VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Violência doméstica durante pandemia: Queda no número de medida protetivas de urgência preocupa Publicada em 29/04/2020 às 11:57 Apesar da redução no número de medidas protetivas de urgência iniciadas nos quatro primeiros meses do ano comparado ao mesmo período do ano passado, a violência no ambiente doméstico é motivo de preocupação dos juizados especializados. Destinadas a proteger as vítimas, as medidas podem garantir obrigações ao agressor, como afastamento do lar, proibição de contato com a ofendida, bem como medidas que asseguram sua proteção, como por exemplo, encaminhá-la junto com seus dependentes a programa oficial de proteção, determinar a recondução da vítima ao seu domicílio. Até o dia 24 de abril deste ano, 734 tiveram início, de acordo com dados dos dois juizados de Violência Doméstica da Capital. Só no mês de abril, a redução foi de mais de 70%. Em 2019, o primeiro quadrimestre registrou mais de mil medidas iniciadas. Em 2020, antes da pandemia os dados eram crescentes, até março, quando teve início uma queda expressiva. Em março, a redução chegou a 13%, e no mês seguinte, 76%, com 119 medidas, contra 508 registradas no mesmo período do ano passado. “Os números estão pequenos, mas temos relatos de que a situação nos lares está tensa. Acreditamos que, mesmo com os plantões desenvolvidos pela rede de proteção, as mulheres imaginam que estão impedidas de denunciar, o que não é correto”, afirma a juíza Silvana Maria de Freitas, titular do 2º Juizado de Violência Doméstica. Uma Nota Técnica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, produzida a pedido do Banco Mundial com dados de seis estados, apontou que “embora os registros administrativos aparentemente indiquem redução da violência de gênero, os números de feminicídios e homicídios femininos apresentam crescimento, indicando que a violência doméstica e familiar está em ascensão. Em São Paulo o aumento dos feminicídios chegou a 46% na comparação de março de 2020 com março de 2019 e duplicou na primeira quinzena de abril. No Acre o crescimento foi de 67% no período e no Rio Grande do Norte o número triplicou em março de 2020”. Para o juiz Álvaro Kalix Ferro, coordenador de Mulheres da instituição este levantamento, embora não contenha dados de Rondônia, revelam um diagnóstico preocupante. “Neste momento é importante garantir que os canais de denúncia estejam funcionando de forma efetiva, para garantir a integridade física e psicológica das mulheres que eventualmente estejam sendo vítimas dessa violência doméstica em tempos de pandemia”, ressaltou. A pesquisa em redes sociais também mostrou aumento de 431% nos relatos de brigas entre vizinhos no Twitter entre fevereiro e abril de 2020, reforçando a hipótese de que, embora as medidas de isolamento social sejam necessárias para a contenção da pandemia de Covid-19, podem estar oportunizando o agravamento da violência doméstica. Onde denunciar? Qualquer pessoa pode fazer a denúncia: a própria mulher, vizinhos, parentes ou quem estiver presenciando, ouvindo ou que tenha conhecimento do fato, através dos canais: Polícia Militar 190 Polícia Civil 197 Delegacia Especializada em Atendimento à mulher a família 3216-8855 3216-8800 98479-8760 (Plantão social, via WhatsApp) Ministério Público do Estado 98408-9931 / 99977-0127 Defensoria Pública 99204-4715 Juizado de Violência Doméstica e familiar Contra a mulher 98455-3277 / 3217-1212 Centro de Referência Especializado da Assistência Social no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica - 3901-3640 / 98473-4725 Fonte: TJ-RO Leia Também Violência doméstica durante pandemia: Queda no número de medida protetivas de urgência preocupa Sema convoca população para pausa de 60 segundos pela conscientização sobre o ruído Máscaras descartáveis para doação são produzidas por reeducandas Prefeitura lança edital para distribuir recursos do Fundo da Criança Anvisa autoriza importação de equipamentos usados em UTI Twitter Facebook instagram pinterest