Quatro dias após pronunciamento de Rocha, Anvisa ainda não liberou os cem mil testes chineses de Coronavírus adquiridos pelo Governo de Rondônia

Porto Velho, RO — Na manhã desta segunda-feira (18), a reportagem entrou mais uma vez em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, a fim de saber se os cem mil testes rápidos de Coronavírus adquiridos por R$ 10,5 milhões pelo Estado de Rondônia já foram liberados.  

A resposta é não.

A despeito de os valores terem sido bloqueados após intervenção do Ministério Público (MP/RO), resta saber se a compra dos kits produzidos pela empresa chinesa Hangzhou Realy Tech Co., Ltd. no negócio intermediado pela BuyerBR, que, por sua vez, terceirizou a função através de parceria com a Level Importação, poderão ser utilizados com segurança ou não pela sociedade rondoniense.

No dia 11, a representante da BuyerBR em Rondônia, Maíres Natalia de Carli, que já foi vice-presidente de empresa relacionada ao secretário-chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, foi até o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, mostrar a carga empacada em vídeo.

Na quinta-feira passada, dia 14, o próprio governador Coronel Marcos Rocha veiculou imagens realizadas por um bombeiro enviado pelo Estado também com a intenção de verificar a carga.

O bombeiro enviado disse que foi até lá para acompanhar o "desembaraço" da carga.

As duas veiculações comprovam, de fato, que as caixas com os testes estão em São Paulo, existem, é inegável; a questão é que, ao menos por ora, os testes não podem ser utilizados em brasileiros com segurança.

A própria Secretaria de Estado da Saúde (Sesau/RO) exigiu que os testes tivessem a ceritificação conferida pela Anvisa quando o Edital de Chamento Público foi aberto.

No dia 10 de abril, a promotora Emília Oiye, coordenadora da Força-Tarefa Covid-19 instituída pelo MP rondoniense, encaminhou ofício, com urgência, solicitando explicação sobre essa liberação.

Fernando Máximo, titular da Sesau/RO, disse hoje mesmo, em entrevista coletiva ao vivo, que espera a liberação em no máximo 48 horas.

O Rondônia Dinâmica pediu a manifestação do MP/RO a respeito das informações veiculadas nesta matéria, mas até o fechamento desta não houve retorno.