de governo, mesmo de forma discreta. Sabemos que campanha política somente, após as convenções, mas alguém tem que mostrar identificação com a realidade do Estado.

Saúde, educação, segurança pública são itens fundametais, assim como saneamento básico, um dos maiores problemas da maioria dos municípios do Estado, inclusive na capital, Porto Velho. Menos de 3% da capital tem rede de esgoto, na realidade galeria pluvial contaminada por esgoto e a estação de tratamento é o rio Madeira.

O que mais preocupa para o futuro econômico, social e político de Rondônia é o industrial. O Estado depende quase que exclusivamente da pecuária, com um rebanho superior a 13 milhões de gado de corte, o café que voltou a ser produzido em larga escala e peixe, que teve incentivos para a produção, mas se esqueceram da comercialização. A produção leiteira também é boa.

Mas a soja e o milho, que aos poucos vão ganhando força em Rondônia merecem mais e melhores cuidados dos nossos governantes do futuro. Há 10 anos a Hyundai equipamentos pesados (pás-carregadeiras, tratores de esteiras, etc.), tinha levantamentos, que em breve Rondônia seria um dos maiores produtores de grãos (soja e milho) do país e que Ariquemes seria o polo graneleiro do Estado.

Na época os técnicos alertavam que Ariquemes oferecia, pelos estudos, dois tipos de investimentos: produção de soja e milho e construção de silos. Hoje, Ariquemes e Cerejeiras no Cone Sul produzem grãos em quantidade e têm ótima estrutura de armazém para silagem.

A grande produção de milho, por exemplo, de Cerejeiras é exportada, in natura em quase a totalidade para países asiáticos. Por que não industrializá-lo? Qual pré-candidato a governador irá apresentar um Plano de Governo garantindo manufaturar o que Rondônia produz em quantidade e com qualidade, como café, soja, peixe, milho. E ainda, tem a madeira, que desde a criação de Rondônia é levada para industrialização em outros estados. Depois compramos o que produzimos já manufaturado. Mão de obra, lucros ficam com os estados que manufaturam a produção.

Por que a industrialização está sendo ignorada em um estado potencialmente produtor? Por que Porto Velho tem um Distrito Industrializa que não funciona?. Por que não industrializar o milho produzido em Cerejeiras?

Rondônia tem clima favorável a produção de café, milho, soja, gado (corte e leite). Peixe, cacau, além de outras culturas poucos exploradas. Cabe aos nossos futuros governantes identificação com a realidade do Estado, que está em fase fundamental para fomentar a industrialização.

Rondônia precisa urgentemente de um plano de desenvolvimento industrial para poder empregar mais e melhor; fortalecer sua economia, manter o desenvolvimento político, econômico e social e se preparar para o futuro. Inclusive na área tecnológica.

Cerejeiras, por exemplo, produz em média 70 sacas de soja por hectare. A média nacional é 99. Os Estados Unidos produz em media 179. Por que tamanha desproporcionalidade se a terra deles não é melhor que a nossa, que são as mais férteis do mundo?

Candidatos mãos à obra.

Autor / Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica

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