UFC 253 Estreante no UFC, Danilo Marques é cria de Demian Maia e deixou carreira corporativa para lutar Publicada em 26/09/2020 às 10:17 Além de ter a possibilidade de um cinturão para o Brasil, com Paulo Borrachinha no peso-médio, o UFC 253, neste sábado, marca a estreia de mais um nome do esquadrão nacional no Ultimate. Danilo Marques, peso-meio-pesado paulista de 34 anos, estará na outra ponta do card, fazendo o primeiro duelo da noite. Com um cartel de nove vitórias e apenas duas derrotas no MMA profissional, ele encara o russo Khadis Ibragimov, que tem três derrotas em três lutas no UFC. — Estava no carro com uns amigos meus lá em Huntington Beach (nos Estados Unidos), indo para um churrasco de sexta à tarde depois do último treino. O Edu (Eduardo Alonso, empresário) me mandou uma mensagem dizendo: “Olha, o Mick (Maynard, matchmaker do UFC) me enviou um nome aqui, não sei o que está acontecendo ainda mas fica alerta”. Já busquei um vídeo do cara, pensei: “Isso deve ser para mim mesmo”. Aí ele me confirmou minutos depois. Fiz aquela comemoração no carro com os amigos, paramos, fiz um monte de ligação e aí já começou aquela coisa de perder peso… porque foi notícia de última hora, faz nem duas semanas. A gente nem pensou, aceitamos na hora, é uma luta direta no UFC — lembra o atleta. Danilo teve seu primeiro contato com as artes marciais ainda garoto, no taekwondo e no boxe, por influência da irmã. No pugilismo ele continuou: disputou as primeiras competições por volta dos 12 anos e chegou a integrar a seleção brasileira. Ao mesmo tempo em que lutava, ele avançou nos estudos, formou-se em Relações Públicas e concluiu duas pós-graduações, nas áreas de cinema e franquias. Com o conhecimento do curso, ainda na faculdade, ele começou a trabalhar numa empresa da família, no ramo da construção civil, onde criou um setor de comunicação. Ainda antes disso, entretanto, Danilo já havia tido contato com outras artes marciais. Ele começou a treinar jiu-jítsu por hobby e constantemente também era chamado para fazer sparrings com atletas de MMA que buscavam parceiros de treino na seleção brasileira de boxe. O meio-médio chegou a passar um período de um ano sem competir, dedicado às atividades da empresa, mas aos poucos foi percebendo que sua vida era mesmo no esporte. — Quando eu conheci o Edu e o pessoal do MMA, o Demian (Maia), o Maurício (Shogun), eu já tinha saído de lá (empresa da família) há alguns meses, porque eu já não estava mais a fim de trabalhar nisso, estava meio perdido sentindo falta da adrenalina de lutar, de competir, e aí eu conheci eles porque o meu treinador de boxe treinava um atleta do Edu e esse cara faria uma luta que precisava fazer uma parte de preparação de boxe. E aí ele me chamou e falou: “Cara você tem mais ou menos a mesma altura, não quer vir aqui dar um treininho, fazer um sparring…sei que você não parou de treinar”. Eu fui, começou aquele lance do contato com a galera, um fala isso, outro fala aquilo quando vi já estava treinando de novo e tudo voltou. Eu senti aquele lance de novo e pensei: “Preciso disso aí senão vou morrer frustrado” — afirma o paulista. Por muito pouco Danilo não esteve em duas edições Contender Series algumas semanas atrás. Primeiramente, ele tinha um “bout agreement” — um contrato de luta — para participar do programa no dia 30 de junho, data cancelada pelo UFC por conta da pandemia do novo coronavírus. Depois, com nova chance para o dia 15 deste mês, ele não conseguiu o visto de viagem a tempo da luta, também por entraves relacionados à pandemia. O que parecia azar acabou virando sorte, já que agora o brasileiro ganhou vaga direta em uma edição de destaque do Ultimate. Danilo é aluno de Demian Maia, brasileiro com o maior número de vitórias na história do UFC — são 22 triunfos desde 2007. No último camp, além de contar com o apoio do veterano, ele esteve na Kings MMA, academia localizada na Califórnia, nos Estados Unidos. Há uma história curiosa, entretanto, com Demian. Mesmo com muitos anos de prática, o mestre ainda não deu a faixa preta de jiu-jístu para Danilo, uma vez que aluno não treinava de kimono. — O Demian vem de uma filosofia em que ele só dá a faixa se você treinar de pano. E eu não treinava de pano tem alguns anos. Até voltei a usar há um tempo atrás com o intuito de fazer essa mudança de faixa no fim do ano, porque a minha marrom já está ficando branca, toda esbranquiçada. Faz oito anos para fazer nove já que sou faixa marrom. E eu só vejo faixa preta casca grossa do Demian… na verdade só o Demian não precisa falar mais nada. Os caras falam “ah, Danilo é preta”, mas na verdade não sou. Sou marrom e peguei a marrom com Eduardo Teles, que é amigo do Demian, na época em que eu estava treinando de pano ainda, para você ver quanto tempo faz – explica o lutador. A última luta de Danilo foi em fevereiro de 2018, quando derrotou Cleiton Caetano, pelo Gladiator, por decisão unânime — tempo ocioso justificado por algumas lutas que caíram e também por uma lesão na mão direita do meio-pesado. As vitórias de Danilo são bem equilibradas, com quatro nocautes, quatro finalizações e uma decisão. Por isso mesmo ele evita se definir quando perguntado sobre seu estilo de luta ou a forma como deseja a primeira vitória no UFC. Ainda que estreante na organização, Danilo já esteve na Ilha da Luta, em Abu Dhabi, em julho deste ano, quando foi córner de Maurício Shogun, na disputa final da trilogia contra Rogério Minotouro. Ele afirma que a experiência anterior ajudou nesta nova jornada. — Estou me sentindo em casa. Porque a gente ficou quase três semanas (em julho) e aqui tem pouca coisa para fazer, ficamos isolados. A gente tem a oportunidade de andar de bicicleta, vai até a praia onde eles construíram aquele octógono, algumas coisas para fazer aqui no hotel... e como a gente ficou muito tempo aqui, até com a sala de treino já estou familiarizado. É aquela sala mais reduzida, não temos uma academia inteira para treinar. Então estou me sentindo em casa, já sei como funciona o hotel, não tem muita novidade. O UFC 253 acontece neste sábado, dia 26 de setembro. A transmissão do Combate terá início às 19h30 (horário de Brasília), com o "Aquecimento Combate". O card preliminar, que começa às 20h, terá narração de André Azevedo e comentários de Luciano Andrade. Já o card principal, marcado para as 23h, será comandado por Rhoodes Lima, com os comentários de Ana Hissa. O SporTV 3 e o Combate.com transmitem o "Aquecimento" e as duas primeiras lutas. O site acompanha todo o evento em Tempo Real. UFC 253 26 de setembro de 2020, na Ilha da Luta, em Abu Dhabi CARD PRINCIPAL (23h, horário de Brasília): Peso-médio: Israel Adesanya x Paulo Borrachinha Peso-meio-pesado: Dominick Reyes x Jan Blachowicz Peso-mosca: Kai Kara-France x Brandon Royval Peso-galo: Ketlen Vieira x Sijara Eubanks Peso-pena: Hakeem Dawodu x Zubaira Tukhugov CARD PRELIMINAR (20h, horário de Brasília): Peso-leve: Brad Riddell x Alex Leko Peso-meio-médio: Diego Sanchez x Jake Matthews Peso-pena: Shane Young x Ludovit Klein Peso-meio-pesado: William Knight x Aleksa Camur Peso-pesado: Juan Espino x Jeff Hughes Peso-meio-pesado: Khadis Ibragimov x Danilo Marques Fonte: Globoesporte.com Leia Também Estreante no UFC, Danilo Marques é cria de Demian Maia e deixou carreira corporativa para lutar Em duelo raro de invictos, Borrachinha e Adesanya disputam cinturão no UFC VÍDEO - Brighton 2 x 3 Manchester United; Gols e Melhores Momentos Vilhenense e Ji-Paraná se enfrentam hoje no Estádio Portal da Amazônia pela Série D Jogador rondoniense que está jogando em Minas Gerais vem sendo sondado por time de Dubai Twitter Facebook instagram pinterest