ECONOMIA Acordo Mercosul-Coreia do Sul pode gerar deficit de US$ 7 bilhões para indústria nacional, adverte CNI adverte Publicada em 27/05/2020 às 15:30 Caso um acordo comercial entre o Mercosul e a Coreia do Sul seja concluído, ele contribuirá para reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) da maioria dos setores da agricultura, indústria extrativa, indústria de transformação e serviços. Simulação elaborada por especialistas para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, com a eliminação das tarifas de importação, como prevê a negociação em andamento, 51 setores econômicos no Brasil serão prejudicados. Do total de setores com perdas, 21 são na indústria, 18 no setor de serviços, quatro na indústria de transformação e 8 na agricultura. Apenas 11 setores terão ganho de PIB. Esses cálculos mostram que o crescimento para os setores da Coreia do Sul será oito vezes maior do que para os setores do Brasil. Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, a negociação precisa ser suspensa. “Não faz sentido, em meio a uma crise sanitária e a uma recessão econômica que poderá bater recorde histórico, o Brasil e o Mercosul negociarem um acordo de livre comércio que prejudica a maior parte dos setores e beneficia, de forma desproporcional, a Coreia do Sul. Há outros parceiros com quem podemos negociar outros tipos de acordos mais equilibrados, com ganhos mútuos, como os Estados Unidos e o México”, afirma Abijaodi. Déficit comercial da indústria com a Coreia do Sul poderá ser ampliado em US$ 7 bilhões O acordo também poderá aprofundar o déficit comercial do Brasil justamente em um período em que o país precisa minimizar os impactos da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. A indústria brasileira ampliará em US$ 7 bilhões seu déficit comercial com a Coreia do Sul caso o acordo seja aprovado. Em abril, a CNI pediu ao governo federal que suspendesse as negociações do acordo. Na semana passada, dia 6, a entidade participou de reunião com o Ministério da Economia em que reafirmou o seu posicionamento. “É uma negociação que tem sido feita com pouca transparência e diálogo com o setor privado, e que não parece seguir os parâmetros utilizados por outros países que já negociaram com a Coreia do Sul. Precisamos lembrar que as exportações coreanas são o segundo maior alvo de medidas antidumping no mundo, atrás apenas da China. Esse é um indicativo de que não há concorrência leal em alguns setores”, ressalta Abijaodi. O acordo em negociação com a Coreia do Sul prevê livre comércio para 90% dos produtos importados e exportados para o Mercosul. Fonte: Comex Leia Também Acordo Mercosul-Coreia do Sul pode gerar deficit de US$ 7 bilhões para indústria nacional, adverte CNI adverte Obra da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré garante emprego a cerca de 200 operários União Europeia lança pacote de 750 bilhões de euros para reconstruir bloco Brasil perde mais de 860 mil empregos formais em abril, diz Caged Liberdade de expressão exige responsabilidade, afirma Alexandre de Moraes Twitter Facebook instagram pinterest