Opinião SILVIO M. SANTOS - 60 anos da minha primeira composição musical Publicada em 30/03/2020 às 08:40 No último dia 1º de março, minha primeira composição musical, a marchinha de carnaval “A Chuva Quando Cai”, completou 60 anos. Naquele tempo, morávamos na rua Farquar em frente à Feira Modelo (hoje Mercado Central), onde minha mãe dona Inez Macedo dos Santos mantinha uma “Pensão” (restaurante), e um Boteco no qual vendíamos cereais e muita PINGA. Em virtude disso, nossa casa era muito frequentada, por trabalhadores da Estrada de Ferro, Ribeirinhos e funcionários do Território Federal. Entre esses frequentadores, citamos o Guarda da EFMM Miguel, e os carpinteiros do Território José Cardoso e Jia os três, fundadores da escola de samba “O Triângulo Não Morreu”. Por outro lado, meu irmão Bianor, aprendia tocar violão com o violonista conhecido como Capote considerado um dos melhores à época. As aulas de violão aconteciam sempre a “Boca da Noite” e eu ficava apreciando Capote dedilhando valsas de Dilermando Reis como “Gotas de Lágrimas”, e “Abismo de Rosas” entre outras. Bianor para aprimorar seus conhecimentos ao violão, sempre nos reunia (eu e minha irmã Berenice o meu irmão Francisco) em volta da mesa de jantar, para ficarmos cantando os sucessos do momento, enquanto ele acompanhava ao violão. Vale salientar, que o Bianor já trabalhava como locutor, na rádio difusora do Guaporé. Bom, esse meu envolvimento com todo esse pessoal da escola de samba do Triângulo, e o violonista Capote entre outros boêmios foi despertando em mim, o amor pela música. Apesar de nunca ter aprendido a tocar qualquer instrumento de harmonia, como violão e cavaquinho, me arriscava em fazer paródias de músicas de sucesso da época. Outro detalhe: Eu já trabalhava como office boy no jornal Alto Madeira onde os citados fundadores da escola de samba do Triângulo também frequentavam, já que o principal idealizador da escola do ‘Morro’, era o tipógrafo Paulo Machado ali também trabalhava meu irmão Antônio Joaquim dos Santos. Quer dizer, já estava entrosado com a turma do samba e da boemia de Porto Velho. COMO NASCEU A MARCHINHA Naquele tempo, os desfiles carnavalescos aconteciam domingo e terça feira de carnaval e os blocos desfilavam na avenida Presidente Dutra. A concentração era entre a Carlos Gomes e a D. Pedro II, na “cabeça” da Ladeira do Porto Velho Hotel. O Palanque oficial geralmente era montado entre o prédio do Banco do Brasil (hoje restaurante do Sesc) e a Pensão do Napoleão (hoje uma galeria com várias lojas) e a Associação Comercial. Aquele desfile marcou a estreia da escola de Samba Diplomatas que havia adotado esse nome em troca do nome “Prova de Fogo” com o qual desfilou em 1959. A Presidente Dutra, desde o Porto Velho Hotel até a Praça Rondon estava literalmente lotada. Naquele tempo as grandes atrações eram os blocos dos clubes sociais Ypiranga, Bancrévea (os mais esperados), Guaporé, Danúbio Azul e Imperial. Lembro que naquele carnaval, o Reio Momo foi o seu Emil Gorayeb. FAMILIA ASSITE O DESFILE Como morávamos ali pertinho, na Farquar, mamãe nos aprontou para todos irmos assistir os desfiles na Presidente Dutra e assim fomos, conseguimos um lugar bem ao lado do Palanque Oficial onde estava a Corte do Rei Momo. Eu não cabia em mim de tanta felicidade. Os desfiles começaram com a apresentação do Bloco “Rei das Selva” do Valdemar Cachorro e os blocos dos foliões que se apresentavam individualmente concorrendo a prêmios de originalidade. A primeira grande agremiação a desfilar foi a Escola de Samba Os Diplomatas com o Bola Sete a frente com uma “Maromba”, pedindo passagem. Depois veio o Imperial, Guaporé e Danúbio Azul. Quando o bloco do Ypiranga se aproximava do Palanque, arriou uma chuva torrencial e nós corremos para casa. Todo molhado, ao chegar em casa, não sei como foi que aquilo aconteceu; lembrando que o Clube Ypiranga (de madeira), ficava logo acima da Ladeira da Farquar e lá estava acontecendo o Baile Infantil e de casa, a gente escutava a orquestra tocando. Sentei e comecei a batucar na mesa de jantar cantando a marchinha, que depois coloquei o nome de “A Chuva Quando Cai”. Isso foi na terça feira de carnaval do ano de 1960. A CHUVA QUANDO CAI De: Silvio M. Santos A chuva quando cai Molha a fantasia Deixa manchar Que eu estou na folia. O Momo Primeiro e Único Já está na alegria Eu pro clube pular Em casa, quarta feira eu vou chegar. Fonte: Zekatraca Leia Também SILVIO M. SANTOS - 60 anos da minha primeira composição musical Coronavírus: dinheiro vem de todos os lados para a batalha em Rondônia; e a luta por leitos de UTI Japão quer incluir em lista de recusa entrada de estrangeiros dos EUA Coronavírus: população de Moscou fica confinada Sindicato dos Bancários de Rondônia teve semana de conquistas pela saúde de bancários e cooperativários Twitter Facebook instagram pinterest