ALERTA Chefe da ONU denuncia interferência estrangeira 'sem precedentes' na Líbia Publicada em 08/07/2020 às 15:54 O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, denunciou nesta quarta-feira (8) que o conflito na Líbia atingiu uma interferência estrangeira "sem precedentes", com a entrega de equipamentos sofisticados e mercenários envolvidos nos combates. Em uma videoconferência do Conselho de Segurança, Guterres expressou preocupação com o reagrupamento das forças militares na cidade de Sirte, a meio caminho entre Trípoli (oeste) e Benghazi (leste). "O conflito entrou em uma nova fase, com a interferência estrangeira atingindo níveis sem precedentes, incluindo a entrega de equipamentos sofisticados e o número de mercenários envolvidos na luta", disse. As forças do governo de União Nacional (GNA), com sede em Trípoli e reconhecido pela ONU, "com apoio externo significativo, continuam seu avanço para o leste e agora estão 25 km a oeste de Sirte", afirmou. No passado, essas forças tentaram tomar a cidade duas vezes, lembrou Guterres. Com o apoio da Turquia, o GNA se opõe às forças do marechal Khalifa Haftar, que controla grandes áreas no leste da Líbia, apoiado pelo Egito e pelos Emirados Árabes Unidos. "Estamos muito preocupados com a alarmante concentração militar em torno da cidade e com o alto nível de interferência externa direta no conflito, violando o embargo de armas da ONU, as resoluções do Conselho de Segurança e os compromissos dos Estados membros assumidos em Berlim" em janeiro, insistiu Guterres, sem apontar para nenhum país em particular. O secretário-geral acrescentou ainda que as discussões realizadas pela ONU com representantes militares das duas partes incluíam "a partida de mercenários estrangeiros", uma "cooperação antiterrorismo", um "desarmamento e desmobilização" e até a possibilidade de um mecanismo de cessar-fogo. Ele também mencionou, sem maiores detalhes, a possibilidade de criar uma "zona desmilitarizada", cujo controle seria confiado à missão da ONU presente na Líbia. A presença na Líbia de mercenários russos e sírios (afiliados ao regime sírio ao lado daqueles que lutam com as tropas de Haftar e outros nas forças do GNA) tem sido mencionada frequentemente desde o início do ano. A mais recente atividade militar ao sul de Trípoli e na região de Tarhouna forçou quase 30.000 pessoas a deixar suas casas, elevando o número de deslocados na Líbia para mais de 400.000, disse o chefe da ONU. Fonte: AFP Leia Também Chefe da ONU denuncia interferência estrangeira 'sem precedentes' na Líbia Barroso determina adoção de medidas para conter covid-19 em indígenas Estimativa de junho prevê safra recorde de 247,4 milhões de toneladas Toffoli nega pedido para afastar Moraes da relatoria de inquérito Hospital de Campanha do Ibirapuera receberá pacientes de Campinas Twitter Facebook instagram pinterest