Publicada em 08/10/2022 às 10h32
Já se passou uma semana, após as eleições em primeiro turno. As definições à presidência da República e ao governo de Rondônia ficaram para o segundo turno, que ocorrerão no próximo dia 30. Em nível nacional dividem o eleitorado o ex-presidente Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorre à reeleição.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (STF) o Estado de São Paulo detém o maior colégio eleitoral do Brasil, com 22,16% dos eleitores. A cada cinco votantes no País, um reside em São Paulo.
A disputa pelo governo do Estado ocorrerá em 12 dos 26 Estados da Federação. Nos demais Estados e no Distrito Federal as eleições a governador foram definidas no primeiro turno.
Há muita preocupação sobre o desenrolar da campanha à presidente da República, que estão polarizadas desde o lançamento das candidaturas, após as convenções partidárias. Nem mesmo a ironia e sarcasmo de Ciro Gomes (PDT), que concorreu pela quarta vez ao cargo de presidente da República sem sucesso interferiu. Lula e Bolsonaro estão no segundo turno e, o radicalismo entre esquerda e direita preocupa, pois ambos deixaram de ser adversários e são inimigos políticos. Isso é ruim para a democracia.
Mas as eleições a governador de Rondônia são mais importantes para os moradores do Estado. E o cenário é bem diferente do nacional, pois os dois candidatos são de direita e ligados ao presidente Bolsonaro, o governador Marcos Rocha (UB), que busca a reeleição, e o senador Marcos Rogério (PL), que receberam 38,88% e 37,05%, respectivamente, dos votos válidos nas eleições em primeiro turno.
Rocha foi eleito governador em 2018 junto com Bolsonaro a presidente da República, ambos, na época pelo PSL Hoje Rocha preside o União Brasil em Rondônia e esteve fechado com Bolsonaro nas eleições do primeiro turno. Seu partido elegeu cinco dos deputados estaduais e tem o apoio da maioria dos demais eleitos e reeleitos no parlamento estadual.
Rondônia tem oito cadeiras na Câmara Federal e quatro delas serão ocupadas por deputados do União Brasil: Fernando Máximo o mais bem votado federal de Rondônia com 85.604 votos, além de Maurício Carvalho, vice-prefeito de Porto Velho e o deputado estadual Eurípedes Lebrão.
Marcos Rogério é presidente regional do PL, que será o partido de maior representatividade no Congresso Nacional a partir do próximo ano elegendo nas eleições do domingo (2), 99 deputados federais, seguido do PT, com 68 parlamentares.
Em Rondônia PL reelegeu Sílvia Cristina e Chrisóstomo Moura à Câmara Federal. Completam a bancada federal de Rondônia para a próxima legislatura dois deputados do MDB: Thiago, Flores, ex-prefeito de Ariquemes e o presidente regional do partido, Lúcio Mosquini.
Rogério tem o apoio de Sílvia Christina e Chrisóstomo. O MDB estava fechado com Rocha, e Mosquini deve manter o apoio, mas não se sabe a quem Flores irá caminhar junto nas eleições em segundo turno.
Outro fator que favorece Rogério é a eleição do senador Jaime Bagattoli (PL), para a única das três vagas em disputa. Bagattoli superou a deputada federal Mariana Carvalho (PRB). A votação expressiva na eleição de Bagattoli no interior (ele tem domicílio eleitoral em Vilhena) será fundamental na eleição a governador, pois ele é do partido de Marcos Rogério.
As eleições em Rondônia ganham maior notoriedade no segundo turno. O elevado índice de abstenção no Estado no primeiro turno preocupa, porque a diferença entre Rocha e Rogério foi pequena, menos de 2% e, mais do que nunca os candidatos e os cabos eleitorais devem conscientizar, responsabilizar, incentivar o eleitor a votar, a escolher seus próximos governador e presidente da República.
O horário eleitoral no rádio e na TV tiveram início na sexta-feira (7). Se eleger, ou no caso de Rocha, reeleger tem muito a ver com o desempenho dos candidatos nos debates do rádio e da TV, principalmente, que hoje não influenciam tanto como em eleições passadas, mas são importantes, além de o desempenho nas redes sociais e sites eletrônicos, que hoje predominam na preferência da população, pois é impossível a convivência humana sem a participação do celular.
Se a ferrenha disputa, agressiva até, entre Lula e Bolsonaro, preocupa devido a radicalismo e até falta de maior bom senso dos candidatos, que deveriam se limitarem a programas e propostas viáveis e não a acusações mútuas, em Rondônia a preocupação é outra.
Rocha e Rogério, ao menos neste início de campanha em segundo turno, se mostram respeitosos, como se deve se e demonstra a consciência político-eleitoral de ambos. Os dois candidatos devem concentrar suas investidas não somente na busca do voto, mas principalmente em reduzir a abstenção, que em alguns municípios de Rondônia ultrapassou os 30%.