Publicada em 02/05/2024 às 15h43
A Turquia interrompeu todas as exportações e importações com Israel a partir desta quinta-feira (2) devido à guerra em Gaza.
A informação foi dada por dois oficiais turcos à agência Bloomberg, e Ancara ainda não oficializou o posicionamento.
O chanceler do país judeu, Israel Katz, afirmou que o comportamento do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, é “de ditador”. Ele ainda disse que a medida viola acordos internacionais.
Katz encarregou sua pasta de concentrar esforços imediatos “com todas as partes interessadas no governo para criar alternativas ao comércio com a Turquia, concentrando-se na produção local e nas importações de outros países”.
O chanceler ainda disse que a Turquia já estava impedindo países terceiros de usar portos turcos para trocas comerciais com Israel. Ele não especificou em quais terminais isso estaria ocorrendo, nem se a medida afetou o porto de Ceyhan, através do qual Israel importa petróleo do Azerbaijão.
“Israel emergirá com uma economia forte e audaciosa. Eles perdem, nós vencemos”, disse o ministro em uma publicação no X (antigo Twitter).
Segundo o instituto de estatística da Turquia, a balança comercial entre os dois países atingiu US$ 6,8 bilhões em 2023, composta por 76% de exportações turcas.
A Turquia já havia restringido, no último dia 9 de abril, boa parte das exportações internacionais, incluindo 54 produtos.
Entre eles estavam materiais de construção de aço, ferro e alumínio, além de combustível de aviação.
Na ocasião, Ancara afirmou que a venda de produtos que pudessem ser usados para fins militares por Israel não estava autorizada, e que a decisão permaneceria em vigor até que o país declarasse um cessar-fogo e autorizasse acesso contínuo de ajuda humanitária em Gaza.
Nesta quarta-feira (1º) o chanceler turco, Hakan Fidan, anunciou que o país entraria como parte na queixa apresentada pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), tribunal da ONU com sede em Haia, na Holanda, por genocídio.