REPERCUSSÃO Saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça tem reação imediata no Senado Publicada em 24/04/2020 às 12:53 A exoneração do diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e a consequente saída do ministro da Justiça, Sergio Moro, repercutiram de imediato no Senado, nesta sexta-feira (24). Além de fazer críticas ao governo Jair Bolsonaro, dezenas de senadores foram às redes sociais demonstrar preocupação com a independência da PF. Os oposicionistas Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE) disseram que o ministro Moro na verdade apresentou uma delação premiada, implicando o presidente em vários crimes. Eles pediram uma investigação urgente e defenderam até um pedido de impeachment contra o chefe do Executivo. "Ao dizer que o presidente da República quer alguém na PF com quem possa 'colher relatório de informação', o ministro acusa formalmente de grave crime de responsabilidade. É uma clara tentativa de obstrução de justiça. É preciso urgente investigação sobre o tema", opinou Costa. O senador Angelo Coronel (PSD-BA) levantou uma série de indagações sobre os motivos que levaram o presidente da República a tentar interferir na instituição policial da União: "Moro sai deixando claro que Bolsonaro quer interferir na PF. Por quê? Será que a equipe atual descobriu algo que está incomodando o governo? E disse que Bolsonaro quer alguém de sua confiança na PF para obter diretamente informações. Qual objetivo disso? Não é papel da PF esse tipo de serviço", questionou. Apoio Houve também senadores demonstrando apoio e prestando solidariedade ao ex-juiz, como Antonio Anastasia (PSD-MG), Major Olímpio (PSL-SP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que disse que há homens e mulheres no país que não se vendem aos "poderosos de plantão": "Os canalhas precisam entender, de uma vez por todas, que existem no Brasil homens e mulheres que não se vendem e nem abaixam a cabeça para os poderosos de plantão. Toda a solidariedade ao cidadão Sérgio Moro e à equipe do MJSP, em especial da PF", disse Vieira. Para Antonio Anastasia (PSD-MG), não deve ter sido fácil para o ministro tomar tal decisão, todavia, não é possível abrir mão de valores e compromissos. O representante de Minas disse ainda que o ex-juiz merece todo o reconhecimento dos brasileiros. "Imagino que a decisão do ministro em deixar a pasta não tenha sido fácil. Mas concordo que não podemos abrir mão de nossos valores e compromissos e daquilo que acreditamos. Desejo a ele sucesso nos seus próximos desafios. O ministro merece, assim, o reconhecimento dos brasileiros. Torço para que sua saída não represente a descontinuidade do planejamento e das ações do MJSP. O Brasil ainda precisa avançar muito no combate à corrupção e na melhoria da segurança pública e não aceitará retrocessos", disse. Veja o que os senadores disseram nas redes sociais * Alessandro Vieira (Cidadania-SE): "Os canalhas precisam entender, de uma vez por todas, que existem no Brasil homens e mulheres que não se vendem e nem abaixam a cabeça para os poderosos de plantão. Toda a solidariedade ao cidadão Sérgio Moro e à equipe do MJSP, em especial da PF. Força e Honra.". * Antonio Anastasia (PSD-MG): "Imagino que a decisão do ministro em deixar a Pasta não tenha sido fácil. Mas concordo que não podemos abrir mão de nossos valores e compromissos e daquilo que acreditamos. Desejo a ele sucesso nos seus próximos desafios." * Weverton (PDT-MA): "É curioso também ver o ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, reconhecer que no governo de Dilma, ao contrário do que acontece no governo Bolsonaro, havia liberdade e autonomia da PF. Nada como o tempo para a corrigir a história." * Humberto Costa (PT-PE): "Estamos diante de um caso de delação premiada feita pelo ministro da Justiça contra o presidente da República. Ele é a principal testemunha dos crimes de responsabilidade cometidos pelo chefe do Executivo. Não há outro caminho que não o do impeachment." * Eliziane Gama (Cidadania-MA): "É de extrema gravidade o que foi informado pelo ministro Moro que o presidente pedia relatórios constantes sobre investigações em andamento na Polícia Federal. Por que o interesse pessoal do presidente em saber detalhes das investigações? O que o presidente teme?" * Marcos Rogério (DEM-RO): "Vejo com extrema preocupação a demissão do ministro Sérgio Moro, pelas circunstâncias anunciadas. Moro preserva sua honra e é digno de nosso respeito e admiração, pela postura de defesa das instituições democráticas." * Rodrigo Cunha (PSB-AL): "Como juiz, Sergio Moro mudou o patamar do combate à corrupção no país. No governo, tornou-se símbolo de que a intolerância aos desmandos e aos crimes de colarinho branco seria o norte da atuação do Ministério da Justiça." * Major Olímpio (PSL-SP): "Moro é herói nacional. Uma grande derrota do país. Lamento muito por essa grande perda sofrida. Triste dia. Grande derrota ao combate à corrupção". * Fabiano Contarato (Rede-ES): "O que realmente interessa ao país é o combate à corrupção não enfraquecer. Fui eleito defendendo a Lava Jato e para mim, como para milhões de brasileiros, é um dia triste! Temos de passar tudo a limpo! Que não fique um corrupto no poder! Que seja observado nosso comando constitucional do princípio da impessoalidade! Doa a quem doer!" * Rogério Carvalho (PT-SE): "Moro não tem nenhuma credibilidade para fazer acusações. Negociou e usou criminosamente das instituições para perseguição política. Agora o foco está em preservar e fortalecer a democracia assim como fizemos nos governos do PT. Moro atira para se manter no jogo político onde sempre esteve". Fonte: Agência Senado Leia Também Saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça tem reação imediata no Senado Senador Acir Gurgacz quer suspender consignados de aposentados até fim da crise Confúcio Moura propõe alojamento para profissionais do SUS que moram com idosos e trabalham diretamente com pacientes da covid-19 Deputado conhecido pelo 'Economizômetro' é cassado; em vídeo, Aélcio da TV se manifesta após decisão Deputado Lúcio Mosquini lamenta morte do emedebista Almir Candury Twitter Facebook instagram pinterest