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ELEIÇÕES 2020

'Quando nos enterraram, não sabiam que éramos sementes', diz pré-candidato à Prefeitura de Porto Velho sobre 'morte' do PT

Porto Velho, RO — O presidente municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) em Porto Velho, Ramon Cujuí, visitou a redação do jornal eletrônico Rondônia Dinâmica na tarde desta quarta-feira (12) a fim de falar sobre eventual disputa à Prefeitura da Capital.

Cujuí se declara pré-candidato e, de cara, faz questão de responder às críticas que dizem respeito à "morte" do PT; ou seja, aos que creem no fim da legenda como protagonista no tabuleiro eletivo:

"Quando nos enterraram, não sabiam que éramos semente", asseverou com um sorriso entusiasmado.

Rondônia Dinâmica  — Como será enfrentar uma eleição, caso o senhor seja mesmo candidato, num momento de polarização tão acirrado entre direita e esquerda?

Ramon Cujuí — Na verdade o que está colocado no cenário hoje não é uma disputa entre direita e esquerda. O que está colocado é uma disputa entre esquerda e extrema-direita. Se você pega, por exemplo, uma candidatura do Alckmin, é uma candidatura de direita. E o fenômeno não é brasileiro, é mundial.

RD — E o que restou  da esquerda?

RC — O que se preservou do campo político da disputa nos últimos trinta anos foi a esquerda. O PT manteve a maior bancada de deputados federais e a maior quantidade de governadores eleitos. E foi o PT, foi a esquerda. Então essa história de que o PT ia acabar, que o PT acabou, isso é uma tremenda balela.

RD — O que você diria aos que falam por aí que o PT "morreu"?

RC — Diria que quando nos enterraram, não sabiam que éramos sementes.

RD — E como é, na sua visão, a disputa em Porto Velho? Qual seria a ótica do eleitorado, segundo a análise da legenda?

RC — É uma eleição desideologizada, pragmática. O eleitor olha pra rua, vê a rua quebrada; olha para o posto [de saúde], o posto não funciona. Ele anda no transporte público e o transporte é uma desgraça. E percebe que perde momentos da vida dele.

RD — Mas o PT passou pelo poder duas vezes seguidas...

RC — Sim, com Roberto Sobrinho. E o eleitor teve a resposta disso. Foram anos de glória. Se você fizer a comparação dos mandatos do Roberto com os do Dr. Mauro Nazif e o do Hildon Chaves, não tem a mínima comparação. Se a eleição fosse racional em avaliação de perdas e ganhos seria para nós uma "lavada". Mas eleição também tem o componente emocional.

RD — A tendência aqui não serial o bolsonarismo, então?

RC — Não. O eleitor quer o novo. Dificilmente você vai ter, por exemplo, um Mauro Nazif ganhando uma prefeitura contra um novo candidato. Um Léo Moraes, que nunca assumiu; um Vinicius Miguel, terá um novo em mim, e até num Eyder Brasil, que seria o candidato da extrema-direita. Mas no caso dele no cenário que a gente olha a adesão é pequena, não sei como isso se dá adiante.

RD — Se o seu nome for concretizado, qual seria a intenção do PT?

RC — Eu quero falar com as pessoas, ir pro debate. Esses caras que estão aí são horríveis. Eles falam em baixar custo o tempo todo. O Estado não é para economiazar, não é para economizar! O Estado é para gastar bem aquilo que o cidadão coloca na mão dele. É para ser devolvido em serviço de qualidade.