POLÍTICA Câmara pode votar nas próximas semanas PEC do Fundeb Permanente Publicada em 23/06/2020 às 16:35 O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira (23) que a proposta que torna permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) pode ser votada nas próximas duas semanas. “A deputada Dorinha (DEM-TO) deve ter o relatório [da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/15 apresentado até quinta-feira. Nós vamos trabalhar para aprovar o Fundeb nas próximas duas semanas, sabendo que o crescimento do valor vai ser um pouco mais lento do que seria antes da pandemia. Então, isso é uma questão que está dada”, afirmou Maia. O deputado informou que outra proposta deverá ser votada para garantir a recomposição do orçamento voltado para a educação após a queda de arrecadação de estados e municípios em virtude da pandemia do novo coronavírus. “Tem um outro tema que está sendo demandado pelos prefeitos, pelos secretários de Educação, que é a perda de arrecadação do Fundeb." De acordo com Maia, esses recursos estarão dentro do auxílio emergencial a estados e municípios, já aprovado pelo Congresso Nacional, no valor de R$ 50 bilhões. “Quando distribuímos os recursos, como não vinculamos ao ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços}, ficou sendo uma transferência direta que não entra na contabilidade para garantir os recursos da educação. É um valor alto, mas o que tenho dito é que temos que limitar esses valores a um percentual relacionado a um valor que o Congresso aprovou, relacionado à transferência para estados e municípios na ordem de R$ 50 bilhões.” Segundo o deputado, a Câmara discutirá mais duas medidas: a volta às aulas e um projeto que assegure o ambiente de ensino a distância para estudantes da rede pública. “É a preocupação com a estrutura de ensino para as crianças mais carentes, como elas vão fazer, nesse ambiente a distância, conseguir ter as condições de ensino que uma criança de uma família com situação financeira melhor. São quatro projetos que a gente vai precisar organizar para que a gente possa ter um foco na educação que, de fato, precisa”, assegurou. Maia disse acreditar que a questão do Fundeb "vai avançar bem", a recomposição desses recursos, já que a transferência para os estados não foi na regra do ICMS. Ele lembrou que houve queda de arrecadação dos municípios e destacou outra questão, que é o impacto da tecnologia. Votação A bancada do PSOL protocolou nesta terça-feira (23) um requerimento para que a PEC que institui o novo Fundeb seja incluída na pauta de votações da Câmara imediatamente. O partido defende ainda que o fundo receba dinheiro novo. “Seguimos defendendo o aumento gradual da participação da União, dos 10% atuais para um mínimo de até 40%, em até 10 anos, e rechaçamos propostas antipedagógicas como a ‘premiação por desempenho’, que tendem a reforçar as desigualdades já tão acentuadas em nosso país”, argumentam oito deputados do partido que assinam o requerimento. Fundo O Fundeb é a principal fonte de recursos da educação básica, respondendo por mais de 60% do financiamento de todo o ensino básico do país, etapa que vai do infantil ao ensino médio. O fundo é composto por recursos que provêm de impostos e transferências da União, estados e municípios. Criado em 2006, o Fundeb tem validade até o fim deste ano. A deputada Professora Dorinha Seabra Rezende já anunciou que vai propor o aumento da participação da União no fundo, de 10%, para um percentual entre 15% e 30%, dependendo da rede de ensino. A ideia é que o aumento da participação da União seja gradativo, de 1,5% por ano. Gestores municipais Em posicionamento público, a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) diz que a grande preocupação dos gestores neste momento "é que a vigência do Fundeb expira em 2020 e o Brasil passa por uma crise sem precedentes causada pela Covid-19". "Por isso, é urgente aprovar o Fundeb permanente e definir novos recursos orçamentários, para a educação brasileira não entrar em colapso", afirma o comunicado. Os gestores reivindicam, entre outros pontos, o aumento progressivo do percentual de complementação da União, cuja proposta inicial era dobrar para 20% no primeiro ano de vigência do fundo, aumentando progressivamente em 2% ao ano até atingir 40% de complementação. Fonte: Agência Brasil Leia Também Câmara pode votar nas próximas semanas PEC do Fundeb Permanente Governo de Rondônia impetra mandado de segurança para afastar atuação do MPF em fiscalizar ações de enfrentamento da covid-19 Tribunal alemão retoma restrições ao Facebook sobre coleta de dados Protocolo define procedimentos na obtenção de prova contra feminicídio Pandemia faz arrecadação cair 32,9% em maio, fechando em R$ 77,4 bi Twitter Facebook instagram pinterest