Prefeito Hildon Chaves lança Pró-Café e vai distribuir 600 mil mudas

Com a entrega de 3.500 mudas de café clonal ao agricultor Jezuel de Lago, dono de uma pequena propriedade na Linha Triângulo, no distrito de União Bandeirantes, o prefeito de Porto Velho, dr Hildon Chaves fez o lançamento oficial do Pró-Café, na manhã de sábado (9), programa pelo qual pretende fomentar o processo produtivo do café no município, em parceria com a Emater. Até o fim deste mês, deverão ser entregues aproximadamente 600 mil mudas. Só na região de União Bandeirantes serão 250 mil mudas.

Além de União Bandeirantes, o projeto será estendido a região de Rio Pardo e aos distritos da Ponta do Abunã, localizados em áreas propícias ao cultivo do café.

A lavoura na propriedade de Jezuel de Lago, uma pequena área de três hectares onde já cultivou banana e macaxeira, servirá de unidade de estudos e observação para que outros produtores possam visitar e ver a diferença entre o café tradicional e clonal. De Lago já tentou também a criação de galinha caipira, na qual investiu R$ 7 mil, mas a doença dizimou toda a criação.

Com a forte expectativa da alta produtividade do café clonal, o produtor acredita que agora está no rumo certo. Para animá-lo ainda mais, o prefeito disse que daqui a dois anos voltará à propriedade para ajuda-o na colheita. Enquanto que na lavoura do tradicional a semente deve ser plantada, o clonal vem de uma muda geneticamente modificada, a conilon, que consegue absorver melhor a adubação garantindo maior produção e melhor qualidade do café.

A cafeicultura já chegou a ser representativa na economia de União Bandeirantes. Tanto, que existem duas indústrias cafeeiras, cujas estruturas lembram aos bons tempos da cultura na região. Fazer voltar esses tempos áureos é o que pretende o prefeito dr Hildon Chaves.

Com o uso de novas tecnologias de manejo e adubação, a lavoura do café tradicional até dobrou a produção de 9 sacas por hectare para 18 sacas por hectare, contudo, incomparável a produtividade do café clonal, próxima das 60 sacas por hectare sem irrigação, podendo até chegar e ultrapassar as 150 sacas por hectare com a cultura irrigada.

A falta de apoio do poder público, principalmente devido a ausência de incentivos e a deficiência de infraestrutura, tendo como principal causa as péssimas condições de transporte pelas precárias estradas, fez com que os produtores desistissem do café e partissem para outras iniciativas. A criação de gado de leite e de corte foram as principais atividades para onde migraram os ex-cafeicultores.

A queda na produção da café em União Bandeirantes foi tão acentuada que indústrias como a Cafeeira Café Filé, que chegou comprar e processar 13 mil sacas de café numa safra, segundo o proprietário Valdemir Sudário, enfrentou extrema dificuldade para conseguir comprar 1.300 sacas este ano. Sua indústria, uma grande estrutura com equipamentos de secagem, torrefação e moagem, hoje está pratgicamente às moscas. A lavoura cafeeira que já teve cerca de 30 mil pés de café tradicional, atualmente não passa dos seis mil pés.

IRRIGAÇÃO

Agora, por meio do programa Pró-Café, dr Hildon espera reescrever a história da cafeicultura na região de União Bandeirantes e na Ponta do Abunã. Durante o lançamento do programa, o prefeito disse que procurará o governador Confúcio Moura para verificar a possibilidade de financiamento da irrigação por meio do Banco do Povo, que é menos burocrático, principalmente numa região que enfrenta problemas com a falta de documentação das terras. Com a irrigação, a produtividade triplica de 50 sacas por hectare para 150 sacas por hectare.

O custo com os equipamentos para a irrigação de gotejamento gira em torno de R$ 25 mil por hectare, sendo que o investimento maior é somente no início, com bomba, reservatório de água, mangueiras, ‘bicos’, etc. A partir daí, para ampliar a lavoura é preciso praticamente só mangueiras. “Em dois anos o produtor paga o investimento”, avaliou o prefeito.

Autor / Fonte: Assessoria / Prefeitura

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