Para tudo em 23 cidades: o eleitor tem que ir às urnas de novo

Para tudo em 23 cidades: o eleitor tem que ir às urnas de novo

O que têm em comum cidades como Arvorezinha, no interior do Rio Grande do Sul;  Sangão, em Santa Catarina; Calçoene, no Amapá e Guajará Mirim, em Rondônia? Arvorezinha é uma pequena cidade gaúcha, fundada por imigrantes italianos, que vive da agricultura desde que começou a ser povoada, em 1.900, ou seja, há 117 anos atrás. Calçoene, no Amapá, fica a 14 quilômetros de uma praia de mar virgem. Intocada.

Tem como curiosidade uma comunidade de russos e fica muito perto da fronteira com a Guiana Francesa. A cidade surgiu pelo garimpo do ouro, em meados do século passado. Guajará Mirim é a última cidade de Rondônia, antes com a fronteira com a Bolívia. Era terra indígena, apenas, até que os colonizadores chegaram, no  século 19. Tem mais de 50 mil habitantes. E, com orgulho, ostenta o título de “Cidade Verde”,  desde 2009.

Mas que diabo essas e outras 23 comunidades brasileiras (como Foz do Iguaçu, no Paraná; Sangão em Santa Catarina e Ipojuca,  em Pernambuco), estão numa relação tão diferenciada? Explica-se: num país onde a pobreza domina; onde o desemprego é galopante; onde o Congresso é inoperante; o governo não funciona e a Justiça é que decide pelos demais poderes, o importante é fazer eleição. A cada dois anos, mas se for o caso, todo o ano. Ou duas vezes num ano.

Milhares de eleitores nessas 23 comunidades vão ter que parar suas vidas, largar seu trabalho e voltar às urnas, para votarem de novo na escolha do seu Prefeito. A Justiça Eleitoral, que tinha autorizado mesmo políticos enrolados até o pescoço a concorrerem no ano passado, em instâncias superiores mudou a decisão e, pimba!

Lá vem eleição de novo! A legislação complexa e o Judiciário lento, que leva longos meses para tomar uma decisão definitiva sobre rolos dos políticos, castiga as populações, que têm que deixar novamente seus afazeres para retornar aos postos de votação. E votar de novo. Sem a certeza de que aqueles a quem escolherá, assumirão seus postos.  Porque se daqui a alguns meses forem analisados novos recursos e os candidatos de hoje se tornarem os inelegíveis amanhã, todo o processo começará de novo. É realmente um país confuso. Mas é o que temos para o momento, não é?

CONTINHA SIMPLES

Tem muita gente que contesta os números de foliões presentes à Banda do Vai Quem Quer, alegando que eles são inventados e superlativos, em relação à realidade. Vamos à Matemática, para tentar saber se há fundamento nesses questionamentos? Começamos pela largura da rua Carlos Gomes, na concentração. De um lado ao outro, incluindo as duas calçadas, são 12 metros. Quando a Banda está chegando perto da esquina com a Joaquim Nabuco, de onde entra à direita em direção à Sete de Setembro, calcula-se que existam mais ou menos 1.500 metros lineares, desde a largada. Como todo o trajeto está superlotado de foliões (e sem contar os que estão nas ruas laterais e acessos) pode-se calcular até cinco pessoas por metro quadrado. Multiplica-se os 12 metros de largura pelos 1.500 de extensão e pelas 5 pessoas por metro quadrado e se terá o resultado matemático: 90 mil foliões. Isso num cálculo aproximado, porque aí não estão computados as pessoas que ficam um pouco à distância e nem as que se somam à Banda durante o trajeto. Deu prá entender ou quer que a gente desenhe?

VITÓRIA DO DANIEL

O vice governador Daniel Pereira foi, outra vez, o grande vencedor das eleições do Sindicato dos Servidores Federais de Rondônia, o Sindsef. Depois de dói mandatos seguidos (o estatuto da entidade não permite nova disputa), a entidade realizou eleição há dias atrás. A chapa apoiada por Daniel, que nela faz parte como secretário para assuntos jurídicos, ganhou fácil. O novo presidente é Abson Praxedes, nome pouco conhecido pelo público, mas atuante na entidade há muitos anos. O vice será o professor Mário Jorge, esse sim por demais conhecido, inclusive como ex vereador e atual como presidente do Conselho Municipal de Educação na Capital.  O Sindsef tem lutas importantes para o funcionalismo federal, principalmente no que se relaciona com a transposição dos servidores para a folha da União e, com destaque internacional, a batalha pela indenização dos trabalhadores afetados duramente pelo veneno do DDT, muito utilizado até os anos 90. 

ZERO QUILÔMETRO

Era clara a alegria generalizada na comitiva liderada pelo governador Confúcio Moura e pelo presidente da Assembleia, deputado Maurão de Carvalho, na entrega de 25 novos ônibus escolares em Cacoal, semana passada. A prefeita Glaucione Rodrigues também comemorou muito a entrega dos veículos, que vai atender principalmente a área rural, onde grande número de estudantes estavam sem acesso ás escolas, por falta dos ônibus. São todos novinhos, zero quilômetro, comprados pelo Estado com recursos que tiveram participação importante da Assembleia. Outros deputados,. secretários de Estado e secretários municipais estiveram na solenidade, em que Confúcio e Maurão outra vez deixaram clara a união dos dois poderes, quando está em jogo os interesses maiores da coletividade rondoniense. Além disso, a parceria também se estende a Glaucione, que foi uma deputada atuante e deixou muitos amigos pelos lados do parlamento. 

ENXUGANDO GELO

Sandra Pantoja envia à coluna duras críticas sobre a situação do atendimento ao público no Posto de Saúde de Jacy Paraná, que teria piorado muito depois da troca de administração municipal. Segundo ela, a coisa está mesmo muito ruim por lá e pede providências urgentes, para que não fique ainda pior. Não há mais, por exemplo, as duas ambulâncias que atendiam o posto e os eventualmente feridos ou acidentados têm que ser  resgatados em veículos comuns. Outro problema: servidores reclamam que nos plantões de 24 horas, não recebem auxílio alimentação. Há ainda outras carências O secretário de saúde, Alexandre Porto, que pegou mesmo um foguete pelo rabo, diz que está tentando resolver tudo o mais rápido possível. O caso das ambulâncias deve ser solucionado nos próximos dias, talvez nessa semana ainda. No caso da alimentação aos servidores, a empresa que a fornecia desistiu e a Semusa busca outra alternativa. Porto está se esforçando muito e tomara que consiga resolver a situação o mais breve possível, para que aquela população tão carente de apoio do Poder Público, em toda a região, tenha o atendimento que merece. Por enquanto, a Semusa vai enxugando gelo...

CHUTANDO PORTAS

Premeditando o breque ou...quem avisa amigo é: mais dia, menos dia, o assunto vai estourar. Por isso, a coluna, querendo contribuir para a paz e a tranquilidade nas relações entre os poderes Executivo e Legislativo, faz um alerta ao prefeito Hildon Chaves, sobre a forma como algumas questões estão sendo tratadas na Câmara. Um influente vereador, daqueles a quem se deve prestar atenção no que diz e faz, por sua importância, queixava-se a amigos e conhecidos, dias atrás, que os vereadores estão sendo tratados como empregados, por um dos enviados do Prefeito. “Ele chega chutando portas!”, protestou o nobre edil. Como o momento é ainda de reconhecimento das duas partes e o pior que pode acontecer é, desde agora, ser criado um clima de animosidade entre os Poderes, o que poderia afetar negativamente a população, a sugestão é de que o prefeito, pessoalmente, vá checar a situação e tentar corrigi-la, caso realmente ela for tão complexa e grave como comentou o vereador. A hora é do diálogo. Chutar porta e tratar vereador como empregado, não é, certamente, a melhor política de relacionamento. Contribuição dada!

PAÍS CIVILIZADO

No feriadão de Carnaval – e só até a manhã desta segunda – nada menos que 42 motoristas foram flagrados pelas blitz, no Estado, por estarem dirigindo embriagados. Nada lhes acontecerá, além de alguma incomodação e pagamento de multas pesadas. Felizmente, nenhum causou acidente, mas mesmo que tivessem matado meia dúzia, esses irresponsáveis não ficariam um só dia na cadeia. Sorte deles que moram em Rondônia e no Brasil. Fossem alemães, por exemplo, correriam, o risco de serem condenados a  vários anos de cadeia. Foi o que aconteceu com uma dupla que disputava um racha pelas ruas de Berlim (lá isso é crime gravíssimo) e o resultado foi o atropelamento e morte de um ancião de 69 anos. Aqui, seria punição zero. Lá, os dois irresponsáveis, um de 24 anos e outro de 27 anos, foram condenados por homicídio doloso. Pena: cadeia para o resto da vida. Esses dois nunca mais vão para as ruas para matar ninguém. E servirão de exemplo para outros malucos do volante. Foi na  Alemanha. Nem em sonho, no Brasil, quem praticasse um crime hediondo desses, iria  pagar pelo que fez.

PERGUNTINHA

Você concorda ou não com o prefeito de São Paulo, João Dória, que quer que não seja mais gasto nenhum dinheiro público com o carnaval e que ele deve ser bancado apenas pela iniciativa privada?

Autor / Fonte: Sérgio Pires

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