ARTIGO Prorrogação do auxílio emergencial de 600 reais até o final do ano - Por Senador Acir Gurgacz Publicada em 07/08/2020 às 12:56 O Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas entregue pelo Ministério da Economia ao Congresso Nacional, no dia 22 de julho, traz algumas informações que são motivo de preocupação para o governo, para nós parlamentares – que devemos ter um olhar crítico sobre esses números -, e para a população brasileira, que está sentindo os impactos da crise: A informação que o governo dá destaque é a de que a aprovação de créditos extraordinários e a queda de receitas provocadas pela pandemia do novo coronavírus devem elevar o déficit primário para R$ 787 bilhões em 2020. O déficit primário representa o resultado negativo nas contas do governo, desconsiderando os juros da dívida pública. Ou seja, vamos gastar muito mais do que o arrecadado, como tem sido há décadas. O aumento do déficit primário é visto com preocupação pelo governo. Mas na minha opinião, considerando a pandemia e a crise econômica, é muito melhor ter um déficit primário alto e proteger as pessoas e a economia do que priorizar apenas o pagamento da dívida pública – ou seja, do que pagar juros aos bancos, como tem sido a prioridade deste governo até aqui. Por outro lado, o relatório aponta uma redução de R$ 17 bilhões nas receitas da União. Em relação às estimativas para a economia, o relatório prevê a queda de 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Esses números refletem a face fria da realidade que os brasileiros estão enfrentando no dia-a-dia nesse período de pandemia. Pessoas que perderam o emprego e tem pouca expectativa de encontrar um novo trabalho. Comerciantes que vendiam 30 caixas de tomates por dia e hoje vendem apenas 10. Restaurantes que fecharam as portas, demitiram todos os funcionários e não tem previsão de reabrir. Agricultores familiares que não conseguem mais escoar a produção de hortaliças, porque muitos restaurantes e feiras livres ainda continuam fechados. Empresários que estão com suas empresas paradas, sem produzir, sem gerar emprego e renda, e sem fazer a economia girar. Esse é o cenário da recessão, da crise econômica decorrente da pandemia – que está apenas começando e que vai se agravar nos próximos dias. Evidente que a piora do cenário macroeconômico, por si só, pressiona as contas do Governo na direção de um aumento do déficit primário – por conta da redução das receitas e por conta do aumento dos gastos com as ações emergenciais de combate à pandemia, que estão amparados pelo decreto de calamidade pública e são necessários. O total de despesas autorizadas pelo Congresso para ações emergenciais de combate à Covid-19 até 14 de julho, por meio das Medidas Provisórias, segundo dados levantados pela Consultoria de Orçamentos, Fiscalização e Controle do Senado Federal já chegam a R$509 bilhões. Esse é o valor planejado, uma vez que o governo gastou apenas R$ 274,58 bilhões, ou seja, apenas 53% do que foi autorizado pelo Congresso Nacional por meio das Medidas Provisórias, segundo dados do SIGA BRASIL, o Portal do Orçamento do Senado Federal. Ou seja, podemos dizer que o governo está com o pé no freio nos investimentos para o combate à pandemia e recuperação da economia. Digo investimento porque colocar esse dinheiro – que é do povo brasileiro – nas ações de combate à pandemia e mão das pessoas e das empresas é a melhor coisa para ajudar na recuperação da economia. Neste sentido, o gasto com o auxílio emergencial e com o apoio às empresas, pode até aumentar o déficit primário, mas é um bom investimento do governo na população brasileira e na economia do país. Uma demonstração disso é que com a liberação do auxílio emergencial houve um crescimento de 14% no comércio varejista em maio sobre abril. No setor de vestuário, esse crescimento foi de 100%. Além disso, os recursos liberados até agora já melhoraram a expectativa de redução do PIB para este ano, que já foi de 6% e agora está em 4,7%. Por isso que defendo a prorrogação do auxílio emergencial de 600 reais até o final do ano, e sua transformação num programa permanente de renda mínima, num programa de Estado e não de governo. É muito mais prudente preservar a saúde na nossa população e da nossa economia do que priorizar o pagamento dos juros da dívida pública, do que entregar todo o nosso dinheiro na mão dos bancos. Por isso eu defendo que o governo coloque mais dinheiro na mão das pessoas e no mercado. Além de fazer a roda da economia girar, o mais importante agora é socorrer as pessoas e as empresas, evitando que a fome e a pobreza voltem a assolar nossa população. O governo precisa fazer com que os recursos que estão parados nos fundos, nos bancos e nas reservas de capital, que são do povo brasileiro, passem a circular na economia de maneira mais rápida. Se esse dinheiro for para o consumo, e se as empresas também obtiverem o crédito emergencial, tudo indica que a recessão poderá ser menor e que a recuperação da economia pode ser mais rápida. Portanto, sem politicagem, populismo ou demagogia, mas sim por extrema necessidade, é que defendo a prorrogação do auxílio emergencial de 600 reais, bem como todas as medidas para auxiliar as pessoas e as empresas nesse momento de crise. Senador Acir Gurgacz Fonte: Acir Gurgacz Leia Também Câmara de Porto Velho aprova lei que prorroga o prazo do Refis enquanto perdurar calamidade causada pelo Coronavírus Cultura da capital quer espaço na câmara de vereadores, russos garantem vacina para outubro, fiscalização mais rígida a bares de Porto Velho no final de semana Deputada Cassia e diretor do DER dão início a ordem de serviço para recuperacão da RO 470 Prorrogação do auxílio emergencial de 600 reais até o final do ano - Por Senador Acir Gurgacz Prefeito de Jaru se reúne com o governador Marcos Rocha e reafirma parceria para a realização de novas obras Twitter Facebook instagram pinterest