ECONOMIA Cepal prevê queda de pelo menos 1,8% na economia da América Latina Publicada em 03/04/2020 às 14:20 A crise desencadeada pela covid-19 pode levar à queda da economia (Produto Interno Bruto - PIB) da América Latina e do Caribe de, pelo menos, 1,8%, em 2020. A Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal) das Nações Unidas divulgou hoje (3) a previsão no relatório “A América Latina e o Caribe diante da pandemia de covid-19: efeitos econômicos e sociais”. Antes da chegada da covid-19, a Cepal previa que a região cresceria no máximo 1,3% em 2020. Entretanto, os efeitos da crise levaram a mudar essa previsão e a prever uma queda do PIB de pelo menos 1,8%, embora não se possa descartar que se chegue a retração entre 3% e 4%, ou até mais. Para a Cepal, o impacto econômico final dependerá das medidas tomadas nos níveis nacional, regional e global. Segundo o relatório, a crise da covid-19 terá efeitos econômicos diretos nos sistemas de saúde e nas taxas de mortalidade, e efeitos indiretos, que se materializarão no lado da oferta e da demanda na economia. De acordo com a Cepal, entre os efeitos diretos está o impacto nos sistemas de saúde da região, cuja infraestrutura é insuficiente para enfrentar os problemas gerados pela pandemia. Para fortalecer os sistemas de saúde, há necessidade de maiores gastos públicos: os países da região gastam uma média de 2,2% do PIB em saúde. Segundo a Cepal, para tratar a emergência sanitária é “imperativo aplicar imediatamente e de maneira eficiente as medidas de contenção sugeridas pela Organização Mundial da Saúde, fortalecer os sistemas de saúde e garantir o acesso universal a exames, medicamentos e curas”. Para tratar a emergência social, acrescenta a Cepal, são necessárias medidas de proteção de renda para os grupos mais vulneráveis, de proteção do emprego, como os benefícios de desemprego e renda básica de emergência, e de apoio às pequenas e médias empresas e aos trabalhadores por conta própria. Com relação às questões fiscais, diz a Cepal, os orçamentos devem ser reorganizados para implementar pacotes de estímulo a fim de fortalecer os sistemas de saúde, proteger a renda e minimizar a contração da economia. Na área monetária, acrescenta o órgão, devem ser feitos esforços para estabilizar as taxas de câmbio e preservar a solvência e o funcionamento do mercado bancário. E para incentivar a cooperação internacional, é necessário reconsiderar as políticas de concessão de empréstimos dos organismos internacionais. E facilitar, também, os empréstimos a juros baixos e adiar o serviço da dívida para os países em desenvolvimento. Em particular, o organismo da Organização das Nações Unidas pede que as sanções impostas à Cuba e à Venezuela sejam retiradas para permitir o acesso a alimentos, suprimentos médicos e exames da covid-19 e assistência médica. “É tempo de solidariedade, não de exclusão”, indica o documento. A longo prazo, a região terá que repensar suas estratégias de desenvolvimento para prevenir a gravidade de futuros choques, enfatiza o relatório. Nesse sentido, a Cepal propõe a criação de um fundo regional dedicado às necessidades específicas dos países de renda média para apoiar a recuperação social, econômica e produtiva. Exportações De acordo com o estudo da Cepal, a previsão é que o valor das exportações da região cairá pelo menos 10,7% em 2020, devido à queda dos preços e à contração da demanda agregada global. Para a Cepal, os países precisam repensar suas estratégias de desenvolvimento, fortalecendo a coordenação e a integração regional para assegurar as cadeias de suprimentos de bens críticos, aliviar a pobreza e promover a redução da desigualdade, e fortalecer o comércio intra-regional e as cadeias de produção, entre outras medidas. Agenda 2030 O relatório alerta, também, que a crise coloca em risco a integralidade da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e seus Objetivos (ODS). Em sua análise, apresenta exercícios de simulação para 72 séries estatísticas dos indicadores dos ODS. Segundo a Comissão, 73% dos indicadores analisados mostram que há problemas para alcançar os ODS até 2030. Nesse sentido, a Cepal enfatiza que avaliar os impactos das políticas utilizadas para implementar a Agenda 2030 nos países da região é crucial. Para o monitoramento dos avanços a médio e longo prazo, a Cepal desenvolveu dois instrumentos específicos: o Portal dos ODS (SDG Gateway) e o Observatório Covid-19, que em breve estarão disponíveis. Fonte: Agência Brasil Leia Também Cepal prevê queda de pelo menos 1,8% na economia da América Latina Toffoli defende saída “diagonal” para isolamento por novo coronavírus Teimosia do Santander em não liberar funcionários do grupo de risco já deixou de ser apenas irresponsável para ser criminosa Portaria que autoriza sepultamento sem certidão de óbito vale para Rondônia, informa TJ de Rondônia Cuidados com a gestão financeira são fundamentais em meio à crise Twitter Facebook instagram pinterest