ESTADOS UNIDOS Harvard e MIT vão à Justiça para anular revogação de vistos para estudantes estrangeiros Publicada em 08/07/2020 às 16:15 A Universidade de Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) apresentaram nesta quarta-feira (8) uma ação na Justiça para anular a decisão do governo de Donald Trump de revogar os vistos dos estudantes estrangeiros obrigados a acompanhar cursos on-line, devido à pandemia do coronavírus. "Defenderemos este caso com vigor para que nossos estudantes internacionais — e estudantes internacionais de instituições de todo país — possam continuar seus estudos sem a ameaça da deportação", afirmou o presidente de Harvard, Lawrence Bacow, em um comunicado. O processo conjunto foi aberto em um tribunal de Boston, Massachusetts, e tenta bloquear temporariamente a decisão da agência que controla a imigração para o país, a ICE. Harvard anunciou que os cursos do ano acadêmico que começa em setembro serão virtuais, devido à pandemia de coronavírus. Nos Estados Unidos, já são quase três milhões de infectados e mais de 130 mil mortos. Na terça-feira (7), o presidente Trump chamou a decisão de "ridícula". Enquanto isso, o MIT oferecerá aulas presenciais apenas para um número muito limitado de estudantes, já que os jovens no campus deverão se submeter a testes de diagnóstico pelo menos duas vezes por semana e ter seu próprio dormitório. A decisão do governo dos EUA de revogar os vistos "veio sem aviso prévio, e sua crueldade é perdida apenas por sua irresponsabilidade", disse o presidente de Harvard. "Parece que foi planejado de propósito para pressionar as universidades a abrirem seus campi para aulas presenciais neste outono, ignorando preocupações com a saúde e com a segurança de estudantes, professores e outros", acrescentou Bacow. Cerca de 5,5% dos estudantes das universidades americanas são estrangeiros, e muitas instituições dependem fortemente de suas matrículas. Na segunda-feira, o ICE anunciou que os estudantes que já se encontram nos Estados Unidos e têm cursos universitários on-line "devem deixar o país, ou tomar outras medidas, como se matricular em uma escola com cursos em sala de aula para manter seu status legal". Caso contrário, correm o risco de serem submetidos a processos de deportação. Trump, que busca um novo mandato nas eleições de 3 de novembro, está pressionando o país a retomar as atividades normais para revitalizar a economia - ainda que a pandemia não esteja sob controle. "AS ESCOLAS DEVEM ABRIR NO OUTONO!" (primavera no Brasil), tuitou na segunda-feira. Desde o início da crise da saúde, o presidente anunciou medidas contra os imigrantes. A luta contra a imigração é um das bandeiras de seu governo. Em junho passado, Trump congelou até 2021 a emissão de "green cards", documento que oferece o "status" de residente permanente nos Estados Unidos, assim como determinados vistos de trabalho. Foram especialmente atingidos os vistos usados no setor de novas tecnologias, com o objetivo declarado de reservar empregos para os americanos. Fonte: France Presse Leia Também Harvard e MIT vão à Justiça para anular revogação de vistos para estudantes estrangeiros Casos de novo coronavírus nos EUA chegam a 3 milhões, diz universidade Primeiro-ministro da Costa do Marfim morre após desmaiar em reunião com ministros Chefe da ONU denuncia interferência estrangeira 'sem precedentes' na Líbia Barroso determina adoção de medidas para conter covid-19 em indígenas Twitter Facebook instagram pinterest