DIREITOS HUMANOS Medidas de emergência não devem suprimir direitos humanos, diz ONU Publicada em 16/03/2020 às 14:41 Um grupo de 18 relatores e especialistas em direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu aos Estados-Membros que evitem o excesso de medidas de segurança na resposta ao novo coronavírus, o Covid-19. Em nota publicada nesta segunda-feira (16), os especialistas afirmam que os poderes de emergência não devem ser usados para reprimir a dissidência. Crise O grupo reconhece “a gravidade da atual crise de saúde” e lembra que “o uso de poderes de emergência é permitido pelo direito internacional em resposta a ameaças significativas.” Apesar disso, “qualquer resposta de emergência deve ser proporcional, necessária e não-discriminatória." O apelo endossa a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que pediu recentemente para se colocar os direitos humanos no centro da resposta ao coronavírus. Direito internacional O direito internacional tem orientações claras sobre declarações de estados de emergência, por razões de saúde ou segurança. O uso destes poderes deve ser declarado, publicamente, e notificado aos órgãos relevantes sempre que os direitos fundamentais, como movimento e associação, forem limitados de forma significativa. Os especialistas dizem que a situação “não deve ser usada para atingir grupos, minorias ou indivíduos.” Também não deve servir de cobertura para ações repressivas nem para silenciar o trabalho dos defensores dos direitos humanos. Risco O grupo afirma que existe o risco de Estados e instituições de segurança usarem estes poderes como um atalho, criando ligações com os sistemas legais e políticos. Para evitar essa situação, “as restrições devem ser implementadas de forma única e devem ser o meio menos invasivo de se proteger a saúde pública." Nos países onde o surto já está diminuindo, as autoridades devem tentar voltar à vida normal e evitar o uso destes poderes para controlar, indefinidamente, a vida das populações. Por fim, os especialistas encorajam “os Estados a permanecerem firmes na manutenção de uma abordagem com base nos direitos humanos para facilitar o surgimento de sociedades saudáveis com Estado de Direito e direitos humanos protegidos.” Fonte: Agência Brasil Leia Também Medidas de emergência não devem suprimir direitos humanos, diz ONU Defesa Civil vai às praias do Rio para pedir que banhistas se retirem Senado adota novas medidas para evitar contágio do coronavírus Governo de Rondônia determina suspensão das aulas, mas mobilização em favor do Fundeb permanente continuará nas redes sociais Países fecham fronteiras para evitar propagação do coronavírus Twitter Facebook instagram pinterest