COVID-19 Pandemia intensifica jornadas de fisioterapeutas no socorro a vítimas do novo coronavírus em Porto Velho Publicada em 06/05/2020 às 11:00 Ao sair na manhã de terça-feira (5) do plantão de 24 horas no Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), a fisioterapeuta Samantha de Freitas Campos não aparentava cansaço. Ela já se habituou a jornadas intensas, agora rotineiras nesse hospital, em Porto Velho, devido à pandemia mundial do novo coronavírus. Em Rondônia e no mundo, a fisioterapia é essencial na salvação de vidas, não apenas das vítimas da Covid-19, mas de todas as doenças respiratórias. Ventiladores pulmonares estão sob a responsabilidade de fisioterapeutas. O número exato do atendimento no Cemetron e em hospitais da Capital e do Estado só será conhecido depois que a Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) somar e transmitir os dados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em Brasília. No entanto, boletins diários revelam o número de casos notificados, confirmados, óbitos, pacientes recuperados, internados, e testes de laboratório. Por eles é possível avaliar quantas pessoas passaram por hospitais. “De sete anos para cá, dificuldades foram sendo vencidas por facilidades, e avançamos para melhorar, porque temos duas equipes trabalhando nas UTIs”, disse Samantha. Médico residente Luciano Zago, enfermeira Diana, enfermeira Kelly Przybsz, e fisioterapeuta Samantha Campos, após o plantão Com a interrupção temporária das atividades, entre outras medidas, o Centro de Reabilitação de Rondônia (Cero) fez migrar seus fisios para o Cemetron, hospital referência para a primeira entrada de vítimas do novo coronavírus. O atual cenário da fisioterapia é formado por dezenas de pacientes totalmente dependentes do socorro hospitalar, caso queiram sobreviver e recuperar a saúde. Desde 2014, por concurso público do Governo de Rondônia, o Cemetron constituiu a UTI 24h. Até então, o atendimento se limitava apenas a seis horas ao dia. “Com a chegada de outra profissional, iniciamos o atendimento de 12 horas, à exceção dos fins de semana, e passamos a 24h quando a equipe alcançou seis fisios”, comentou Samantha. Agora são duas equipes em atividade, a segunda, totalmente dedicada aos pacientes da Covid-19, que são em maior escala. “Antes, trabalhávamos com pacientes de longa data, dos quais sabíamos todo histórico e acompanhávamos no dia a dia, agora tudo mudou, temos novos pacientes, é uma situação especial”, disse. Casos notificados positivos são encaminhados à Assistência Médica Intensiva 24 horas (AMI 24h) e casos negativos ao Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro e Hospital Samaritano. Fisioterapeuta Rodrigo Campos VISIBILIDADE Para o fisioterapeuta Rodrigo Campos, coordenador do Cero, a situação local surpreende: “Há muito tempo, a fisioterapia intensiva não estava em evidência como hoje; ela é um setor fechado e a maioria dos parentes de pacientes não têm acesso a todos os procedimentos de UTI”, comentou. Segundo ele, atualmente, a necessidade da presença constante do fisioterapeuta à beira dos leitos hospitalares se deve ao contágio da Covid-19, doença que exige procedimentos respiratórios. “Quem manuseia o ventilador mecânico com maestria é o fisioterapeuta, que cuida do paciente nos aspectos funcional de maneira geral, porém, agora, acumula outra missão que é fazê-lo respira melhor”, explicou. As equipes do Cemetron aguardam a chegada de filtros HETA* para melhorar as condições de trabalho. São aparelhos em falta no Brasil e o mundo. No geral, conforme explicou a fisioterapeuta Samantha, o profissional da área trabalha desde a fase inicial da programação do atendimento ao paciente, até a retirada do suporte ventilatório. A média de entubação é de dez a 15 dias. “Ajustamos parâmetros, e o médico faz a análise de gasometria nas artérias do paciente, e, após o resultado, é programado o uso do ventilador; por isso, o ideal são as jornadas de 24h, tanto no sistema público quanto no privado”, relatou Samantha. Cada dez leitos exige a presença de um fisio, para que seja adequada a assistência, recomenda a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A funcionalidade é importante, o paciente precisa sair mais preparado para retornar às atividades diárias, e nesse contexto, artigos científicos descrevem horários para que nossas jornadas sejam sempre exitosas: quanto mais tempo perto do paciente, menor será o tempo de internação e também os custos hospitalares”, acrescentou. * O filtro HEPA normalmente possui um componente hidrofóbico com baixa resistência ao fluxo que se mantém estável tanto com gás seco quanto com a presença de umidificação, além de ter um altíssimo poder de filtração (maior que 99%). Ele é indicado para uso em circuitos respiratórios de aparelhos de ventilação mecânica e anestesia, previne a infecção cruzada entre o paciente e o equipamento de ventilação mecânica e pode ser utilizado no ramo expiratório e/ou inspiratório do circuito (proximal ao equipamento). Em alguns lugares, é colocado apenas no ramo expiratório prevenindo o meio ambiente da infecção cruzada. Devido ao coronavírus, a procura por filtro HEPA aumentou, ficou difícil de encontrá-lo no mercado. Fonte: Montezuma Cruz/Secom Leia Também Pandemia intensifica jornadas de fisioterapeutas no socorro a vítimas do novo coronavírus em Porto Velho Campanha SOS.RO beneficia mães solteiras e famílias carentes na Zona Leste da capital Cemitério de Santo Antônio está limpo e preparado para visitação MP recomenda estudo sobre lockdown no Rio de Janeiro Sistema prisional de Rondônia segue medidas de prevenção e transparência sobre Covid-19 nas unidades estaduais Twitter Facebook instagram pinterest