EDITORIAL A forçação de barra do Governo Rocha para perdoar R$ 1,3 bilhão da dívida da Energisa com Rondônia Publicada em 30/05/2020 às 09:13 Porto Velho, RO – O governador de Rondônia Coronel Marcos Rocha, hoje sem partido, quer porque quer perdoar R$ 1,3 bilhão da dívida da Energisa com o Estado. Mas é uma insistência que beira a teimosia, e isto a despeito de a grande maioria da sociedade rondoniense ser contra, dado que pode ser checado em qualquer veiculação virtual sobre o tema: a favor da sacanagem, não há uma só viva alma além dele próprio, dos membros do seu estafe administrativo e agregados temporários, os denominados comissionados, servidores públicos de ocasião. E o militar está insistindo no assunto porque, de acordo com o Palácio Rio Madeira, esses R$ 800 milhões seriam imprescindíveis à aplicação imediata na área da Saúde, justamente em decorrência do caos no setor, este experenciado especificamente por conta do avanço do novo Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2). Não há, por outro lado -- e só para fixar paralelo a fim de que o [a] leitor [a] entenda a situação --, a mesma preocupação financeira quando observamos o processo de pagamento da BuyerBR [aquela da ex-parceira de negócios de Júnior Gonçalves, chefe da Casa Civil]. Ela é a tal empresa atravessadora do laboratório Hangzhou Realy Tech Co Ltd, produtora dos kits de teste rápido para detecção do Coronavírus. É, apenas para refrescar a memória, um negócio de R$ 10,5 milhões no total. Este, aí sim, imbróglio econômico que causou prejuízos à sociedade, até porque o prazo garantido era inviável, inaplicável, e, mesmo assim, especialmente sabendo que os testes à época não tinham registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Estado quis pagar mais de R$ 3 milhões adiantados. E pagou. Por sorte, a Justiça bloqueou, após pedido do Ministério Público (MP/RO), reitere-se, o disparate na conta da BuyerBR, pois a ingenuidade da gestão Rocha, para dizer o mínimo, escrachou-se ante à questão dando forma e nomes ao amadorismo administrativo. Agora, em vez de deixar o empreendimento brigar no mesmo Judiciário para resguardar seu direito a receber, se é que o tem, o Estado de Rondônia é quem pleiteia na 2ª Vara da Fazenda Pública a liberação dos recursos na conta da empresa, agindo como advogado do Diabo, de graça, mesmo após ter sido lesado e violado nas mais variadas formas em diversos critérios do acordo travado sem licitação. Esse é apenas um dos inúmeros arquétipos que poderíamos usar para ilustrar a aberração intentada pela turba do Executivo estadual. Voltando à benesse tributária da Energisa. Essa permissividade concessiva, cedida, claro, às custas do chapéu alheio, e que no caso, fique claro, é debitada na conta do povo de Rondônia, não na do carioca Marcos Rocha, é sintoma clássico de que a doença à qual enfrentamos não está ligada apenas ao vírus, mas também, e principalmente, às mãos moles e ao pulso quebrado de quem nos gerencia. O próprio Tribunal de Contas (TCE/RO) se manifestou quando usado em determinado canal de mídia como órgão autorizador do dispêndio; obviamente, fora obrigado a veicular Nota de Esclarecimento rechaçando o uso inadequado de suas credenciais para chancelar ou não processos que sequer passaram pela sua alçada. Governo de Rondônia expõe com orgulho sua característica de vendilhão ao exaltar o perdão da dívida da Energisa / Reprodução Agora, o Estado de Rondônia faz o mesmo ao dar a entender, via canal institucional, ou seja, através da página da Superintendência Estadual de Comunicação (Secom/RO), que o Poder Judiciário vê a situação com bons olhos. E servindo ainda de esteira à mediação onde a Energisa entra com a sola do sapato no rosto do pagador de impostos, que, por sua vez, também é o consumidor reiteradamente lesado por suas contas exorbitantes e práticas constantemente abusivas. À concessionária, Marcos Rocha quer conceder os louros; ao povo, as cascas da banana cujo preço delineou a benção servil à célula da iniciativa privada que mais atentou contra o cidadão nos últimos anos. As considerações acima não são apenas do jornal. Elas foram respaldadas por informações repassadas no final de abril pelo próximo presidente da Assembleia Legislativa (ALE/RO), o deputado Alex Redano, do Republicanos, que avançou a retórica de maneira ofensiva na direção do acordo. “O governo não pode abrir mão desse recurso”, destacou à época. Pelo visto, não só pode como vai, atropelando, inclusive, o Legislativo. Resta saber como anda a influência da Casa de Leis sobre esse cenário e se ainda há o que fazer a respeito. RELEMBRE O DISCURSO DE ALEX REDANO SOBRE O CASO (29/04/2020): Fonte: Rondoniadinamica Leia Também Metade dos pacientes infectados em Porto Velho estão curados da Covid-19 Audiências transmitidas ao vivo pela internet apresentaram metas fiscais da Prefeitura Entrevista - Linda Kozan - há nove anos é Muito Mais Cultura Município tem segundo caso confirmado de Covid-19; mulher de 24 anos está em isolamento em casa, junto com familiares A forçação de barra do Governo Rocha para perdoar R$ 1,3 bilhão da dívida da Energisa com Rondônia Twitter Facebook instagram pinterest