CIÊNCIA Estudo busca relacionar tipo de sangue ao risco de contrair Covid-19 Publicada em 20/04/2020 às 10:09 Um estudo conduzido por pesquisadores chineses sugere que pessoas pertencentes ao tipo sanguíneo A são mais suscetíveis à infecção pelo novo coronavírus e apresentam mais risco de morte por Covid-19, enquanto pessoas do tipo O correm menos risco de contrair e morrer pela doença. Apresentado em 27 de março em uma plataforma de pré-impressão de estudos de saúde, o texto que busca relacionar os tipos de sangue ao risco para a doença é uma versão inicial e ainda não revisada, produto de uma análise que possui limitações, segundo os próprios autores. Eles ressaltam, portanto, que o material ainda não deve ser usado para orientar a prática clínica. O método utilizado pelos pesquisadores, membros de cinco universidades chinesas, comparou a distribuição dos tipos sanguíneos entre a população das regiões de Wuhan e Shenzen, na China, com a distribuição por tipo sanguíneo entre 2.173 pessoas infectadas com Covid-19 nestas localidades. Em Wuhan, onde a pandemia de coronavírus teve origem, o estudo constatou que, entre 3.694 pessoas sem a doença, 32,16% eram do tipo sanguíneo A, 24,9% eram do tipo B, 9,1% eram do tipo AB e 33,84% eram do tipo O. Analisando amostras de sangue de 1.775 pacientes com Covid-19 no Hospital Wuhan Jinyintan, o resultado foi de 37,75% do tipo A, 26,42% do tipo B, 10% do tipo AB e 25,8% do tipo O. No hospital da Universidade de Wuhan, onde 113 pacientes foram analisados, os dados do tipo A sugeriram um risco de infecção ainda maior do que no outro hospital, enquanto os relativos do tipo O indicam risco ainda mais reduzido. Como a proporção de doentes do tipo A teve uma alta mais expressiva em relação à população local, enquanto os do tipo O ficaram abaixo da proporção da cidade, os pesquisadores concluíram que há “um risco significativamente aumentado do tipo sanguíneo A para COVID-19 e risco reduzido do tipo sanguíneo O para COVID-19”. Em Shenzen, onde 23.368 pessoas sem a doença foram analisadas, 28,7% da população pertence ao tipo A, exatamente a mesma proporção identificada entre as 285 pessoas com Covid-19 estudadas no Hospital do Terceiro Povo. A respeito do tipo O, no entanto, 38,7% da população têm sangue deste tipo, número que foi de 28,42% entre os infectados na cidade. “Esses resultados mostraram um risco significativamente menor de infecção associado ao tipo sanguíneo O”, diz. Entre 206 pacientes que haviam morrido de Covid-19, a proporção foi de 41,26% do tipo A, 24,27% do tipo B, 9,22% do tipo AB e 25,24% do tipo O. “O grupo sanguíneo A foi associado a um maior risco de morte em comparação aos grupos não A. Pelo contrário, o grupo sanguíneo O foi associado a um menor risco de morte em comparação aos grupos não O”, afirma o estudo. Os cientistas, contudo, apontam sobretudo duas limitações ao estudo: o número de pacientes estudados nos hospitais de Wuhan e Shenzen era reduzido e por isso eles “podem não representar uma sólida análise de replicação”; e a falta de informações sobre doenças crônicas nos pacientes, que “podem afetar a gravidade da Covid-19”. “Seria prematuro usar este estudo para orientar a prática clínica neste momento, mas deve-se incentivar uma investigação mais aprofundada da relação entre o grupo sanguíneo ABO e a suscetibilidade à Covid-19”, afirmam. Fonte: Veja Leia Também Estudo busca relacionar tipo de sangue ao risco de contrair Covid-19 Prefeitura emite nota sobre 7º caso de Covid-19; paciente é filha da mulher de 63 anos que faleceu na semana passada Preço do petróleo americano despenca quase 40%, e vai abaixo de US$ 12 o barril Padre visita hospitais e leva palavra de fé para profissionais de saúde no combate ao coronavírus Em nota pública, CNPG demonstra preocupação com a incitação de comportamentos antidemocráticos Twitter Facebook instagram pinterest