SAÚDE Pacientes relatam desafios em conviver com o linfedema primário Publicada em 12/11/2020 às 14:49 Jéssica Romualdo, de 30 anos, e Alícia de 3, moram em estados diferentes, têm histórias de vida diferentes, mas em comum compartilham a luta para conviver da melhor forma com o linfedema primário. O inchaço de algum membro do corpo, principalmente as pernas, é o sintoma mais comum, e por ele já é possível iniciar o diagnóstico da doença tão pouco conhecida no Brasil. O linfedema primário é um mal crônico, que pode ser hereditário e se manifesta pelo acúmulo de líquido no tecido linfático. Ocorre um aumento progressivo do volume do membro e como consequência, a diminuição da imunidade. O médico Bruno Naves explica o que deve ser feito ao perceber o inchaço de pernas ou braços. "A pessoa deve procurar um angiologista e ele vai examinar, fazer um exame clínico completo. Se ele julgar necessário, vai pedir alguns exames para comprovar o linfedema. Um deles chama-se linfocintilografia, que é um exame de imagem que enxerga os [vasos] linfáticos e vê se eles estão funcionando bem ou não. Se for feito o diagnóstico de lindema, aí sim existe um tratamento que inclui atividade física regular, manutenção de um peso equilibrado, drenagem linfática e uso de meia elástica para melhorar a drenagem." Portadores da doença relatam a dificuldade para ter o diagnóstico precoce, tão importante para iniciar o tratamento correto em busca de qualidade de vida. Jéssica Romualdo, moradora de Formosa, em Goiás, conseguiu identificar o que realmente tinha na perna após 27 anos convivendo com a dor e com o inchaço cada vez maior. "Antes de cuidar do meu linfedema, a minha imunidade era muito baixa. Eu vivia doente. As dores, quando a gente não está cuidando, são insuportáveis. Eu ia no hospital, os médicos me passavam antibiótico e me mandavam pra casa. Ninguém falava o que eu tinha. Eu sofri demais. Foram 27 anos de sofrimento, sem diagnóstico." Atualmente, Jéssica tenta conscientizar portadores da doença pelas redes sociais, e incentiva a luta por melhores tratamentos. Em Juiz de Fora, Minas Gerais, Fernanda Nunes, também teve dificuldades na busca de tratamento para a filha, Alícia, em unidades de saúde pública. Há pouco tempo conseguiu tratamento com uma angiologista particular em Belo Horizonte. A filha faz fisioterapia e drenagem linfática manual todos os dias e usa de meias de compressão. Agora, Fernanda corre atrás do benefício de prestação continuada para a filha. "Como o tratamento é oneroso, eu preciso desse auxílio, para pagar pelo menos o básico." Membros inchados são características do linfedema primário - Fernanda Nunes /Direitos reservados Quem tem linfedema é considerado um Portador de Necessidade Especial, porque se trata de uma doença progressiva, que ainda não tem cura e pode provocar incapacidade. Por isso, é importante conhecer os próprios direitos, por meio da Lei da Assistência Social e também da Lei Brasileira de Inclusão. Para ter acesso a qualquer benefício, a dica é ter o laudo médico para comprovação da condição de portador de linfedema e assim pleitear todos os seus direitos. Fonte: Agência Brasil Leia Também Alcolumbre quer federalizar investigação sobre apagão no Amapá Estudantes participam hoje da Olimpíada Brasileira de Astronomia TSE: urna deverá mostrar nome de candidato com registro pendente Guedes: se houver segunda onda, governo pagará auxílio emergencial Consumidor desconhece informações de rótulos de produtos alimentícios Twitter Facebook instagram pinterest