Polícia de Rondônia diz ter iniciado nova linha de investigação sobre jovem grávida desaparecida há três meses

Polícia de Rondônia diz ter iniciado nova linha de investigação sobre jovem grávida desaparecida há três meses

A Polícia Civil de Ariquemes (RO), no Vale do Jamari, esclareceu nesta semana que as diversas informações precipitadas têm atrapalhado o trabalho na investigação sobre o desaparecimento da jovem Tainá Carina de Lima Mendonça. Ao G1, o delegado regional disse que as investigações voltaram a 'estaca zero' e que agora trabalham com uma linha segura.

A grávida, de 21 anos, sumiu no final de outubro de 2017, quando saiu de casa para cobrar a pensão do ex-marido e exigir que ele assumisse a paternidade do filho que esperava em Monte Negro (RO).

No último domingo (11), a Polícia Militar (PM) encontrou um machado em um terreno baldio localizado na Avenida Carlos Chagas, em Monte Negro, após receber uma ligação anônima que informava que o objeto havia sido utilizado para assassinar e esquartejar a jovem.

A pessoa que denunciou ainda disse que avistou um suspeito saindo do terreno com o machado dentro de uma sacola plástica, mas que ele se desfez do objeto ao ser visto e fugiu do local.

Na segunda-feira (12), o delegado regional de Ariquemes, Rodrigo Duarte, disse que a Polícia Civil foi pega de surpresa com o machado encontrado, mas salientou que até o momento, não vincula nenhuma possibilidade do objeto estar relacionado com o crime.

“Nós fomos surpreendidos, mas admito que o caso já é dramático por si só, entãoo não precisa de uma carga maior ainda de dramaticidade e de especulação. Estamos cansados de trabalhar com informações improcedentes, só para atrapalhar, então a Polícia Civil trata essa apreensão como um objeto encontrado em um terreno baldio, sem nenhum vínculo com o caso. Nós já estamos saturados com informações desencontradas e fantasiosas, então para nós, é somente um machado encontrado em um terreno e nada mais do que isto”, explica.

Apesar disto, o delegado relata que em razão da denúncia anônima, o machado será submetido a uma perícia para ver se possui marcas de sangue e se se ele é compatível com o DNA de Taina Carina. Todo este trabalho não é bem-visto pelo delegado.

“Vamos ter que averiguar mais uma vez, sendo que já teve de tudo em informações que vieram no curso do inquérito e só jogaram a polícia de um lado para outro e nos reduziram hoje a condição que nós estamos. Nós tivemos que iniciar praticamente toda a investigação do zero em razão das informações obtidas que nos levaram a um suspeito que não foi o correto”, comenta Rodrigo Duarte.

Porém, Duarte revelou que a Polícia Civil iniciou uma nova linha de investigação e que os trabalhos estão em andamento por meio de uma informação mais segura e confiável.

“Uma informação foi encaminhada para a direção-geral, e esta sim, uma informação que foi trabalhada, averiguada, motivo estudado, fonte verificada, que nos leva a um caminho diferente desse que estávamos até agora. O grau de probabilidade é muito grande por que ela decorre de um motivo concreto, temos um suspeito em potencial, temos alguns dados que nos leva a crer em que possa ter sido essa pessoa infratora e ela vem de uma fonte bem segura”, finaliza o delegado.

O caso

Tainá Carina desapareceu no dia 27 de outubro de 2017, depois de dizer aos familiares que iria até a residência do ex-marido, para exigir que ele pagasse a pensão da filha de cinco anos que eles tiveram e para que ele assumisse a paternidade do filho que esperava. A jovem estava no oitavo mês de gestação e o parto estava marcado para o dia 14 de novembro de 2017.

O ex-marido de Tainá foi preso no dia 28 de outubro, por ser o principal suspeito no desaparecimento da jovem, mas ele comprovou que estaria em uma autoescola do município e foi solto.

No dia 1º de novembro, a Polícia Civil começou a tratar o caso como homicídio e buscas foram realizadas em propriedades rurais da região.

No dia 7 de novembro, familiares da jovem fizeram um protesto que chegou a fechar por algumas horas a BR-421, que liga Ariquemes a Monte Negro.

A PM encontrou no dia 8 de novembro uma casa localizada na zona rural de Monte Negro, que poderia ter servido como cativeiro para a jovem. Em diversas entrevistas e vídeos, a mãe da jovem sempre afirmou que acreditava na possibilidade de encontrar a filha viva. Ela chegou a reconhecer uma calcinha e um batom de Tainá encontrado no suposto cativeiro, mas a polícia confirmou que os objetos não eram da grávida.

No dia 18 de janeiro deste ano, o cunhado de Taina Carina foi preso por usar o número de celular da jovem. Segundo a Polícia Civil, ele não era suspeito do desaparecimento de Tainá, mas a prisão aconteceu para esclarecimentos sobre o uso do número da grávida em um aplicativo de mensagens.

O cunhado de Tainá foi solto cinco dias depois, após a mãe e a irmã da jovem confessarem que colocaram o chip no celular do cunhado da grávida sem o conhecimento dele.

Autor / Fonte: Jeferson Carlos, G1 Ariquemes e Vale do Jamari

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