Projeto "Apadrinhando uma História" é lançado em Ji-Paraná

Querer cuidar, ajudar de alguma forma, dar amor às crianças e adolescentes que estão em unidades de acolhimento são premissas do Projeto “Apadrinhando uma História”, lançado nessa quarta-feira, 14 de dezembro, na comarca de Ji-Paraná.

O lançamento ocorreu concomitante à inauguração do abrigo Adélia Francisca Santana, que estava repleto de servidores, psicólogos, magistrados, autoridades e a sociedade em geral, todos receberam muito bem o projeto.

O "Apadrinhando uma História" tem o objetivo de sensibilizar e captar pessoas com interesse e disponibilidade de tornarem-se “padrinhos e madrinhas” de crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional, cujos vínculos com as famílias de origem encontram-se total ou parcialmente rompidos e que estejam numa faixa etária avançada, doenças crônicas, deficiências físicas e mentais, soropositivas, etc., características que reduzem as possibilidades de inserção em família substituta.

Para Dalmo Antônio de Castro Bezerra, juiz da Infância e da Juventude da comarca de Porto Velho e grande incentivador do "Apadrinhando", é muito importante ver um projeto que nasceu pequeno e hoje está tomando uma abertura maior, com contribuição para o pleno desenvolvimento na vida de crianças e adolescentes de todos os abrigos. "Elas não cometeram crimes, mas estão ali por serem vítimas de uma vulnerabilidade tão grande que é preferível à intervenção do estado em retirá-los do lar para colocá-las em uma unidade de acolhimento, onde não está sujeita à prostituição, à violência sexual ou, ainda, outros vários tipos de violações que essa criança pode sofrer", comentou.

Na sua experiência no Juizado, se depara com casos inacreditáveis, que demonstram a que ponto o ser humano pode chegar. "Temos 36 mil pessoas cadastradas para adotar e temos cerca de 6 mil crianças que estão aptas a serem adotadas, mas os pretendentes dão preferência para crianças com perfil de idade, cor e que não tenham nenhuma vulnerabilidade. Isso prejudica a adoção, pois estas crianças e adolescentes que estão nos abrigos 90% possuem alguma vulnerabilidade”, finalizou Dalmo.

Áureo Virgílio, juiz auxiliar da corregedoria, representou o corregedor-geral do TJRO, desembargador Hiram Marques. Ele agradeceu ao município por ter aceitado ser mais um parceiro do "Apadrinhando uma História". "O projeto abre duas portas: a de quem quer ajudar e de outro lado de quem precisa de ajuda”, disse.

Em Ji-Paraná desde 2003, a juíza Ana Valéria, falou da luta para fiscalizar uma instituição, o abrigo ou a casa acolhedora. "A inauguração do novo abrigo Adélia é uma vitória para o município e não poderia ter o melhor momento para lançar o projeto Apadrinhando uma História, que foi criado para ajudar as crianças e os adolescentes das instituições, para que elas possam dar ter um suporte, seja psicológico, afetivo ou financeiro". A magistrada destacou que a modalidade afetiva é muito importante, pois na instituição não há o atendimento individual. "O contato com o padrinho vai ensinar e mostrar para a criança que ela é uma pessoa diferente e que cada uma tem suas peculiaridades”, afirmou a juíza.

 

Orquestra em Ação

A Orquestra em Ação, composta por mais de 400 alunos, foi uma das atrações da solenidade, tomada de muita emoção. A associação de amigos da orquestra é uma entidade não governamental sem fins lucrativos, constituída em 2003, com o objetivo de oferecer educação musical gratuita a crianças e jovens estudantes da rede pública, estendendo essa oferta às demais pessoas da comunidade.

 

Adélia Francisca Santana

O nome do Abrigo é uma homenagem a uma adolescente que nasceu em 1997. Foi acolhida aos 11 anos, no dia 11 de outubro de 2006, e desde então o abrigo foi a sua residência. Diagnosticada com doenças como retardo mental grave, esquizofrenia e epilepsia, Adélia frequentou o ensino regular e APAE. Sonhava em residir com seus familiares ao completar 18 anos. Em virtude da falta de capacidade de discernimento proporcionada por deficiência mental passou por cirurgias. No dia 19 de outubro de 2015, foi autorizada a residir com seus familiares, indo morar com eles no dia 20 de outubro de 2015. No dia 21 de outubro de 2015 veio a óbito por causas naturais.

 

Apadrinhando uma História

Em 2016, o "Apadrinhando uma História" contou com 40 padrinhos afetivos, 12 provedores (que financiam alguma atividade ou mesada para as crianças) e 30 prestadores de serviço (psicólogos e assistentes sociais ou qualquer outro profissional que queira proporcionar algum benefício à criança, oferecendo o próprio trabalho).

 

As três modalidades de apadrinhamento são:

- Afetivo:é aquele que visita regularmente a criança ou adolescente, buscando-o para passar final de semana, feriados ou férias escolares em sua companhia.

- Provedor:consiste em dar suporte material ou financeiro à criança e ao adolescente, seja com a doação de materiais escolares, calçados, brinquedos seja com o patrocínio de cursos profissionalizantes, reforço escolar e prática esportiva.

- Prestador de serviços:consiste no profissional liberal que se cadastra para atender as crianças e adolescentes participantes do projeto, conforme sua especialidade de trabalho. Empresas, clínicas ou instituições podem se cadastrar, voluntariamente.

Assessoria de Comunicação Institucional

Autor / Fonte: TJ-RO

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