REUNIÃO Líbano e Israel discutem fronteira marítima e hidrocarbonetos Publicada em 28/10/2020 às 11:45 Tal como na primeira sessão, o encontro decorreu nas instalações das Nações Unidas em Naqoura, uma cidade no sul do Líbano que faz fronteira com Israel, e durou cerca de quatro horas, estando previsto continuar na quinta-feira, informou a agência de notícias libanesa ANI. Depois de vários anos de esforços diplomáticos nos bastidores por parte dos Estados Unidos, o Líbano e Israel anunciaram oficialmente, no início deste mês, o lançamento destas conversações, classificadas como "históricas" por Washington, e mediadas por um alto diplomata norte-americano, John Deschent. O Líbano insiste que as discussões, iniciadas em 14 de outubro, são apenas técnicas e não políticas, sublinhando que são negociações "indiretas", ou seja, que as equipas presentes não dialogam. A disputa marítima entre os dois vizinhos envolve uma área de 860 quilometros quadrados, sendo que a questão é particularmente importante para o Líbano, cuja economia está praticamente falida e que depende das prospeções para impedir um colapso económico. O Líbano vive, desde há um ano, uma recessão económica acompanhada por uma desvalorização da moeda nacional e um aumento da pobreza, mas a comunidade internacional recusa desbloquear ajuda financeira se o país não iniciar a adoção de reformas, explicou a especialista em recursos de hidrocarbonetos no Médio Oriente, Laury Haytayan. Apesar deste contexto, as autoridades libanesas "querem enviar um sinal aos libaneses, aos negociadores israelitas e aos norte-americanos, mostrando que não estão à mesa de negociações em posição de fragilidade", sublinhou Haytayan. Segundo a especialista, o Líbano vai tentar "reivindicar o máximo que puder" e deverá mesmo ir "além dos 860 quilómetros quadrados" em questão. Isso incluiria partes do campo de gás natural israelita Karish, pelo que "temos de esperar pela reação dos israelitas", disse Haytayan. Para o Governo israelita, o objetivo destas conversações é "examinar a possibilidade de um acordo sobre a demarcação da fronteira marítima para permitir o desenvolvimento dos recursos naturais", segundo nota divulgada terça-feira. As negociações, que segundo estimativas otimistas israelitas podem durar "alguns meses", provocaram agitação no Líbano. O movimento xiita Hezbollah, organização política e paramilitar fundamentalista islâmica com muito peso na vida política do Líbano que assume Israel como inimigo, criticou, em conjunto com o movimento aliado xiita Amal, a presença de civis na delegação libanesa, exigindo uma equipa composta inteiramente por militares. Uma guerra devastadora opôs o Hezbollah e Israel em 2006, provocando a morte de mais de 1.200 pessoas no Líbano, a maioria das quais civis, e 160 do lado israelita, a maioria das quais militares. Desde então, foram organizadas reuniões tripartidas de rotina pela UNIFIL (Força Interina das Nações Unidas no Líbano) com responsáveis militares dos dois países. As negociações decorrem também num cenário de fortes tensões no Mediterrâneo oriental em torno dos hidrocarbonetos e da delimitação de fronteiras marítimas envolvendo a Turquia, a Grécia e o Chipre. Fonte: Notícia ao Minuto - Portugal Leia Também Líbano e Israel discutem fronteira marítima e hidrocarbonetos Governo destaca a importância de políticas de melhorias ao servidor público por meio de investimentos Estradas no sul de Rondônia recebem melhorias para maior escoamento da produção agropecuária Trabalho como cabo eleitoral se torna alternativa de renda para vilhenenses desempregados na pandemia Paulo Cupertino, assassino de Rafael Miguel, é preso no Paraná Twitter Facebook instagram pinterest