INVESTIGAÇÃO Polícia Federal investiga desvio de recursos do FGTS para habitação popular Publicada em 17/09/2020 às 14:35 A Polícia Federal investiga indícios de desvio de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) destinados à construção de moradias populares em Teresina (PI). Provas já reunidas apontam que o prejuízo pode chegar a R$ 5 milhões. O principal suspeito é um ex-advogado que atuava em São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Ele foi alvo de um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça Federal de Anápolis (GO), mas, até o início desta tarde, não tinha sido localizado. A Justiça Federal também autorizou a Polícia Federal (PF) a cumprir 14 mandados de busca e apreensão de documentos e material probatório em endereços ligados aos alvos da investigação. Além disso, decretou o sequestro de imóveis e veículos pertencente ao ex-advogado. Somados, o valor dos bens bloqueados pode chegar a cerca de R$ 2 milhões. Por razões legais, o nome do ex-advogado e de outros investigados não foram divulgados à imprensa. Segundo a PF, durante as investigações foram obtidas provas de que o ex-advogado apresentou documentos falsificados para atuar como representante legal dos membros da associação comunitária de Teresina que receberia o dinheiro público destinado à construção das moradias populares. “A responsabilidade do advogado está bem caracterizada e definida nos autos. Precisamos identificar para onde foi o dinheiro para, então, conseguirmos o ressarcimento do dano causado”, afirmou o chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, delegado Junio Alberto das Dores. Passando-se por procurador dos membros da comissão, o ex-advogado conseguiu, na Justiça, que os R$ 5 milhões liberados pela Caixa para o empreendimento fossem bloqueados e transferidos para uma conta judicial aberta em Goiás. Posteriormente, ele conseguiu que a Justiça liberasse os valores retidos e os transferiu para sua conta bancária pessoal. A partir daí, o valor foi repartido por várias contas, de forma a parecer que estava sendo distribuído a várias pessoas. “Não sabemos como ele soube da existência deste dinheiro público destinado ao movimento popular de Teresina que assinou o contrato com o fundo que administra o FGTS", disse o delegado federal, acrescentando que os documentos apreendidos hoje ajudarão a PF a identificar eventuais cúmplices do ex-advogado, bem como o destino final do dinheiro desviado do FGTS. Consultados sobre as suspeitas de fraudes no fundo de garantia, o Ministério da Economia, cuja Secretaria Especial de Fazenda preside o Conselho Curador do FGTS, e o Ministério do Desenvolvimento Regional, pasta gestora das aplicações dos recursos do FGTS em habitação, responderam à Agência Brasil que não comentam investigações em curso. Operadora responsável por liberar os recursos, a Caixa não se pronunciou até a publicação desta reportagem. A seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Goiás informou que o principal alvo da operação estava inscrito, originalmente, na seccional de São Paulo, tendo, depois, sido autorizado a atuar também em Minas Gerais e Goiás. No estado, no entanto, seu registro foi cassado após ele ter sido condenado em nove processos ético disciplinares, o que levou à exclusão do seu registro na seccional goiana. A inscrição na seccional paulista da OAB também foi excluída. Fonte: Agência Brasil Leia Também Polícia Federal investiga desvio de recursos do FGTS para habitação popular Ministro da Educação diz que por ele aulas voltariam amanhã Bolsonaro inaugura usina fotovoltaica no interior da Paraíba Procurador-geral da República, Augusto Aras, está com covid-19 Abertura de empresas cresce, enquanto fechamento recua em 8 meses Twitter Facebook instagram pinterest