Uma ilha de prosperidade num mar turbulento de crise econômica

Uma ilha de prosperidade num mar turbulento de crise econômica

Tem coisas que apenas uma visão pode transformar em algo grande. A visão foi do governador Confúcio Moura, que, de olho (com o perdão do trocadilho!) no agronegócio, previu que seria por esse o melhor caminho para tornar Rondônia cada vez maior em termos de produção e crescimento. Do pensamento à ação foi um passo. Pensou em criar a Rondônia Rural Show e, já em 2012, a primeira edição se realizava, em Ji-Paraná. E já começou grande, com negócios que, naquele ano, superaram os 186 milhões de reais. No ano seguinte, 2013, a feira atingiu 294 milhões de reais em negócios e já se tornou a maior da região norte e uma das maiores do país.

Assim, sucessivamente, a Rural Show foi crescendo, ao ponto de, no ano passado e em pleno auge da crise, ter tido negócios que beiraram os 486 milhões de reais, embora abaixo do recorde de 2015, quando o valor chegou a 622 milhões. Ou seja, em cinco anos, a feira conseguiu mais de 2 bilhões de reais em negócios diretos para o Estado. De uma ideia de Confúcio, comprada na hora por sua equipe, pelo empresariado e pelos produtores rurais, Rondônia deu um salto no agronegócio. E chega agora, dentro de alguns dias, à sexta edição, com previsão de faturamento na faixa do 500 milhões, ou seja, meio bilhão de reais.

A novidade maior em 2017, contudo, é a área própria, doada pela Prefeitura de Ji-Paraná, com cerca de 50 hectares. Ali se concentrarão as dezenas de expositores, os produtores que irão adquirir equipamentos e conhecimento; os bancos oficiais e particulares que destinarão milhões de reais em recursos, para facilitar os negócios. Segundo o secretário Padovani, da Agricultura, um dos principais objetivos da feira é aproximar o produtor das novas tecnologias e mostrar que é possível melhorar a renda com a adoção de novas tecnologias.

A sexta edição da Rondônia Rural Show acontecerá daqui a alguns dias, de 24 a 27 de maio de 2017, em área própria, na BR 364, a 11 quilômetros de Ji-Paraná. Além de oficinas, cursos, workshop, palestras e circuitos tecnológicos, outro destaque será a programação no campo, como o caminho da carne, do leite e do café,  onde os interessados poderão conferir pessoalmente todas as fases de produção. Além disso, os produtores terão a disposição o que há de mais moderno em tecnologia rural. Enfim, enquanto o resto do Brasil, no geral, sofre com crises e confusão generalizada, por aqui, nós estamos indo muito bem. Pelo menos no agronegócio...

INFERNO NA TERRA

Se você vive reclamando da sorte; caso se considere daqueles que foram “brindados” só com problemas na sua vida; dos que vivem na dificuldade, pode começar a comemorar, caso você não more na Estrada do Belmont. Se morasse, aí sim teria todos os motivos do mundo para viver praguejando. A área é um somatório de irresponsabilidade, promessas não cumpridas, abandono, desrespeito. A cada dois meses, a comunidade fecha a Belmont, desesperada, pedindo socorro. A cada dois meses, um batalhão de autoridades aparece por lá, prometendo não só resolver todos os problemas, como ainda negociar com o Criador para que todos os que ali vivem sob sofrimento, sejam compensados na próxima vida, com a felicidade celestial. Obviamente que nunca nada é cumprido e a situação piora cada vez mais. E isso há anos, há décadas. Uma vergonha! Agora, para piorar ainda mais o que se imaginava que não pudesse ser piorar, parte da área está sem energia elétrica há dias. Ninguém resolve nada. Viver na Estrada do Belmont é ter o inferno na terra!

MAIS DE 365 MILHÕES

Mais uma boa nova: uma injeção de mais de mais de 365 milhões de reais na economia do Estado, vai acontecer em poucas semanas, a partir de agora. O primeiro valor, de cerca de 50 milhões de reais, será referente ao que vão pagar, para perto de 60 mil trabalhadores rondonienses, as contras inativas do FGTS, para os nascidos em junho, julho e agosto. Poucos dias depois, em 26 deste mês (já está confirmado), todo o pagamento do funcionalismo estadual estará depositado nos bancos. Mais 256 milhões. A partir de 16 de junho, mais outros cerca de 55 milhões do FGTS inativo chegam à economia de Rondônia, com o pagamento para os nascidos em setembro, outubro e novembro. Afora o pagamento dos salários das Prefeituras e da Assembleia Legislativa, que também têm sido feitas dentro do mês trabalhando, com raras exceções. Enfim, num momento de graves problemas para a economia, estamos mesmo vivendo numa ilha de crescimento e dinheiro entrando no mercado.

DESESPERO DOS SINDICATOS
 

Há um frisson no meio sindical. Um sentimento de medo e, em alguns casos, chegando perto do desespero. Milhares dessas entidades fajutas, que vivem apenas do dinheiro público e do suor dos trabalhadores, através do imposto obrigatório (que eles apelidaram de  “contribuição”), sabem que terão que fechar as portas, caso essa boquinha acabe. Então, vale tudo para negociar. Na reforma trabalhista, o fim do imposto obrigatório já foi aprovado, mas as principais centrais sindicais, preocupadas, como sempre, unicamente com a grana, estão até propondo parceria com o Governo Temer, desde que não percam essa fortuna que recebem todos os anos e há décadas. A intenção dos sindicalistas é apoiar qualquer projeto proposto ao Congresso (incluindo-se aí a reforma da previdência) e, em troca, Temer manteria o sagrado dinheirinho que mantém mordomias e outros quetais, para os diretores dessas entidades. Também surgiu uma nova contraposta: de que o corte do imposto fosse feito aos poucos. É bom que se diga: não há como acabar com a República Sindicalista, além de fechar as torneiras do dinheiro público. Tomara que Temer não recue...

A CRISE DE CANDEIAS

O clima continua tenso em Candeias do Jamari. A situação começou a ferver mesmo depois do brutal e covarde assassinato do prefeito Chico Pernambuco, em 18 de março passado. O vice, Luiz Ikenochichi assumiu o comando da Prefeitura, mas está sob fogo cruzado  da oposição, principalmente depois que a polícia esclareceu o crime e apontou que um primo do novo Prefeito foi o mandante da morte. Ikenochichi não foi sequer mencionado no inquérito policial, ao menos até agora, mas o parentesco com o principal envolvido no crime o colocou contra a parede. Pressionado, ele acabou dizendo que tem uma lista de políticos que desviaram dinheiro público. O clima, que já era quente, ferveu. Agora, apareceu a turma do deixa disso!, para com isso!, que é isso!, tentando jogar água fria no fogaréu, embora haja outros que continuam é jogando gasolina. Não será fácil para a pequena Candeias sair da enroscada em que se meteu. Dois grupos políticos, fortes, querem dominar a cidade. Esperemos pelos próximos capítulos...

DESRESPEITO AOS ESTUDANTES

Falta de planejamento: estudantes  da Escola Estadual de Ensino Fundamental Flora Calheiros, no bairro Esperança da Comunidade, estão perdendo um semestre inteiro de aulas, porque a escola começou a ser reformada em novembro do ano passado e só poderá ser utilizada a partir de julho. Uma reforma deste tamanho, feita num período chuvoso e ainda com feriados que não acabam mais, obviamente que iria atrasar. Qualquer leigo sabe disso. Então, o que se esperava? Ora, como a escola não estaria pronta tão cedo, que fosse criada uma estrutura para não deixar sem aulas algumas centenas de estudantes. Por isso, todos eles têm toda a razão em protestar com veemência contra esse descaso. E devem protestar mais. Não é possível que uma situação dessas tenha sido criada apenas por falta de visão e planejamento. Será que não se conseguiria ao menos um local provisório para que os alunos não ficassem sem aula, durante um semestre inteiro? É mesmo um absurdo!

O TERROR DAS MOTOS

Pais levando uma e até duas crianças, junto com eles, numa moto. Crianças na carona, sem capacete. Pilotos desrespeitando os sinais de trânsito, ignorando os horários de pique, quando a velocidade precisa ser menor e muito mais controlada; motos andando em alta velocidade, atravessando esquinas perigosas, inclusive no sinal vermelho. Motos caindo aos pedaços, transitando para lá e para cá. Tudo isso, infelizmente, são cenas que se repetem às dúzias, todos os dias, no trânsito de Porto Velho. As blitz da PM tentam ao menos amenizar o problema, apreendendo dezenas de motos e aplicando pesadas multas, até porque muitos dos motoqueiros que transitam pela Porto Velho, sequer têm habilitação. No João Paulo II, se vê o resultado de tudo isso. De cada dez acidentados, sete são pilotos ou seus caronas. Alguns sofreram ferimentos tão graves  que se passarão anos até que tenham condições de viver ao menos algo próximo a uma vida normal. Outros tantos ficarão aleijados para sempre. Isso sem contar o número cada vez maior de motos. É problema sem solução. É o terror, também aplicado ao trânsito...

PERGUNTINHA

Quantos anos você imagina que vá demorar até que todos os denunciados e até condenados em primeira instância pela Justiça, por envolvimento na roubalheira da Operação Lava Jato, demorarão para serem julgados pelo STF?

 

Autor / Fonte: Sérgio Pires

Comentários

Leia Também