REINO UNIDO Museu Britânico exibe o busto de seu fundador explicando seu passado escravocrata Publicada em 25/08/2020 às 15:45 O Museu Britânico de Londres retirou do pedestal o busto de seu fundador, Hans Sloane, para exibi-lo junto a outras peças que visam explicar seu passado escravocrata, informou a instituição nesta terça-feira (25). A efígie de Sloane foi deslocada para ser exposta atrás de um vidro de segurança, no qual ele é apresentado como "colecionador" e "proprietário de escravos". "O compromisso com a verdade é crucial quando enfrentamos nossa própria história", afirmou Hartwig Fischer, diretor do Museu Britânico, em um comunicado. Reconhecer a relação de Sloane "com a escravidão e o tráfico de escravos permite destacar a complexidade e ambiguidade desse período: foi médico, colecionador, acadêmico, benfeitor e proprietário de escravos", insistiu. A iniciativa surgiu como resposta ao movimento Black Lives Matter, gerado pela morte do americano negro George Floyd sufocado por um policial branco, o que levou o Reino Unido a questionar seu passado colonial e seus símbolos. Em junho, um grupo de manifestantes em Bristol, no sudoeste da Inglaterra, derrubou e jogou em um rio a estátua do traficante de escravos Edward Colston, desencadeando pedidos para que as efígies de outros escravocratas também fossem retiradas. No Museu Britânico, afirmou Fischer, "continuaremos explorando nossa história e o faremos em colaboração com pessoas de todo o mundo para reescrever como iguais nossa história compartilhada, complicada e, às vezes, muito dolorosa". Apesar de tudo, "continuamos reconhecendo a visão radical de Sloane de dar acesso público universal e gratuito à coleção do museu e o benefício público gerado através do Museu Britânico". Médico nascido na Irlanda em 1660 e que morreu em Londres em 1753, Sloane utilizou a fortuna de sua esposa, a rica viúva do proprietário de uma plantação de açúcar na Jamaica, para reunir a coleção de história natural que constituiu a base do Museu Britânico. Outros objetos da coleção também serão contextualizados. "Queremos colocá-lo em um contexto mais amplo, que é obviamente um contexto muito difícil", o da "exploração" realizada pelo Império Britânico, afirmou Neal Spencer, um curador da instituição, ao jornal Daily Telegraph. Fonte: France Presse Leia Também Museu Britânico exibe o busto de seu fundador explicando seu passado escravocrata Secretário da OEA veta permanência de brasileiro à frente de comissão Correios entram com dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho Durante correição no MPF, população poderá apresentar reclamações ou elogios ao trabalho do órgão em Rondônia Entra em operação novo sistema de busca de ativos pela Justiça Twitter Facebook instagram pinterest