PANDEMIA Vacina contra a Covid-19 com 50% de eficácia ainda pode ser útil, diz cientista-chefe da OMS Publicada em 21/09/2020 às 15:11 A cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, afirmou nesta segunda-feira (21) que uma vacina contra a Covid-19 com 50% de eficácia ainda será capaz de ajudar a conter a pandemia. Apesar disso, Soumya alertou que "uma vacina com menos de 30% talvez não seja muito eficaz". "Não alcançaremos o nível de imunidade pretendido", explicou a cientista-chefe da OMS. No caso da futura vacina contra o coronavírus não se aproximar dos 100% de eficácia, ela precisará ser usada pelos países de maneira estratégica. "Então, teremos dois cenários: uma vacina a ser usada como prevenção e outra a ser usada em surtos", disse Swaminathan. "Precisamos ver [a solução] como um pacote de intervenções para que a pandemia seja controlada, incluindo o lado da prevenção, dos tratamentos e dos diagnósticos", alertou a cientista-chefe. Mais de 200 vacinas são testadas contra o coronavírus e, segundo a OMS, 9 dessas candidatas fazem parte do portfólio da aliança global Covax, que garantirá a compra e distribuição da vacina contra a Covid-19 aos países membros. Covax começará os trabalhos Ainda nesta segunda-feira (21), a OMS anunciou que a Covax começará os trabalhos nos próximos dias. O CEO da Vaccine Alliance, órgão que lidera a iniciativa Covax junto com a OMS, Seth Berkley, explicou que, nos próximos dias, os países membros assinarão os termos do acordo. Segundo o CEO, o número de adesão à iniciativa foi menor do que o anunciado anteriormente. "Mais de 156 economias trabalharão juntas para garantir a vacina por meio da Covax", informou Berkley, afirmando que, mesmo que abaixo da expectativa de adesão, esta é a primeira vez que 64% dos países se unem para garantir uma vacina ao mundo. Até o dia 14, cerca de 170 países haviam anunciado o interesse em entrar para a Covax, entre eles, o Brasil. Berkley informou que outros 38 países confirmarão nos próximos dias se de fato irão aderir à Covax. "Eles ainda não aderiram, mas demonstraram interesse em aderir." "Em seguida [aos acordos assinados com os países membros], na próxima fase dos trabalhos, começaremos a assinar os acordos formais com os produtores e desenvolvedores das vacinas”, disse o CEO da Vaccine Alliance. “A Covax está aberta para começar a funcionar agora”, garantiu o líder do Acelerador ACT, Bruce Aylward, que também participa da Covax. Doses a serem garantidas A Diretora do Departamento de Imunização e Vacina da OMS, Kate O´Brien, explicou que ainda não há um número exato de doses que serão compradas, uma vez que a aliança precisa primeiro ter certeza de quantos países irão aderir à Covax, mas que o objetivo é adquirir ao menos 2 bilhões de doses. "A quantidade de dois bilhões de doses se baseia em vacinas que precisam de duas doses", informou O´Brien. Até o momento, a Covax já garantiu, segundo Berkley, 850 milhões de doses. Contudo, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesu, lembrou que, muitas das candidatas que fazem parte do portfólio da Covax ainda podem fracassar. "Quatro de cada cinco vacinas não chegam à sua comercialização, então precisaremos de muito mais acordos para chegar ao número de doses que queremos", explicou Tedros. Até esta segunda, o mundo registrou mais de 958 mil mortes por coronavírus e quase 31 milhões de casos confirmados em 216 países de acordo com a OMS. Fonte: G1 Leia Também Vacina contra a Covid-19 com 50% de eficácia ainda pode ser útil, diz cientista-chefe da OMS Auxílio emergencial: maioria não sabe quando receberá parcelas de R$ 300 Internações caem, mas mortes e casos por covid-19 crescem em SP Barroso: ceticismo com mudança climática é obstáculo a ser superado Com pauta cheia, comissões do Senado fazem sessões semipresenciais Twitter Facebook instagram pinterest