COLÔMBIA Farc reconhecem sequestro como 'grave erro' e pedem perdão às vítimas Publicada em 15/09/2020 às 11:31 A ex-guerrilha e hoje partido político Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pediu perdão publicamente nesta segunda-feira (14) às milhares de pessoas que sequestrou e expressou arrependimento pela dor que causou. "O sequestro foi um grave erro do qual não podemos fazer nada além de nos arrepender", disse a direção do partido na mensagem de desculpa mais contundente que já enviou desde que a paz foi decretada em 2016. A ex-organização rebelde mais poderosa da América, envolvida em conflitos de quase seis décadas, admitiu que o "sequestro feriu a legitimidade e credibilidade" do movimento armado contra o Estado colombiano. A Justiça de Paz da Colômbia investiga mais de 20 mil sequestros realizados pelos rebeldes que abandonaram as armas, de acordo com a agência France Presse. "Este lastro hoje pesa na consciência e no coração de cada uma e cada um de nós", completou em declaração pública. A ex-guerrilha responde por atrocidades no tribunal criado após os acordos de paz que permitiram a desmobilização de cerca de 13 mil rebeldes, incluindo 7 mil combatentes. Na mensagem, o partido Farc garante entender a dor que causou a "tantas famílias" e citou o caso de Andrés Felipe Pérez, uma criança de 12 anos que morreu de câncer em 2001 enquanto seu pai, um cabo da polícia, estava no poder dos rebeldes. O pai acabou assassinado em cativeiro. "Sentimos como uma facada no coração a vergonha que nos produz não ter escutado o clamor de Andrés Felipe Pérez. Não podemos devolver o tempo perdido para evitar a dor e as humilhações que causamos a todos os sequestrados", diz o partido. Entre os 20 mil sequestros investigados pela Justiça de Paz está o da franco-colombiana Ingrid Betancourt, que passou seis anos presa em cativeiro antes de ser libertada em uma operação militar em 2008. Os dirigentes da ex-guerrilha, que além de sequestros respondem a acusações de recrutamento de menores, poderão receber penas de até 20 anos de prisão. O Acordo de Paz com as Farc foi assinado em 2016 com o governo de Juan Manuel Santos. Embora tenha sido rejeitado em um referendo popular – um duro golpe contra o governo-, o acordo sucedeu três tentativas fracassadas durante os governos de Belisario Betancur, César Gaviria e de Andrés Pastrana. Grupos contrários ao acordo, liderados pelo ex-presidente Álvaro Uribe, acusam o governo de ceder demasiadamente à pressão das Farc. Embora o desarmamento das Farc tenha aliviado sensivelmente a violência no país, grupos armados financiados pelo narcotráfico ainda operam no país e, nas últimas semanas, organizaram massacres e assassinatos. Fonte: G1 Leia Também Farc reconhecem sequestro como 'grave erro' e pedem perdão às vítimas Trump promete resposta '1.000 vezes maior' a qualquer ataque do Irã Austrália não registra morte por coronavírus pela primeira vez em dois meses Procuradoria Geral do Estado retoma atendimento presencial para tratar da Dívida Ativa Drive-thru de testagem rápida para Covid-19 acontece nesta sexta-feira (18) Twitter Facebook instagram pinterest